Erros médicos causam internações na UTI
Os hospitais são locais onde se espera o melhor cuidado e tratamento médico, mas infelizmente, nem sempre as coisas correm como planejado. Um estudo recente realizado por médicos intensivistas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, na capital paulista, revelou uma realidade preocupante: 12% das internações na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) dessa instituição foram resultados de erros médicos. Essa descoberta levanta questões importantes sobre a segurança do paciente e a qualidade do cuidado médico em um dos principais centros de saúde do país.
A pesquisa e suas descobertas
O estudo, publicado em janeiro de 2024 na revista “Journal of Critical Care” e divulgado pelo G1, acompanhou 510 pacientes ao longo de um período, monitorando seu trajeto desde a admissão na UTI até a alta hospitalar, transferência ou óbito. Durante esse acompanhamento, os pesquisadores identificaram que 62 dos pacientes enfrentaram adversidades que os levaram à UTI, e destes, consideraram que 12% das situações adversas foram causadas por erros médicos.
Definindo erros médicos
Para entender melhor o que constitui um erro médico, é essencial definir o conceito. Segundo Thayan Fernando Ferreira, advogado especializado em direito médico e direito público, um erro médico ocorre quando um profissional de saúde falha em seu dever de cuidado, resultando em danos ao paciente. Isso pode incluir desde falhas na avaliação do estado de saúde do paciente até erros na prescrição ou administração de tratamentos. Os erros médicos são categorizados em três tipos principais: negligência, imprudência e imperícia.
Impacto dos erros médicos
Os erros médicos não apenas comprometem a saúde e o bem-estar dos pacientes, mas também têm um impacto significativo nos recursos do sistema de saúde, tanto público quanto privado. O estudo constatou que os pacientes admitidos na UTI após um evento adverso geraram custos adicionais, incluindo exames, medicações e procedimentos extras. Além disso, esses casos muitas vezes resultam em litígios judiciais, aumentando ainda mais os custos e as complicações para todas as partes envolvidas.
Consequências jurídicas e indenizações
Os casos de erro médico podem levar a consequências jurídicas sérias, com indenizações que podem ultrapassar facilmente os R$100 mil. Em situações extremas, essas indenizações podem chegar a valores ainda mais altos, dependendo do dano causado ao paciente. Thayan destaca que é fundamental contar com orientação jurídica especializada desde o início para maximizar as chances de obter uma compensação justa em casos de erro médico.
Prevenção e melhoria da segurança do paciente
Diante dessas descobertas preocupantes, torna-se claro que medidas eficazes são necessárias para melhorar a segurança do paciente e prevenir erros médicos. Programas de qualidade e segurança podem desempenhar um papel crucial nesse sentido, fornecendo orientações e protocolos que ajudam a minimizar o risco de erros e adversidades nos cuidados de saúde.
Estudo contundente
O estudo realizado pelos médicos intensivistas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo lança luz sobre uma questão crítica na área da saúde: os erros médicos e seu impacto nas internações em UTIs. Essas descobertas destacam a necessidade urgente de medidas para melhorar a segurança do paciente e prevenir erros médicos, garantindo que todos tenham acesso a cuidados de saúde seguros e de qualidade. Além disso, enfatizam a importância da advocacia especializada e do sistema jurídico em lidar com casos de erro médico de forma justa e eficaz.
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