Fintech Leve mostra relação com o dinheiro
Um levantamento da fintech Leve aponta que 55% dos trabalhadores gastam tudo ou mais do que recebem, enquanto 45% dizem gastar “um pouco menos” ou “muito menos”. O estudo revela ainda que 35% dos entrevistados conseguiriam manter o padrão de vida por apenas três semanas, se parassem de trabalhar hoje. Quase 42% disseram até cinco meses e 23% por seis meses ou mais. Quando o assunto é gerenciamento de dívidas (financiamentos, empréstimos e parcelamento de cartão de crédito), 25% têm mais dívidas do que podem pagar; 46% têm dívidas, mas conseguem manter sob controle, e 29% garantem não ter dívidas. A pesquisa também perguntou sobre como cada um “avaliaria ter crédito na praça” (uma autoavaliação do score de crédito). Mais de 30% afirmaram estar ruim, enquanto mais de 53% revelaram estar “ok” ou “muito bom”. E 16% não souberam responder. Na pergunta “Você concorda com a afirmação: ‘Tenho um planejamento financeiro?”, 42% concordaram, 35% discordaram e 23% não concordaram, nem discordaram. Sobre pagar contas em dia nos últimos 12 meses, 61% dos participantes disseram que pagam todas. 39% responderam “quase todas”, “um pouco mais que a metade”, “algumas” e “poucas”. “Sabemos que educação financeira é um grande problema no Brasil e que muitas empresas desconhecem a relação de seus colaboradores com dinheiro”, afirma Gustavo Raposo, cofundador e CEO da Leve.
Como vocês analisam o ecossistema das fintechs atualmente?
O cenário está bastante aquecido. Houve uma primeira onda de empresas inovadoras que anteviram a mudança na regulamentação. Após isso, uma segunda onda que explorou todos os ângulos possíveis e agora uma terceira de empresas copiando empresas e empresas copiando modelos internacionalmente validados. Além disso, o volume de liquidez no mercado ajudou a criar negócios grandes muito rápido, isso somado a ineficiência dos bancos tradicionais tornou o mercado muito atrativo para essas novas operações.
O que existe de mais interessante no mercado e que as pessoas ainda não se deram conta?
Muitos produtos digitais não atendem o consumidor de maneira eficiente ou atende apenas uma parte. E esse fato ainda é muito pouco explorado. Todas as empresas novas são baseadas em uma jornada 100% digital, feita em um iPhone, enquanto a realidade da população brasileira ainda é um celular de 4 anos atrás, sem franquia de dados. É preciso repensar o modo de fazer negócios digitais a fim de atingir toda a população.
Como você define o bem-estar financeiro nesse cenário?
Nos últimos anos, vários negócios surgiram com a premissa de levar bem-estar financeiro. O que vemos são muitas soluções pontuais que não resolvem os problemas de verdade e não garantem o prometido bem-estar financeiro. Hoje, 60% da população brasileira está endividada. Isso acontece porque as pessoas não sabem lidar com o seu dinheiro e acabam gastando mais do que ganham (vimos isso na nossa pesquisa com colaboradores, onde foi levantado que 55% dos colaboradores entrevistados gastam tudo ou mais que ganham). Acreditamos que para proporcionar bem-estar financeiro precisamos atuar de forma completa, proporcionando uma mudança de hábitos e transformando a relação das pessoas com o dinheiro a longo prazo.
A Leve surge com esse intuito?
Sim, o objetivo da Leve é proporcionar bem-estar financeiro de verdade. Fazemos isso através de consultorias financeiras com profissionais especializados e recursos financeiros inteligentes. Tudo isso em um aplicativo fácil de usar, onde o colaborador realiza seu diagnóstico financeiro e é conectado a um consultor para trilhar a jornada de bem-estar financeiro. Pegamos na mão de cada colaborador, ouvimos sua situação sem julgamentos e procuramos a melhor solução para cada caso.
Quais os grandes pilares da fintech?
Credibilidade – Nossos consultores têm como único objetivo encontrar a melhor solução para cada caso. Acolhimento – Ouvimos sem julgamento e orientamos numa linguagem simples e acessível. Sigilo – Todas as questões e necessidade que o colaborador divide na consultoria são sigilosas.
Como funciona o monitoramento da saúde financeira da Leve?
Nosso monitoramento é feito através de uma metodologia própria que chamamos de Índice de Leveza Financeira. No primeiro acesso à plataforma, o colaborador responde a 8 perguntas qualitativas sobre seus hábitos e histórico financeiro e, com base nessas respostas, identificamos a situação financeira dele como: vulnerável, sobrevivente ou saudável. A partir desse diagnóstico, sugerimos ações personalizadas e através das reuniões com o consultor financeiro, acompanhamos a evolução de cada caso.
Por que o foco nos colaboradores das empresas?
O retorno para o RH é imediato e o impacto na produtividade das empresas é claro. Estamos atacando uma parte do problema de educação financeira no Brasil. Focamos nos 60MM de CLTs e acreditamos que isto fará um impacto na sociedade. Pois, teremos trabalhadores mais produtivos, empresas mais produtivas e, no fim, uma população mais saudável financeiramente.
Como tem sido o feedback desses colaboradores?
Recebemos feedbacks incríveis! Tanto dos RHs, que estão sendo reconhecidos pelo seu cuidado e preocupação com os colaboradores, como dos próprios colaboradores que têm conseguido vencer desafios e realizar sonhos. Hoje, os colaboradores que fazem a consultoria com a Leve economizam, em média, R$1405 por ano.
Quais têm sido as tarefas mais recorrentes da startup?
Trabalhamos bastante com trocas de dívidas, redução de gastos mensais, construção de reserva de emergência e investimentos.
Como a Leve tem ajudado as pessoas a pegar um empréstimo mais competitivo?
Antes de tudo, avaliamos com os colaboradores a real necessidade do empréstimo, a fim de que eles evitem novas dívidas sem motivos. Depois disso, avaliamos as opções disponíveis no mercado e ajudamos a analisar as taxas de juros e valores da parcela. Nossos clientes também podem optar pelo empréstimo consignado com a Leve. Como temos a parceria com as empresas e realizamos o desconto direto em folha, conseguimos oferecer taxas mais atrativas que os bancos e instituições financeiras.
A startup está no estágio que esperava?
Como empreendedor, sempre queremos ser maiores e mais rápido. Estamos no estágio que deveremos estar, frente ao cenário que enfrentamos desde a fundação.
Última atualização da matéria foi há 3 anos
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