Investidores rejeitam propostas de proventos
Os investidores estão cada vez mais relutantes em aprovar propostas de remuneração apresentadas por companhias abertas brasileiras. Dados coletados nas assembleias de acionistas de empresas que compõem o Ibrx50, realizadas entre 2020 e 2023, apontam para essa tendência de resistência crescente. No ano passado, a taxa média de aprovação das propostas de remuneração caiu para 91,1%, uma queda significativa em relação aos 95,3% registrados em 2022. Esta análise é parte do estudo Lighthouse Brazil 2023-2024, conduzido pela Morrow Sodali, uma consultoria global de serviços estratégicos de governança.
Tendências de aprovação nas assembleias
A queda na taxa de aprovação das propostas de remuneração em 2023, que atingiu seu ponto mais baixo desde 2020, indica uma mudança na atitude dos investidores. O percentual de aprovação caiu para 91,1%, próximo ao mínimo histórico de 90,2% registrado em 2020. Este declínio sugere que os investidores estão menos dispostos a aceitar pacotes de remuneração que não apresentam justificativas claras ou que não estão alinhados com o desempenho da empresa. As consultorias de voto, como a Institutional Shareholder Services (ISS), têm desempenhado um papel crucial nesta mudança ao recomendar votos contrários com maior frequência.
O papel das consultorias de voto
A ISS recomendou voto contrário a 37% das propostas de remuneração de executivos das empresas do IBr-X 50 em 2023, um aumento em relação aos 34% do ano anterior. Este aumento interrompeu uma tendência de queda nas recomendações contrárias, que haviam diminuído de 39% em 2021 para 33% em 2022. A crescente recomendação de votos contrários reflete uma demanda por maior transparência nas propostas de remuneração. Agnes Blanco Querido, diretora-geral da Morrow Sodali no Brasil, destaca que os investidores estão menos tolerantes a políticas de remuneração mal fundamentadas ou pouco transparentes.
Impacto do cenário macroeconômico
Nos anos anteriores, a tolerância das consultorias de voto foi influenciada pelo cenário macroeconômico adverso e pela pandemia. No entanto, com a melhora das condições econômicas, a expectativa é que as companhias sejam mais transparentes e precisas ao fundamentar suas propostas de remuneração para obter o apoio dos acionistas. A transparência e a fundamentação sólida são essenciais para conquistar a confiança dos investidores e garantir a aprovação das propostas de remuneração nas assembleias.
Expectativas dos investidores estrangeiros
A questão da remuneração é particularmente relevante para investidores estrangeiros, que estão acostumados a um alto nível de detalhamento e transparência nas informações sobre a remuneração de conselheiros e diretores. Em mercados como os Estados Unidos, é prática comum que as empresas divulguem a remuneração individual de cada diretor, o que proporciona maior clareza e confiança aos investidores. No Brasil, as empresas tendem a seguir apenas as regulamentações mínimas, informando a média, a maior e a menor remuneração individual entre conselheiros e diretores, o que pode não ser suficiente para atender às expectativas dos investidores estrangeiros.
Recomendações para as AGOs de 2024
Para a temporada de 2024, a Morrow Sodali destaca a importância de seguir as políticas das agências de proxy, recomendando que os investidores votem contra propostas de remuneração que não sejam adequadamente fundamentadas. Em especial, a recomendação é para se avaliarem criticamente aumentos significativos na remuneração de conselheiros de administração, conselheiros fiscais e diretores. A ISS, por exemplo, modificou sua política sobre remuneração, com diretrizes que entraram em vigor em fevereiro de 2024, focando na pertinência das propostas de aumento, no alinhamento com a performance de longo prazo da companhia e na estratégia do negócio.
Alinhamento com a performance e transparência
A mudança na política da ISS destaca a necessidade de que as propostas de remuneração estejam alinhadas com a performance de longo prazo da empresa e que sejam transparentes em relação aos incentivos de curto e longo prazos. As empresas devem justificar a magnitude dos aumentos propostos e demonstrar como esses aumentos estão ligados ao retorno total ao investidor nos três anos anteriores. Essa abordagem busca garantir que os pacotes de remuneração sejam justos e motivem os executivos a alcançar metas que beneficiem tanto a empresa quanto os acionistas.
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