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Carlos Pitchu quer propor novos caminhos criativos

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Formado em Design de Produtos, especializado em Marketing com Master of Business Administration, Carlos Pitchu começou a empreender na internet em 1995, comandando agências digitais e operações pontocom. Foi um dos fundadores e CEO da Salve, agência pure digital, parte do Grupo ABC. Em 2017, junto com Alcir Gomes Leite, comandou a fusão da Salve com a LDC, uma das agências mais criativas do mercado brasileiro, dando vida à SalveTribal Worldwide (agora Tribal Worldwide), da qual é copresidente. Pitchu já trabalhou com marcas como: Petrobras, Renault, MasterCard, Claro, Banco Real, Natura, Riot Games, Caloi e Ambev. “O erro mais recorrente e perigoso é a falta de profundidade, falta de planejamento e o imediatismo de certas empresas. A grande maioria dos desastres, nascem na fonte e não nas agências. Nosso papel é negar aquilo que começa errado, mas nem sempre isso acontece, infelizmente. Especificamente no digital, um erro que ainda aparece é o de acreditar que o online é onde se pode fazer as coisas mais baratas. Isso é uma ilusão possível nesse meio, pois, é onde se pode fazer compras fracionadas. Porém, pra construir cases relevantes, é preciso de cobertura e frequência, como em qualquer lugar. (…) O que mais me frustra é que não somos mais empresas de inovação de verdade. Nossos modelos de negócios e a estrutura de capital das holdings cobram resultados imediatos”, afirma o publicitário.

Carlos, o que é crucial em uma agência de publicidade num mundo altamente conectado?

Costumo dizer que precisamos de desapego. Tudo muda rápido demais atualmente e as agências, por incrível que pareça, são super dogmáticas e apegadas a modelos e práticas padrão. Pra se perpetuar hoje em dia, não é mais defendendo um determinado status, pelo contrário, é preciso ser desapegado de qualquer formato.

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Na Tribal isso foi encontrado?

Totalmente. Nossa essência é a de questionar e propor novos caminhos para nossos clientes e para as pessoas que colaboram no nosso dia a dia. Nosso maior desapego hoje em dia está ligado ao modelo econômico que adotamos. Não temos rabo preso com nenhum sistema de remuneração. Criamos soluções caso a caso, como for mais justo e transparente pra cada contexto.

Ainda falando da Tribal, quais são os pilares que norteiam o trabalho da agência?

Somos uma agência de Brand Experience. Pensamos em todos os canais que constroem uma marca ao longo de uma jornada completa de consumo. Outro pilar importante é o da efetividade. Estamos investindo bastante na criação de modelos de mensuração de eficiência pra que as melhores decisões de comunicação possam ser tomadas.

Qual a análise que você faz da entrada das consultorias no mercado de comunicação?

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Acho bastante valioso pra nossa indústria. Se estes gigantes estão investindo milhões é porque se trata de uma atividade relevante. O que percebo é que nós estamos abraçando rápido boa parte do diferencial técnico que eles trouxeram, assim como eles também estão tentando criar histórias e conteúdo, como fazemos há um século. Num futuro próximo saberemos quais os players que se saíram mais e menos vitoriosos desse processo competitivo.

O que diferencia uma agência como a Tribal destas consultorias?

Temos um componente fortíssimo de arte, storytelling e design. Já sabemos gerir e cooptar talentos. Temos metodologias e foco nessa prática. Isso ainda nos torna diferenciados de consultorias. Não sei se pra sempre, mas por hora essa ainda é uma vantagem num ambiente onde é preciso construir relevância.

Para onde você acredita que caminha a publicidade?

São três grandes mudanças a médio e longo prazo na minha opinião. Primeiro o fim da corretagem. Nossa atividade fundamental não será mais a intermediação de veiculação. Em segundo lugar, precisamos pensar na integralidade da atuação das marcas e não só em anúncios. E por fim, seremos altamente científicos e assertivos na escolha de meios e formatos.

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O glamour está chegando ao fim no mundo publicitário?

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Como venho de digital desde os anos 90, eu nunca vivi muito esse tal glamour. Acho que está no final sim, mas não é algo exclusivo da nossa indústria. Glamour em torno de profissões de todos os tipos chega ao fim. Trabalhar loucamente não tem nada de glamouroso. Bacana mesmo é viver a vida e fazer o bem pras pessoas. O mundo evoluiu, ainda bem.

Quais os erros mais comuns das empresas (que já foram suas clientes) que atuam no digital?

O erro mais recorrente e perigoso é a falta de profundidade, falta de planejamento e o imediatismo de certas empresas. A grande maioria dos desastres, nascem na fonte e não nas agências. Nosso papel é negar aquilo que começa errado, mas nem sempre isso acontece, infelizmente. Especificamente no digital, um erro que ainda aparece é o de acreditar que o online é onde se pode fazer as coisas mais baratas. Isso é uma ilusão possível nesse meio, pois, é onde se pode fazer compras fracionadas. Porém, pra construir cases relevantes, é preciso de cobertura e frequência, como em qualquer lugar.

E quais os erros mais comuns de uma agência que investe no digital?

O erro campeão em recorrência é criar uma área de digital comandada por um head of digital. Aí começa bem errado. Digital não é área, é uma realidade onipresente. Tem que ser incorporado nas agências integralmente.

O que é frustrante no mercado publicitário do nosso país atualmente?

O que mais me frustra é que não somos mais empresas de inovação de verdade. Nossos modelos de negócios e a estrutura de capital das holdings cobram resultados imediatos, o que anula a ideia de investir em prazo mais longo. O Vale do Silício inova, se torna relevante, massifica e só então vai pensar em monetizar. Na nossa indústria isso não acontece. Só criamos lucro imediato e não criamos valor.

E o que é mais motivador?

Essa sensação vertiginosa de profunda mudança é o que mais me motiva. Uma indústria posta em xeque é um poço de oportunidades pra quem gosta de empreender e sabe praticar o desapego.

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Última atualização da matéria foi há 2 anos


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