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Jorgina de Freitas: a fraudadora-mor do Brasil

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Jorgina Maria de Freitas Fernandes, uma advogada e ex-procuradora previdenciária, ficou conhecida por organizar um dos maiores esquemas de desvio de verbas de aposentadoria na história do Brasil. O “Caso Jorgina de Freitas” abalou as estruturas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e revelou uma trama complexa de corrupção que perdurou por anos. O montante inicialmente estimado em 550 milhões de reais cresceu para 1,2 bilhão de reais, e a Advocacia-Geral da União (AGU) afirmou que a fraude atingiu a impressionante marca de aproximadamente dois bilhões de reais.

O julgamento e a punição: 14 anos de prisão e fuga internacional

Em 1992, Jorgina de Freitas foi condenada a 14 anos de prisão por seu envolvimento no desvio de 310 milhões de dólares dos cofres da Previdência, sendo apenas 82 milhões recuperados. Contudo, sua pena só iniciou cinco anos depois, após uma série de reviravoltas e uma fuga internacional. A quadrilha, composta por 315 pessoas, incluindo advogados, juízes, funcionários do Judiciário e procuradores do INSS, foi desmascarada quando uma investigação interna do INSS revelou o desvio de 90 milhões de reais.

A descoberta do esquema fraudulento começou com a denúncia envolvendo o então ministro da Previdência, Antônio Rogério Magri. Após a condenação, Jorgina de Freitas fugiu para o exterior, passando pelo Paraguai e pelos Estados Unidos antes de decidir permanecer na Costa Rica, buscando escapar das consequências legais no Brasil. Somente em 1997, entregou-se às autoridades da Costa Rica e foi repatriada.

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Cirurgias plásticas e cassação do registro profissional: os desdobramentos da fuga

Durante o período em que esteve foragida, Jorgina de Freitas submeteu-se a cirurgias plásticas, buscando alterar sua identidade para evitar a captura. Enfrentando acusações de fraudar os cofres nacionais, teve seu registro profissional cassado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em 21 de fevereiro de 2001. A busca por justiça continuou, e parte do dinheiro desviado para outros países foi recuperado.

A vida na prisão e a liberdade condicional: miss penitenciária e o leilão dos bens

Após sua repatriação, Jorgina de Freitas foi detida em regime fechado no Instituto Penal Talavera Bruce, onde surpreendentemente coordenava o concurso “Miss Penitenciária”. Em janeiro de 2007, transferida para outro presídio no Rio de Janeiro, obteve a prerrogativa do regime semiaberto, possibilitando sair para trabalhar e retornar apenas para dormir na penitenciária.

Em maio de 2010, com mais de 69 milhões de reais devolvidos, Jorgina de Freitas foi condenada a devolver 200 milhões de reais, juntamente com o contador Carlos Alberto Mello. Todos os bens dos envolvidos foram destinados a leilão, buscando ressarcir os danos causados pela fraude. Surpreendentemente, em 12 de junho de 2010, após 14 anos de prisão, Jorgina de Freitas foi liberta, marcando o desfecho de uma saga que deixou marcas profundas na história da corrupção no Brasil.

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Jorgina de Freitas e o combate à corrupção

Com a morte de Jorgina de Freitas em julho de 2022, encerra-se definitivamente o capítulo dessa história controversa e marcada por crimes de corrupção que abalaram as estruturas do país. Seu falecimento põe fim a uma trajetória que começou com a organização de um esquema bilionário de desvio de verbas previdenciárias e culminou em uma série de eventos dramáticos, desde a fuga internacional até sua condenação e subsequente liberdade condicional.

O “Caso Jorgina de Freitas” não é apenas um registro histórico, mas também uma lição sobre a importância de fortalecer as instituições e aprimorar os mecanismos de controle para prevenir a ocorrência de fraudes semelhantes. A punição tardia e a liberdade condicional de Jorgina de Freitas destacam as lacunas no sistema jurídico e reforçam a necessidade contínua de aprimoramento na luta contra a corrupção.

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Última atualização da matéria foi há 11 meses


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