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Jorginho Guinle: glamour e fim sem grana

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Jorge Eduardo Guinle, ou Jorginho Guinle, como era conhecido, nasceu em 5 de fevereiro de 1916, em Petrópolis, Rio de Janeiro, em uma família abastada. Desde cedo, foi inserido nos círculos mais seletos da sociedade brasileira, onde sua personalidade carismática e seu estilo de vida extravagante o destacavam. O termo “playboy”, que descreve um homem rico e elegante dedicado ao prazer, foi uma criação midiática que se encaixava perfeitamente na figura de Guinle.

Deslumbramento nas festas e romances

A vida de Guinle era uma sequência de festas luxuosas, viagens ao redor do mundo e romances efêmeros com algumas das mulheres mais deslumbrantes da época. Seus relacionamentos com figuras como Marilyn Monroe, Rita Hayworth e Jayne Mansfield eram frequentemente destaque nos tabloides da época. A ascensão da técnica fotográfica nas revistas de grande circulação permitiu a divulgação dessas conquistas, transformando o playboy em uma figura de grande exposição midiática.

Fortuna e paixão pelo jazz

Guinle era herdeiro de uma fortuna estimada em cerca de 100 milhões de dólares, o que lhe proporcionava um estilo de vida luxuoso e extravagante. Além de suas festas e romances, ele também era conhecido por sua paixão pelo jazz. Ele não apenas apreciava o gênero musical, mas também contribuiu para sua disseminação no Brasil, tornando-se autor da primeira obra sobre o jazz no país.

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Declínio financeiro, insolvência, além de estar entre os grandes playboys da história do jet set mundial

Apesar da aparente abundância de sua fortuna, a imprudência financeira de Guinle o levou à beira da falência. Em 2010, sua conduta foi analisada sob a ótica da economia pessoal por Moshe A. Milevsky e Anna Abaimova, no livro “Retirement Income Redesigned: Master Plans for Distribution”. Guinle fazia parte do seleto grupo de playboys da época, que incluía nomes como Porfirio Rubirosa, Ali Khan, Bob Zagury, Baby Pignatari e Gunter Sachs, todos conhecidos por sua riqueza e extravagância. Seu orgulho em nunca ter trabalhado em sua vida, expresso em sua autobiografia “Um Século de Boa Vida”, tornou-se uma ironia cruel quando ele foi forçado a encarar a realidade de sua própria insolvência.

Os últimos dias de uma vida intensa

Jorginho Guinle sofrera um aneurisma da aorta abdominal e fora internado no hospital municipal de Ipanema, com um quadro de desidratação, desnutrição e arritmia cardíaca. Porém, perto de morrer, ele assinou um termo de responsabilidade e deixou as instalações médicas, pois, queria passar seus últimos instantes “no céu” – como chamava seu quarto de número 153 no Copa, com vista para o mar. Foi levado pelo caçula, Gabriel; no hotel teve por última refeição estrogonofe de frango, milk-shake de baunilha e sorvete de framboesa; antes de deitar-se ele tomou um chá-inglês, ouviu John Coltrane e, às quatro horas da madrugada de 5 de março de 2004, encerrou a vida. Seguindo suas orientações, não houve cerimônia religiosa em seu velório, que ocorreu no Cemitério São João Batista, onde foi sepultado às 11h40 do dia seguinte à sua morte.

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Legado e reflexão

Apesar de sua queda financeira e dos escândalos que marcaram sua vida, o legado de Jorginho Guinle transcende os excessos e as extravagâncias. Sua história é um testemunho de sua personalidade carismática e de sua determinação em viver a vida ao máximo. Seu estilo de vida tumultuado o transformou em uma figura trágica, mas também em um símbolo duradouro de uma era de glamour e indulgência.

Busca pelo equilíbrio

Ao refletirmos sobre a vida de Guinle e seu papel como um dos principais playboys do século XX, somos confrontados com questões sobre o significado da felicidade e do sucesso. Sua busca implacável pelo prazer imediato destacou a importância da responsabilidade financeira e da moderação nos desejos. Enquanto seguimos nossos próprios caminhos na vida, podemos encontrar inspiração na jornada tumultuada de Jorginho Guinle, lembrando-nos de buscar um equilíbrio entre o prazer transitório e a verdadeira felicidade duradoura.

Última atualização da matéria foi há 10 meses

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