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David Graiver: o que ocorreu com o magnata?

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A trajetória de David Graiver é uma das mais intrigantes da história argentina. Magnata de múltiplos negócios, Graiver transitou entre diferentes universos políticos e financeiros, tecendo uma rede de relações que incluía grupos guerrilheiros, a ditadura militar argentina, empresários de mídia e até a Igreja Católica. Sua ascensão meteórica como banqueiro e investidor internacional fez dele uma das figuras mais poderosas da Argentina nos anos 1970, enquanto sua morte prematura, cercada de mistério, alimentou especulações sobre um possível assassinato.

Nascido em 1941, Graiver construiu um império financeiro com tentáculos em diversos setores. Dono de bancos em diferentes países, ele também se envolveu na indústria de papel e no setor imobiliário, tornando-se um dos empresários mais influentes da Argentina. Sua proximidade com os Montoneros – o grupo guerrilheiro peronista de esquerda – foi um dos aspectos mais controversos de sua vida, especialmente considerando que ele também mantinha laços com membros do regime militar.

A morte de Graiver, oficialmente atribuída a um acidente de avião em 1976, nunca foi completamente esclarecida. Muitos acreditam que ele foi vítima de um atentado ou de uma operação de queima de arquivo, devido ao conhecimento privilegiado que detinha sobre transações financeiras envolvendo diversos atores políticos e econômicos. O destino de sua fortuna e o embate pelo controle de suas empresas também levantaram suspeitas, com desdobramentos que impactaram a história do jornalismo argentino e o domínio da produção de papel para jornais.

A ascensão de um magnata multifacetado

Graiver iniciou sua carreira no setor financeiro e rapidamente expandiu seus negócios para os Estados Unidos, Israel e outros países. Criou um império que incluía bancos como o Banco Comercial de La Plata e o American Bank & Trust, além de investimentos imobiliários e indústrias estratégicas. Sua capacidade de transitar entre diferentes setores e sua proximidade com políticos e empresários o tornaram um dos mais influentes homens de negócios da Argentina.

O enigmático vínculo com os Montoneros

Um dos aspectos mais controversos de sua trajetória foi sua suposta relação com os Montoneros. Há evidências de que ele administrou parte do dinheiro obtido pelo grupo guerrilheiro em sequestros e extorsões. Documentos indicam que Graiver teria sido o responsável por lavar milhões de dólares pertencentes aos Montoneros, garantindo que os fundos fossem aplicados e geridos de forma segura no exterior.

Relações ambíguas com a ditadura militar argentina

Ao mesmo tempo, em que mantinha laços com os Montoneros, Graiver também cultivava relações com setores do regime militar. Isso gerou desconfiança entre ambos os lados. Após sua morte, sua viúva e outros membros de sua família foram perseguidos e presos pela ditadura, acusados de envolvimento na administração dos fundos dos Montoneros. O regime buscava recuperar esses recursos e eliminar possíveis testemunhas que pudessem comprometer o aparato repressivo.

O papel estratégico na indústria de papel

A presença de Graiver na indústria de papel jornal trouxe implicações que ultrapassaram sua morte. Ele possuía participação na Papel Prensa, a maior produtora de papel para jornais da Argentina. Após sua morte, sua família foi pressionada a vender sua participação para o Grupo Clarín, La Nación e La Razón, em um processo controverso que envolveu coação e tortura. Esse episódio marcou a relação entre a mídia e a ditadura militar.

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Negócios imobiliários e a expansão internacional

Além dos bancos e da indústria de papel, Graiver tinha forte presença no setor imobiliário. Seus investimentos em Manhattan, especialmente na compra e gestão de edifícios comerciais, o colocaram no radar dos grandes empresários globais. Ele também possuía laços com investidores israelenses e norte-americanos, ampliando sua rede de influência para além da Argentina.

A morte misteriosa e as teorias de conspiração

Oficialmente, Graiver morreu em um acidente de avião em agosto de 1976, na região de Guerrero, no México. No entanto, desde então, surgiram diversas teorias sugerindo que sua morte teria sido um assassinato encomendado por agentes militares ou por rivais empresariais. As inconsistências nos relatos do acidente, somadas à rapidez com que sua fortuna foi disputada, fortaleceram suspeitas de que sua eliminação foi deliberada.

O legado e a disputa por sua herança

Após sua morte, sua família enfrentou perseguições e um longo litígio pelo controle de suas empresas. A venda da Papel Prensa, em especial, se tornou um dos casos mais emblemáticos da relação entre mídia e política na Argentina. Décadas depois, a memória de Graiver ainda é cercada de mistério, e sua trajetória continua a ser objeto de estudos e investigações sobre os meandros do poder na Argentina dos anos 1970.


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