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Kylie Jenner, Disney, CO₂…

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Nem todo mundo tem tempo (ou estômago) para acompanhar o noticiário inteiro. É guerra lá fora, escândalo aqui dentro, político fazendo dancinha no TikTok e economista prometendo milagre com inflação alta. Enquanto isso, você tenta sobreviver à vida real. A gente entende.

Por isso nasceu o Condensado: uma dose diária de realidade em 6 tópicos, com informação quente, ironia fria e aquele comentário ácido que você gostaria de ter feito — mas estava ocupado demais trabalhando pra pagar o boleto.

Aqui não tem enrolação, manchete plantada ou isenção fake. Tem olho cirúrgico e língua solta. O que rolou (ou rolará) de mais relevante no Brasil e no mundo vem aqui espremido em 10 linhas (ou menos) por item. Porque o essencial cabe — e o supérfluo, a gente zoa.

Informação? Sim. Respeito à inteligência do leitor? Sempre. Paciência com absurdos? Zero.

Bem-vindo ao Condensado. Pode confiar: é notícia, com ranço editorial.

Soja, óleo e fé: produtores de biocombustíveis apostam na “mágica verde” para lucrar enquanto salvam o planeta que estão queimando

Os grandes produtores de biocombustíveis do Brasil estão rindo à toa — e de preferência com etanol nos dentes. O setor trabalha com projeções “aditivadas”, como se o futuro fosse movido a biodiesel e otimismo. Espera-se que 60 milhões de toneladas de grãos sejam esmagadas este ano, o equivalente a transformar boa parte do campo em combustível para SUVs urbanos com adesivo de “Salve a Amazônia”. A mistura de biodiesel no diesel comum subiu de 14% para 15%, o suficiente para políticos sorrirem em coletivas sobre “energia limpa”, enquanto desmatam o cerrado com a outra mão. A rentabilidade cresce com a exportação de óleo e proteína vegetal, já que China, Índia e União Europeia decidiram que é melhor cheirar fumaça de soja do que petróleo russo. No fundo, o Brasil é aquele aluno que copia a lição de casa climática dos ricos, mas faz isso vendendo o lápis.

Direita sem Bolsonaro é feijoada sem feijão: planos, substitutos e um vice que nunca vem

A direita brasileira, órfã de Bolsonaro e sua retórica de churrasco, ensaia uma sucessão digna de novela mexicana sem protagonista. Eduardo não volta dos EUA, Michelle pode disputar o Senado (com bênção celestial incluída), e Flávio tenta segurar o nome da família no mapa político. O sonho presidencial, por ora, repousa nas planilhas de Romeu Zema — que aceitaria ser vice, mas não o vilão. Teresa Cristina tenta vender serenidade a um eleitorado viciado em caos, enquanto Ciro Nogueira finge não ter pretensões — o que em Brasília é a senha para tê-las todas. Tarcísio de Freitas já foi o “messias possível”, mas agora parece gerente de obra pública. Ronaldo Caiado e Ratinho Jr. entram no rodízio dos “talvez”. Enquanto isso, na Faria Lima, já falam de um “Lula 4” com a naturalidade de quem renova o streaming. O poder, no Brasil, sempre dá replay.

Kylie Jenner canta, e o capitalismo dá um passo além: a era do auto-cover como forma de investimento emocional

Kylie Jenner decidiu que ainda não tinha explorado todos os códigos do capitalismo contemporâneo: virou cantora. O single “Fourth Strike”, lançado para celebrar os 10 anos de sua marca de beleza, é o equivalente sonoro a um batom de 500 dólares. A faixa, parceria com o grupo Terror Jr, revisita a campanha de 2016 e reativa seu alter ego “King Kylie” — uma espécie de fantasma digital de quando o Tumblr ainda fazia sentido. Nostalgia, marketing e estética retrô dos próprios 20 anos: Jenner transformou o tempo em mercadoria e o passado em ativo. O clipe, dirigido por Colin Tilley, é uma ode à autossimulação: ela canta o que um dia fingiram que ela cantava. Agora, de fato, canta — e ninguém sabe se isso é avanço ou colapso. Entre um Rolls-Royce ao pôr do sol e uma legenda no Instagram prometendo “mais uma surpresa”, Jenner prova que o pós-ironia é um mercado.

Jenner decidiu que ainda não tinha explorado todos os códigos capitalistas (Foto: Wiki)
Jenner decidiu que ainda não tinha explorado todos os códigos capitalistas (Foto: Wiki)

Disney faz 102 anos: o ratinho que virou deus corporativo e dono da imaginação mundial

Em 16 de outubro de 1923, dois irmãos de bom humor e pouco dinheiro fundaram o império que transformaria um rato em monarca universal. A The Walt Disney Company completa 102 anos sendo simultaneamente fábrica de sonhos, tribunal moral e banco de dados da infância global. O que começou com um traço de otimismo virou o mais sofisticado aparato de colonização simbólica já inventado. Hoje, a empresa compra narrativas como quem compra chicletes — Marvel, Pixar, Fox — e continua vendendo a fantasia de que o bem sempre vence, desde que pague assinatura. Walt, se vivo, talvez se orgulhasse: seus herdeiros digitalizaram o “felizes para sempre” e o transformaram em conteúdo on demand. A moral da história é simples: a Disney não apenas moldou o imaginário, mas o patenteou.

Leia ou ouça também:  The Economist, Lula, Herzl...

CO₂ em alta: humanidade insiste em cozinhar a si mesma em fogo lento gourmet

A OMM lançou novo boletim e, pasme, o planeta continua em modo forninho. A concentração de dióxido de carbono atingiu níveis inéditos, o maior aumento desde que os humanos começaram a medir o próprio desastre em 1957. Metano e óxido nitroso também quebraram recordes, como se houvesse competição. As causas? Atividades humanas e incêndios florestais — ou, em resumo, a vida como ela é. Os oceanos já não dão conta de absorver o excesso; estão cansados, quentes e ácidos como um café requentado. O círculo vicioso está formado: quanto mais aquece, menos absorve, e quanto menos absorve, mais aquece. Os dados chegam às vésperas da COP30, em Belém, onde líderes mundiais vão discursar entre uma tapioca e uma promessa que ninguém cumprirá. O planeta arde, mas pelo menos o evento terá cobertura 4K.

Lula, Trump e a química internacional: quando a diplomacia vira sitcom

Lula resolveu transformar a diplomacia em stand-up. Brincou dizendo que “não pintou química com Trump, pintou uma petroquímica”, arrancando risos e manchetes. O comentário, feito no Dia dos Professores, virou a lição de que ironia ainda é arma de Estado. Depois de um breve tête-à-tête na ONU e uma ligação de 30 minutos sobre tarifas, ambos juram que a relação é “amigável”. Traduzindo: ninguém confia em ninguém, mas dá pra tirar uma foto sorrindo. A nova fase da política externa brasileira parece baseada em trocadilhos, abraços protocolares e a convicção de que, no fundo, todos preferem o show à diplomacia. Lula tem o timing de um humorista, Trump o ego de um império, e juntos produzem o tipo de diálogo que nenhum roteirista da HBO teria coragem de escrever. E o público? Ri para não aquecer.

Soja, óleo e fé

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Disney faz 102 anos

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