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Do lado de lá com John Ford

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John Ford (1894–1973), nascido John Martin Feeney em Cape Elizabeth, foi o contador de mitos que ensinou Hollywood a traduzir horizontes em sentimento. Não fazia apenas filmes — compunha paisagens humanas, onde o deserto, a praça da cidade e a estrada eram personagens com vontade própria. Trabalhou com simplicidade aparentemente dura: enquadramentos que respiram, cortes que respeitam o silêncio, e a sutileza de quem sabe que o que não é mostrado fala mais alto. Entre cavalos, chapéus e estradas de poeira, forjou lendas; era rústico e refinado, sentimental e austero, mestre do faroeste e alquimista do cotidiano. Desconfiava da pose, mas adorava a figura que a postura cria na tela. Seu Stagecoach remodelou o gênero; seus Rastros de Ódio perscruta obsessões; e em Como Era Verde o Meu Vale mostrou que podia extrair épica de mineradores e lares pequenos. John Ford era o diretor que conhecia o silêncio dos planos longos — severo, paternal, irônico, cheio de ternura dura. Viveu intensamente, filmou incessantemente, deixou um cinema que ainda ensina a ver.

12 frases marcantes John Ford:

“A paisagem não é cenário — é memória em expansão.”

“Filmo homens porque o mundo já foi feito pelas mulheres.”

“O cavalo sabe do destino antes do homem.”

“Enquadre o silêncio e ele dirá a verdade.”

“Não confunda simplicidade com pobreza — é economia de alma.”

“A moral de um western mora na sombra do herói, não em sua ação.”

O grande mito John Ford, o poeta das estradas e dos horizontes (Ilustração: Coelho)
O grande mito John Ford, o poeta das estradas e dos horizontes (Ilustração: Coelho)

“A câmera deve ser compassiva — e às vezes impiedosa.”

“O herói não precisa ser justo; precisa ser compreensível.”

“Filmamos para lembrar; o resto é publicidade.”

“Minha lealdade é ao quadro, não à fama.”

“A verdade do Oeste está na pequena cidade que resiste.”

“Cinema é coisa de família: herdamos olhares e passamos costumes.”

Mensagem do Além

Pergunta psicografada para John Ford

(No além, Ford aparece com o velho chapéu, como se tivesse saído do enquadramento de um plano lateral. O rosto é rugoso como mapa — há humor nos olhos e saudade no queixo.)

Pergunta:

Senhor Ford, o que o cinema lhe ensinou sobre a América que filmou?

Resposta psicografada:

“Ensinou-me que a América é feita de gestos pequenos. Não é só choque e bandeira; é o homem que cuida de um cavalo, a criança que aprende a dizer adeus, a praça que guarda ressentimentos como herança. O cinema permite aprisionar esses gestos — e quando o enquadramento é honesto, o espectador reconhece a sua própria casa. Aprendi a preferir a verdade imperfeita à pose limpa; a preferir o riso partido ao discurso perfeito. Se meus filmes durarem, será porque lá encontrei um lugar para as contradições: orgulho e vergonha, coragem e covardia, amor e ruína. E porque, no fim, sempre apontei a câmera para o horizonte — não para decidir o destino, mas para perguntar o que houve ali antes de nós.”

Leia ou ouça também:  Do lado de lá com Maya Angelou

— John Ford, fumando uma memória que cheira a pólvora e chuva.


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