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Do lado de lá com Truman Capote

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Truman Capote (1924–1984), nascido em Nova Orleans, foi a pena mais afiada da solidão americana. Escrevia como quem mira um espelho rachado — vendo o mundo e a si mesmo despidos de ilusões. Pequeno em estatura, mas imenso em vaidade e talento, fez da frase uma joia e da dor, literatura. Capote não descrevia: dissecava. Com um olhar clínico e cruel, arrancava da sociedade americana o verniz da decência e mostrava o que restava — a melancolia, o vazio, a culpa. Era o cronista dos frágeis e o inquisidor dos poderosos. De “Bonequinha de Luxo” a “A Sangue Frio”, sua escrita oscilava entre o encanto e o abismo. O primeiro fez o mundo suspirar com Holly Golightly, símbolo da liberdade disfarçada de fuga. O segundo reinventou o jornalismo literário ao narrar um assassinato real com frieza de cirurgião e compaixão de poeta. Capote escrevia como quem acende um fósforo dentro da própria alma — só para ver o que queima. Seu brilho, no entanto, foi também sua ruína. Amigo das elites que expôs, terminou isolado, traído e traidor, perdido entre festas, garrafas e fantasmas. Morreu em 25 de agosto de 1984, aos 59 anos, num quarto em Los Angeles, cercado por memórias, remédios e o eco de uma frase que nunca terminou. Capote não escrevia para consolar — escrevia para expor. E expor, para ele, sempre foi a forma mais elegante de sangrar.

12 frases marcantes de Truman Capote:

“Todo artista é um mentiroso que diz a verdade.”

“Não existe final feliz — apenas interrupções momentâneas da tragédia.”

“A solidão é a minha cidade natal.”

“Escrever é vingar-se do silêncio.”

“A fama é um espelho que devolve a imagem do que você teme ser.”

“Os ricos não são maus — apenas entediados o suficiente para parecer.”

Truman Capote, o escritor que transformou o abismo em estilo (Ilustração: Coelho)
Truman Capote, o escritor que transformou o abismo em estilo (Ilustração: Coelho)

“A beleza é uma forma de desespero bem iluminada.”

“Sou um realista com pesadelos vívidos.”

“Nada é mais perigoso do que um escritor com memórias.”

“A arte é a vingança dos que observam demais.”

“Nenhuma confissão é completa — apenas bem escrita.”

“A verdade é um luxo que poucos podem pagar.”

Mensagem do Além

Pergunta psicografada para Truman Capote

(No além, Capote aparece em um terno branco impecável, com um copo de martíni flutuando ao lado. Sorri com ironia e tédio, enquanto uma pena dourada escreve sozinha no ar. A luz parece vinda de um abajur de Manhattan, e o silêncio tem cheiro de tinta e cansaço.)

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Pergunta:

Capote, o que a verdade e a ficção lhe ensinaram sobre o ser humano?

Resposta psicografada:

“Aprendi que o ser humano mente até quando jura dizer a verdade. Que a ficção é mais honesta porque admite o disfarce. Eu escrevi sobre assassinos e debutantes, mas, no fundo, eram todos a mesma criatura: solitários buscando aplauso no escuro. A verdade não está nos fatos, está no tom com que são ditos. E o tom — ah, o tom — é o último abrigo da alma. Escrever foi meu vício, minha vingança e meu epitáfio. Se ainda escrevo aqui, é porque o inferno também precisa de bons editores.”

— Capote, ainda polindo frases como lâminas, entre um gole e outro de eternidade.


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