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A experiência jornalística de Ricardo Viveiros

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Ricardo Viveiros atuou em importantes diários, revistas, emissoras de rádio e de televisão, no Brasil e no exterior. Foi coordenador-executivo da visita de S.S. Papa João Paulo II a São Paulo (1980), membro do Conselho de Defesa da Paz (Condepaz) e diretor do Museu Histórico de Fundação da Cidade de São Paulo Pátio do Colégio. Foi consultor na área de Comunicação Social da Fundação Prefeito Faria Lima USP. Prefaciou inúmeros livros e é patrono/paraninfo de diversas turmas de formandos em Comunicação, por todo o país. Recebeu a medalha da Organização das Nações Unidas por um conjunto de matérias sobre “Direitos Humanos”, no Ano Internacional da Paz (1986). Ganhou duas vezes o Prêmio Esso de Jornalismo e foi homenageado como “Cidadão Paulistano” em 2006. Em 1986, Ricardo Viveiros foi uma das personalidades públicas que liderou, no Brasil, o projeto “Um Milhão de Minutos de Paz” e, em 1989, foi um dos embaixadores do projeto “Cooperação Global Para um Mundo Melhor” — ambos de amplitude internacional, promovidos pela Brahma Kumaris University (Índia), em conjunto com a ONU. É autor de 37 livros em distintas áreas, com traduções para outros idiomas e várias reedições. A sua mais recente obra é “Empreender é viver – a trajetória de Alencar Burti” (Editora Gente). É também fundador da assessoria de imprensa Ricardo Viveiros & Associados – Oficina de Comunicação.

O que o senhor acredita que segurará o leitor da primeira até a última página do seu novo livro “Empreender é viver – a trajetória de Alencar Burti?”.

Sem nenhuma pretensão, acho que a bela história da vida do biografado, que conto em estilo reportagem.

Como vê a qualidade do jornalismo na chamada era digital?

Sinto falta de um português correto em boa parte da mídia digital. Há, nesse meio de comunicação, uma suposta certeza de que a forma é mais importante do que o conteúdo. E não é.

Quais as principais mudanças que você observa no jornalismo atual e que não lhe agradam de forma alguma?

A falta de cuidado na apuração dos fatos, no detalhamento da informação, na qualidade do estilo e da linguagem. A ausência de pauteiros criativos, sem perder o compromisso com a verdade. Há muito “mais do mesmo”.

Você também foi editor. Qual será o papel-chave do editor em um ambiente cada vez mais digital?

Fazer as vezes do pauteiro, que está desaparecendo. E, claro, saber orientar a matéria para o real interesse da sociedade, para a prestação de serviços.

Por que o senhor acredita que os grandes veículos de comunicação do nosso país, têm tanta dificuldade de dizer quais são as suas preferências políticas de uma forma mais explícita, como acontece em outras partes do mundo?

Pois, é… Essa é uma posição histórica da imprensa no Brasil, dos donos de veículos, que até hoje não mereceu a devida ruptura. Os meios de comunicação querem universalizar leitores, ouvintes, espectadores e internautas. Com isso, porém, temem tomar posições. E fazem isso de maneira subjetiva, nas entrelinhas. Esquecem que os leitores, ouvintes e espectadores são parte de um grupo em sintonia com o caminho editorial dele. E, portanto, não vai se surpreender se o veículo apoiar uma corrente que está alinhada com o que ele defende. Enfim, essa é uma questão complexa.

O senhor também já foi comentarista político e econômico. Em sua visão, estamos bem servidos nesses dois temas nobres do jornalismo?

Sem dúvida, tanto pela turma mais madura, como pela que está iniciando. Temos bons comentaristas de política e de economia no Brasil. E não é fácil. São duas áreas bem complicadas em nosso país…

Como vê as redes sociais no contexto do jornalismo moderno?

Terra de todo mundo e de ninguém. Qualquer um é jornalista hoje em dia nas redes sociais. Não há credibilidade, porque falta qualidade na informação.

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Algum livro que foi escrito pelo senhor mudou a sua percepção de mundo depois da pesquisa ou mesmo na hora da elaboração e finalização da obra?

Não por mérito e sim por destino, trabalhei em grandes veículos de todos os meios de comunicação (rádio, TV, jornal, revista e agência de notícias). Aqui e no exterior. Aprendi que cada meio tem sua forma, seu estilo, sua linguagem. E isso, hoje, quando me tornei assessor de imprensa, tem sido muito valioso, tem feito a diferença de minha empresa, que faz, agora em 2017, seus primeiros 30 anos de existência. Cada matéria e cada livro que escrevi mudaram alguma coisa em mim. No mínimo, pelo aprendizado. Eu pesquiso muito, apuro muito e entrevisto muito para escrever qualquer coisa. Tenho livros que levaram 12 anos para serem escritos. Aprendo todos os dias, com todas as pessoas e com a natureza.

Qual foi o fato mais interessante que o senhor ainda guarda, da visita do Papa João Paulo II a São Paulo em 1980?

Foram muitas as boas impressões que ficaram daquela oportunidade. Eu era jovem e fui responsável pela coordenação da visita de S.S. Papa João Paulo II a São Paulo. Muita responsabilidade, inúmeros afazeres e imensos cuidados. Guardo muitas histórias engraçadas e comoventes. Ele era uma pessoa especial, independentemente de sua condição de Papa. Mas, dentre várias imagens, ficou a dele no centro do gramado do Estádio Cícero Pompeu de Toledo, no Morumbi, a casa do São Paulo F.C., no encontro com mais de 100 mil trabalhadores. O silêncio era impressionante. O respeito e a fé foram de uma magnitude jamais vista.

O senhor é patrono/paraninfo de diversas turmas de formandos em Comunicação. Como analisa esta nova safra de jornalistas que saem anualmente das faculdades?

São jovens buscando vencer em uma profissão que exige, tanto quanto o aprendizado, vocação e talento. Muita paixão pelo que se faz. Um jornalista é uma pessoa inquieta, insatisfeita, desconfiada e sempre à procura de mais e melhor. A questão do diploma não atrapalhou quem tem vocação, quem nasceu para ser jornalista. E, de maneira positiva, afastou os oportunistas, aqueles que pensavam burocraticamente a profissão. Temos jovens com muita vontade e as faculdades têm buscado prepará-los não apenas para a carreira, como também para a vida. Prometem!

Qual é o real poder das assessorias de imprensa no meio jornalístico?

Nenhum poder. As boas assessorias de imprensa são, apenas e tão somente, instrumentos que, com muito respeito à independência e à liberdade dos jornalistas, oferecem sugestões de pautas à mídia. Assessor de imprensa é como cirurgião plástico: se alguém notar que o trabalho foi feito, é porque foi mal feito…

Última atualização da matéria foi há 2 anos


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