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Diego Nazari explica situação dos transportes

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O aumento de custos no transporte rodoviário aconteceu de forma generalizada, porém, com ênfase nas despesas com o óleo diesel. Na Rodovico Transportes, localizada na cidade de Cascavel (PR), mudanças no mercado de produtos agrícolas na região Sul somaram-se às elevações nos preços dos combustíveis, dificultando a sobrevivência do setor a longo prazo. O diretor de desenvolvimento de negócios da Rodovico Transportes, Diego Nazari, explica que existe um paradigma entre o momento vivido pelo agronegócio e a situação atual do transporte rodoviário de cargas no Brasil. A distribuição dos custos divide-se em despesas com insumos e elementos operacionais. De acordo com números fornecidos pela Rodovico, os gastos com os combustíveis representam 43% do custo em relação ao faturamento; a folha de pagamento, 17%; os financiamentos, 15%; a manutenção, 12%; os pedágios, 11%; óleos lubrificantes, 9%; e pneus, 3%. Este último, segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo, aumentou em mais de 10% só no primeiro trimestre de 2021. “Se, por um lado, o IBGE prevê uma safra recorde de mais de 270 milhões de toneladas de grãos, cereais e leguminosas em 2022, por outro, só aqui em Cascavel, o preço médio do diesel saiu de R$ 3,53 no primeiro trimestre de 2021 para R$ 4,50 no terceiro semestre do mesmo ano. Devido à elevação do dólar, à estabilização climática, ao aumento do consumo e ao crescimento das exportações, estamos em condições perfeitas para retornarmos a nossa economia”.

Diego, como se encontra o setor de transporte de cargas em nosso país?

Falando um pouco do transporte rodoviário de cargas agrícolas o qual eu vivencio, o ritmo não é nada favorável, estimasse uma quebra de safra de soja significativa, isso faz que com o frete não tenha um aumento significativo, pois, o que baliza o frete deste mercado que flutua, é a oferta e a demanda. A quebra de soja faz com que tenha muitas ofertas de caminhões e poucos produtos. Existem até mesmo estados colhendo em determinados períodos, dando ciclo para que o caminhão possa migrar de regiões. Diante deste cenário, temos a questão do custo dos insumos, aonde não é compatível com a receita, fazendo que muitas vezes operemos no prejuízo.

Quais os maiores desafios desse setor?

Maior desafio é ser sustentável aonde o balizador do frete é oferta, a demanda e o maior custo, que representa 45% da operação (que também vive uma variável que vem em alta), diante dos demais custos que aumentaram significativamente.

O aumento do preço do diesel é o maior desafio da atual conjuntura?

Sim, pois, não tem uma regra de custo versus receita. Muitas operações fazem com que a receita não seja compatível para cobrir o custo da rota.

Quais as consequências desse aumento em um longo prazo?

A não remuneração do capital investido no veículo.

Como a Rodovico tem lidado com esse cenário?

Buscamos parcerias estratégicas em rotas chaves com cenário melhor de receita, e também com espaços compartilhados para abastecimentos, buscando uma redução nas compras coletivas para reduzir o custo. Diante disso, também em treinamento de condução econômica e remunerando os motoristas conforme sua performance de condução.

As mudanças no agronegócio (além dos combustíveis) impactará o seu negócio em que pontos?

Sim, dependemos de uma boa safra, para ter uma demanda de produto, isso faz com que a oferta de caminhões aqueça, e então o frete começa a aumentar pela alta demanda e necessidade dos produtos. Porém, é algo que chama atenção devido à quebra de safra, como mencionado anteriormente.

Como você vislumbra o 2022 em seu setor de atuação?

Será um desafio enorme, com variantes. Necessitamos de fatores externos e políticos para uma boa comercialização de commodities, mas em vista que será um ano de especulação, eleição, guerra de petróleo, quebra de safra… temos vários desafios pela frente.

Em quais pilares a Rodovico está alicerçada para superar esse momento um pouco mais agitado?

Parcerias estratégicas em várias frentes, seja tributárias, comercial, operacional. Acreditamos que com a junção de parceiros, conseguiremos fazer uma frente mais forte para seguir no mercado que é competitivo.

Qual o papel da política para uma situação mais justa para todos?

Ter uma política de preços conforme custo, um mínimo para rodar o veículo, sem a necessidade de você perder na ida para acreditar que ganhará na volta. A regra do frete de retorno sempre terá uma vantagem para o cliente, porém, o custo é o mesmo de ir e voltar.

Esse papel não vem sendo cumprido em sua visão?

Não. Nosso Governo conseguiu uma reforma trabalhista que desonerou o empresário de algumas desvantagens que vínhamos sofrendo no Ministério do Trabalho, porém, ainda temos uma reforma tributária que poderia reorganizar muitas empresas. Tem toda politica de tributação sobre insumos que poderia ser analisada junto a uma política de preços mínima para o veículo rodar.

Última atualização da matéria foi há 2 anos


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