Os aprendizados do apagão na Europa

O apagão que atingiu a Península Ibérica ontem (28), afetando milhões de pessoas em Portugal e na Espanha, deixa uma lição clara: a transição energética exige mais do que boas intenções — exige infraestrutura sólida, coordenação internacional eficiente e um entendimento mais profundo das vulnerabilidades de redes interligadas. Embora as autoridades tenham sido rápidas em descartar a hipótese de um ataque cibernético, o episódio escancarou os riscos de uma dependência mútua que não é suficientemente monitorada nem preparada para eventos de grande escala.
No breu da rede,
silêncio engole cidades —
sol morto no fio.
Segundo os dados divulgados, a falha teve origem na Espanha, onde houve uma queda abrupta de 15 GW em apenas cinco segundos. Essa perda comprometeu a estabilidade da rede elétrica e provocou a ruptura da interconexão com a França. O colapso espanhol, por sua vez, arrastou Portugal, que, naquele momento, importava energia da vizinha em razão de custos mais baixos. O modelo de compartilhamento energético, em tese, deveria aumentar a segurança e a flexibilidade, mas, na prática, mostrou-se uma via de contágio rápido para falhas sistêmicas.
A possibilidade levantada pelas autoridades espanholas de que a origem do colapso esteja ligada à geração solar — setor que cresce aceleradamente, mas nem sempre com suporte técnico proporcional — chama atenção para a urgência de modernizar as redes elétricas. A integração de fontes renováveis exige mais que entusiasmo climático; requer previsibilidade, controle automatizado e capacidade de resposta diante de oscilações abruptas.
No apagão vem luz:
sabemos onde falhamos,
renasce o sistema.
Ao contrário de eventos anteriores associados a sabotagens digitais, esse apagão parece ter sido produto de falhas operacionais e técnicas. Isso torna o caso ainda mais preocupante, pois, revela fragilidades estruturais internas, e não externas. A Europa, que se pretende modelo global de transição verde, precisa revisar suas políticas de interconexão, avaliar a resiliência das suas redes e reforçar os mecanismos de resposta rápida. O incidente ibérico não é apenas um alerta para a Espanha e Portugal. É um sinal para todo o continente — e para o mundo — de que a energia do futuro exige, desde já, sistemas robustos e decisões maduras.

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