Rodrigo Studart criou um sorvete de baixas calorias
Em um ano, a Lowko saiu do zero para os R$5 milhões em faturamento. Conseguiu aporte de investidores, fechou parceria com um dos maiores fabricantes de sorvete do Brasil, marcou presença em varejistas como St Marché. Depois vieram outros pontos de venda, ampliou sua distribuição para seis estados, lançou um e-commerce e caiu nas graças das pessoas com seu jeito “lowko” de ser, tudo isso durante a maior crise de saúde dos últimos anos. Para 2022, a busca é dobrar de tamanho. A vontade de empreender veio cedo para Rodrigo Studart, desde quando seus pais tinham uma sorveteria. Quando se formou no colégio, Rodrigo entrou na PUC-RJ para cursar Engenharia de Produção, depois fez pós em Finanças na Faculdade Dom Cabral. Em meio a tudo isso, atuou em empresas, porém, ao encerrar o curso na Dom Cabral, resolveu fazer MBA em Business na Universidade de Chicago. E foi lá que despertou seu interesse em empreender ao achar um produto inovador, com alta demanda e para o qual nenhuma empresa no Brasil estava olhando, o sorvete de baixa caloria. Superou os primeiros desafios, como montar uma equipe engajada, que conseguiu fazer muito bem. Hoje são 25 pessoas, entre elas três sócios-diretores. O segundo desafio era a distribuição. O time desenvolveu uma forma de entrega que acabou sendo a solução para o e-commerce, que nasceu na pandemia como uma forma de manter as vendas.
Rodrigo, como suas observações foram fundamentais para criação de um sorvete de baixas calorias?
Sorvete é a sobremesa mais consumida no Brasil. As pessoas amam sorvete, mas se culpam quando consomem demais. Geralmente o sorvete é consumido numa ocasião especial – no final de semana, num jantar com a família – de forma esporádica e controlada. Descobri que as pessoas não consomem sorvete com mais frequência porque elas não querem engordar ou, porque entendem que o produto faz mal pra saúde. Daí surgiu a ideia de criar um produto que garantisse o prazer de comer algo gostoso, mas que também pudesse ser incluído no dia a dia das pessoas. Finalmente você pode tomar sorvete todos os dias! Lowko, né?
Por que você acredita que esse diferencial lhe coloca à frente dos seus concorrentes?
A Lowko consegue entregar um produto extremamente gostoso com atributos saudáveis. Hoje a oferta do mercado de sorvetes é de produtos com excesso de açúcar e gordura, o que nos garante um diferencial muito claro. Uma vez que o consumidor experimentar e entender que ele pode tomar um sorvete gostoso e ainda manter uma alimentação balanceada, ele vai passar a consumir Lowko.
Você acreditava que esse diferencial seria marcante desde o começo do seu empreendimento?
Eu sabia que a maior barreira seria o preconceito que muitos consumidores têm com produtos saudáveis, que geralmente são associados a não serem gostosos. No caso do sorvete, isso se torna ainda mais relevante, porque sorvete é um produto associado a um momento de prazer, de indulgência. Mas sim, sempre acreditei que em entregando um produto gostoso, nosso diferencial seria muito marcante.
Quais os pilares que moldam a visão da Lowko no mercado?
Nossos produtos são sem açúcar, de baixas calorias (cerca de metade da concorrência) e feitos com ingredientes de qualidade e de origem natural. Mas o pilar mais importante é o da indulgência. Por termos todos esses atributos, acabamos nos tornando a referência de saudabilidade dentro da categoria de sorvetes.
Esperava que em um ano a empresa estivesse no estágio em que está atualmente?
Nós empreendedores somos sempre muito otimistas. É muita ansiedade! De fato, eu esperava que em um ano a gente estivesse onde estamos hoje. Mas como estamos falando de um produto de alimentação, leva tempo até as pessoas conhecerem a marca, experimentarem o produto. Leva tempo para os varejistas abrirem espaço pra inovação. Ainda assim, conseguimos conquistar espaço bem rápido e hoje estamos nos principais supermercados do país.
Qual o papel da inovação nesse processo?
Inovar tem o lado extremamente positivo que é o de trazer características únicas pra um produto e de resolver algum problema que ainda ninguém resolveu. Ao mesmo tempo, ser o primeiro a fazer alguma coisa, demanda muito esforço. Esforço para explicar para os consumidores o que tem de diferente no produto. Esforço pra convencer as pessoas a experimentarem. Esforço pra fazer os varejistas acreditarem que o produto vai ter uma boa aceitação dos consumidores.
Quais os maiores desafios que tiveram que ser superados para a sua ideia sair do papel?
Quando começamos, não conseguíamos achar fornecedores que atendessem nossas restrições de desenvolvimento de produto. Tivemos que desenvolver muitos ingredientes do zero e que não eram tão gostosos como são hoje. Levou tempo até que os fornecedores entendessem que valia a pena apostar na nossa empresa e passarem a desenvolver produtos específicos pra gente.
Como foi trabalhar para o crescimento no mercado depois que esses desafios foram suplantados?
Os desafios vão sendo resolvidos, mas outros vão surgindo. Expandir o negócio é sempre complexo e demanda investimento, time, tempo. Às vezes a gente quer fazer muita coisa ao mesmo tempo, e acaba não dando conta de fazer tudo. Fazer, escolher, priorizar e ter foco é um dos maiores aprendizados nesses 3 anos de Lowko.
Qual a importância das parcerias da Lowko?
Ninguém faz nada sozinho e buscar os parceiros certos nos ajuda a encurtar caminhos e reduzir as chances de erro. Temos uma parceria com a Perfetto, tradicional marca de sorvetes, que produz e opera a nossa logística, reduzindo nossos custos. Acreditamos muito também em parcerias de marca. Já fizemos quatro cobrandings (A Tal da Castanha, DoBem, Taeq e Supercoffee) e vamos lançar mais três. Essas parceriais são uma forma de fortalecer ambas as marcas, cruzar a base de clientes e trazer os diferenciais de uma marca para a outra.
A meta agora é chegar em outros pontos de vendas?
Estamos disponíveis hoje em quase 1000 pontos de venda, mas ainda muito concentrados na região de São Paulo. Precisamos agora desenvolver mais cidades como Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte, onde já temos distribuição, mas onde ainda há muito espaço para crescer. Expandir o canal direct to consumer é também nossa prioridade este ano.
É muito falado que a Lowko está conquistando o coração do consumidor. Como deixar esse consumidor apaixonado por um longo período?
Temos que continuar inovando e surpreendendo nossos consumidores. Melhorar nossos produtos, lançar novos sabores, novas versões, formatos diferentes… Gostamos de desafios impossíveis e sempre vamos tentar fazer algo que ninguém fez antes!
Última atualização da matéria foi há 2 anos
Eder Fonseca é o publisher do Panorama Mercantil. Além de seu conteúdo original, o Panorama Mercantil oferece uma variedade de seções e recursos adicionais para enriquecer a experiência de seus leitores. Desde análises aprofundadas até cobertura de eventos e notícias agregadas de outros veículos em tempo real, o portal continua a fornecer uma visão abrangente e informada do mundo ao redor. Convidamos você a se juntar a nós nesta emocionante jornada informativa.
Facebook Comments