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Up Time Art Gallery organiza exposição

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Com a missão de transportar a arte de um lado do mundo para o outro, a Up Time Art Gallery organizou uma exposição itinerante de arte contemporânea que ficará aberta de 29 de outubro até 29 de novembro para visitação e compras de obras, alcançando um novo patamar em direção à democratização da arte para todos. Para inaugurar a exibição, um Vernissage presencial aconteceu no dia 29 do mês passado, no LE’Bou Food Art. O encontro contou com jantar especial em harmonia com um show exclusivo de jazz para os artistas, jornalistas e admiradores de arte convidados. Seguindo todas as normas de segurança definidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) o número de presentes no evento de inauguração foi limitado, enquanto a exposição será aberta para todos os interessados. O Vernissage e a exposição marcam a primeira ação beneficente da UP Time Art Gallery, galeria com foco em arte contemporânea que reúne artistas do Brasil e do mundo para oferecer o que há de melhor no universo da arte. “Em decorrência da pandemia criamos a Campanha Solidária, ação social para destinar 30% do valor da renda levantada pelas vendas das obras de arte, ao Projeto Partager, que tem como objetivo ajudar os mais vulneráveis na pandemia”, explica Marisa Melo, idealizadora do projeto que conta com diferentes artistas que inspiram, despertam e encorajam pessoas de diferentes idades, raças e classes.

Marisa, em que momento você acredita que a arte passa ter um caráter social?

A arte está presente na história da humanidade desde os tempos remotos. As primeiras pinturas em cavernas já representavam situações sociais como a caça em grupo. Acredito que desde sempre a Arte é o elo da relação entre o homem e o mundo. Existe o lado pessoal, íntimo, psicológico, que tem e sempre terá um espaço em quadros ou poemas. Mas, a partir do momento em que essa introspecção caminha para causas como liberdade e justiça, a arte se reveste de um caráter social.

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Você é uma talentosa artista visual. Como as observações externas refletem no seu ofício?

A arte é uma forma do ser humano expressar suas emoções, sua história e sua cultura através de elementos estéticos, como beleza, harmonia, equilíbrio. Minha observação vem de todo esse contexto. Sou muito conectada ao mundo em que vivo e, mais ainda, nas pessoas. Nas imagens que crio, compartilho impressões, busco um modo de provocar, questionar e transformar.

E as suas reflexões internas?

Em cada trabalho, meu lado interno está presente, não poderia ser diferente. Vai em cada pincelada minha história de vida. Imagens vivas de minha memória. Um nascer de sol, uma tarde de chuva em Buenos Aires, um sorriso de criança…Também estados de espírito que farão com que o observador se identifique, seja com alegria, tristeza ou simplesmente introspecção. Também estão minhas convicções mais profundas, sobre liberdade, igualdade e respeito.

Quando a Arte Digital lhe chamou atenção?

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A Arte Digital sempre me chamou a atenção por eu ter formação em Design Gráfico. Desde 2004 que me arrisco, usando parte do processo em minhas fotografias e/ou pinturas. Fui evoluindo na medida em que os programas iam sendo criados. Sempre fui uma grande exploradora da tecnologia. Este ano para a exposição no Carrousel du Louvre fiz duas obras que considero ousadas e bem-humoradas com intervenção digital. Uma das obras é “Dalí Monroe” e a outra “Mona Vogue”. Fiz o esboço em acrílica e finalizei no computador. Acabei vendendo quase que imediatamente para um empresário que achou incrível.

Para onde esse tipo de arte está se direcionando, principalmente com a rápida aceleração do mundo online?

Do ponto de vista do observador, a Arte Digital está sendo direcionada para todo o tipo de público. Os museus, as galerias físicas e principalmente as galerias online, vêm consumindo numa escala crescente, mais que qualquer outra modalidade. A pandemia foi um fator decisivo na aceleração desse processo. Quanto à tecnologia, novas formas de expressão continuarão surgindo, dando ao artista ainda mais recursos para transmitir seus sentimentos. Mas essas revoluções não são novas. Basta lembrar o impacto da criação da fotografia, que alguns interpretaram que substituiria a pintura. Novas tecnologias sempre vão surgir e o talento artístico sempre saberá utilizá-las de modo criativo e cativante.

Você é conhecida como uma artista de grande profundidade. Como decodifica essa profundidade?

Essa profundidade é fruto de minhas experiências e observações. Sou uma pessoa inquieta e questionadora, tudo tem uma razão de ser e estar. Para mim, é importante entender o processo. Vou a fundo em tudo, desconstruo se necessário. Gosto de textos e imagens que exijam análise, que me desafiem. E, se possível, combinem diferentes conhecimentos e escolas de modo a criar caminhos, novas possibilidades.

Quando você cria um trabalho, já pensa em uma mensagem que ultrapassará todas as fronteiras?

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Nem todo o meu trabalho tem o apelo social. Mas quando desenvolvo com esse fim, sim. Tenho em mente onde quero chegar, quem quero atingir. Pesquiso muito e tento compartilhar minha mensagem ao máximo, sem fronteiras. Quando transmito sentimentos e estados de espírito, em obras de caráter mais intimista, penso apenas que alguém, uma pessoa no mundo, pode estar sentindo o mesmo e se identifique com a obra. E já será o suficiente para que a Arte cumpra seu papel.

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Novos trabalhos tiveram resquícios de trabalhos anteriores?

Penso que todos os trabalhos recentes refletem de alguma forma o anterior. Seja pela experiência, pela performance ou criatividade. O meu projeto do ano passado “Visage”, em que eu fotografava mulheres de várias raças e credos (apenas Close-up), tinha intervenção digital e acrílica. Foi um mix de materiais e ideias que deu muito certo. Com esse projeto eu falava da autoestima feminina. Todos os outros projetos a seguir foram de certa forma incentivados por ele. O que deu certo, o que agregou, foi amplificado. O que havia de questionável foi extraído. Estamos sempre evoluindo. Assim também é com nossa visão artística e crítica.

Sua bagagem visual ajuda em quais sentidos quando isso acontece?

No processo de criação, aquilo que você viu, experimentou e viveu serve como inspiração para conduzir o pincel. O que conheço de Dalí, Bosch ou Renoir está dentro de mim. E um pouco de cada um deles acaba influenciando quando menos se espera, até sem que eu perceba. Não só trabalhos artísticos, mas também paisagens, rostos, mares e esquinas.

O que foi primordial para criação da Up Time Art Gallery?

Minha vivência como artista. A UP Time Art Gallery nasceu como fruto de minhas experiências e observações em exposições e galerias. Como artista, notei que havia muita falta de informação. O artista não sabe como chegar lá. E a grande maioria coloca recursos em ações que não acrescentam. É um desperdício de tempo e dinheiro. Muitos se frustram e desistem. A Arte sempre foi algo elitizado. Meu trabalho veio também para democratizá-la. Minha luta é para que todos tenham acesso e consumam Arte. No Brasil essa função se torna mais difícil, pois, temos toda uma questão cultural que mesmo tendo melhorado, ainda fica devendo.

Os donos de galerias, não todos, mas a grande maioria, só visam espaço, não promovem o artista. Não existe interesse, pois, quanto mais informação o artista tem, menor a necessidade da Galeria. Julgo que a galeria física vai sofrer abalos. Com a pandemia nos adaptamos com muita facilidade às novas formas de expor. Por exemplo, a galeria virtual, que tem sido eficiente e multiplicadora de talentos e atinge um público global.

A UP Time tem uma demanda enorme de exposições 3D. Todas elaboradas estrategicamente. Temos também assessoria completa para quem está começando ou não sabe como se colocar no mercado nacional e internacional. O assessorado ou representado não precisa buscar nada fora. Entregamos tudo. Desde a identidade, biografia, texto crítico, entrevista, provocação, workshop de Marketing Digital e Empreendedorismo. Com o avanço da tecnologia e a concorrência nas redes sociais é de suma importância que o artista saiba gerir o seu negócio.

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Gostaria que falasse sobre a exposição de arte que arrecada fundos para os vulneráveis na pandemia.

A Campanha Solidária nasceu em função da Covid-19. Procurei uma forma de fomentar a Arte e movimentar a economia. Conversei com muita gente, ouvi muitos depoimentos. Uma dessas conversas foi com a presidente do Projeto Partager, que visa amenizar a fome em São Paulo, e lancei a Campanha em março. A princípio era apenas virtual, em virtude da pandemia. Artistas do Brasil e do mundo participaram. Deu tão certo que resolvi ampliar a Campanha e torná-la física, com todos os cuidados relativos à Covid- 19.

Fiz uma reunião com o Rivaldo Guimarães, proprietário do LE’Bou Food Art, que apoiou o projeto imediatamente. Por conta do protocolo da Covid tínhamos um número limitado de convidados. Mas conseguimos selecionar artistas incríveis, nacionais e internacionais para a exposição da Campanha. Tivemos também no vernissage um show de Jazz da cantora Darfiny, que é minha filha e, parceira em meus projetos. A Campanha visa arrecadar fundos: 30% da venda da obra de cada artista vai para o Projeto Partager, o restante para o Artista. A Exposição no LE’Bou Food Art, segue aberta para o público até o dia 29/11/2020.

Última atualização da matéria foi há 3 anos


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