Carmen Ferrão preside a tenaz Bienal do Mercosul
Em uma cerimônia virtual realizada em 19/08, a empresária camaquense, Carmen Ferrão, tomou posse da presidência da Bienal do Mercosul, gestão 2020/2022. Na ocasião, a empresária também apresentou a nova diretoria da entidade, assim como o curador e o tema da 13ª edição da mostra: “Trauma, Sonho e Fuga”. Segundo Carmen Ferrão, é uma honra assumir a presidência de uma exposição tão representativa como a Bienal. “Estamos vivendo um dos maiores processos de alcance global que a humanidade já viveu. É quase inevitável que os artistas respondam criativamente ao imenso impacto da pandemia. Tudo será questionado e tudo está em transformação”, explica o curador da Bienal Marcello Dantas. “O mundo nos mostra que em grandes tragédias da humanidade, a arte veio depois com todo seu vigor, como um acalento, como um turbilhão de criatividade. Os artistas estão realmente vivendo um momento de inúmeras possibilidades e uma oportunidade ímpar no nosso momento de vida”, afirma. Carmen Ferrão é superintendente do Grupo Lins Ferrão, que incluiu as marcas de moda Gang e Pompéia. Ela assume após Gilberto Schwartsmann, que presidiu a 12ª edição da mostra, que em função da pandemia ocorreu de forma online. “Estamos vendo uma adaptação incrível e o olhar dos artistas para novos formatos. A arte, em todos os seus segmentos, está tendo um papel alentador e estimulante”, afirma a nova presidente.
Carmen, qual a importância da arte em momentos como o que estamos inseridos?
Momento de profunda importância. Estamos vendo uma adaptação incrível e o olhar dos artistas para novos formatos. A arte, em todos os seus segmentos, está tendo um papel alentador e estimulante enquanto enfrentamos o isolamento.
Acredita que a arte deve ter um papel social?
Sim, acredito e sempre motivei a nossa empresa no apoio à Bienal do Mercosul, que é uma mostra gratuita e oportuniza a todos os públicos o acesso aos espaços e o olhar de descoberta de muitos, que normalmente não tem acesso aos museus do mundo. A arte tem que continuar.
Como será o desafio de estar à frente da Bienal do Mercosul?
Será um desafio que me inspira e impulsiona para a realização de uma Bienal que vem logo após a pandemia. Quero trazer uma reflexão e transformação, através da tecnologia, para novos públicos e agradar os que já se relacionam com a mostra.
Quais os pilares da Bienal e que você acredita serem fundamentais para o seu êxito como presidente?
Pilares de inovação, novos talentos, novas parcerias e espaços. Além de um projeto educacional adequado ao nosso momento.
Ter uma mostra disruptiva é sua ambição?
É um desejo de ampliar o interesse das pessoas pela Arte Contemporânea, além da integração com o turismo, com novos locais e espaços da cidade. Meu desejo é levar a arte para todos.
Qual será os acontecimentos mais importantes dos anos vindouros e que a Bienal estará marcando posição?
Pensamos em algo para marcar os 100 anos da Semana de Arte Moderna no Brasil e os 200 anos da Independência. São ideias e espero poder realizá-las.
Como a pandemia impacta a Bienal?
Tem impactado levando o público para o online e não podendo realizar a mostra de forma presencial. Mas também mostrou que teve força para reagir a um momento tão complexo.
Em quais pontos a Bienal pretende utilizar os avanços da aceleração digital?
Isso ficará a cargo do curador Marcello Dantas na escolha das plataformas, das tecnologias e na aderência do conceito.
Por que a escolha pelo conceito “Trauma, Sonho e Fuga?”.
O Marcello Dantas e eu discutimos muito até hoje esse conceito e acredito que ao longo do tempo ele vai também se transformando. Queríamos trazer o conceito para emoldurar o momento, as emoções e as possibilidades que serão representadas através das obras.
Como você espera que os artistas reajam a esse momento histórico?
Acredito que os artistas estão neste momento com todo o seu vigor criativo, pois, a história nos mostra que após grandes traumas da humanidade veio o nascimento dos maiores movimentos artísticos. Assim nasceu a Arte Contemporânea após a 2ª Guerra Mundial, só para exemplificar.
Você já falou sobre o pensamento integrado que galeristas, patrocinadores, Poder Público e comunidades artísticas devem ter. Fale um pouco mais sobre isso.
Isso para mim, como presidente, é um desejo e uma ambição. Unir todas as forças para um resultado melhor. Gostaria que os patrocinadores entendessem o valor real em colocar a marca em um evento de arte; as galerias que tivessem um aproveitamento comercial, com vendas mesmo de arte e a possibilidade do público em investir ou consumir arte e gostar dessa inclusão, despertando assim novos artistas e admirando os consagrados. Espero o apoio do Poder Público para tudo isso.
Última atualização da matéria foi há 3 anos
Museu belga celebra arte urbana brasileira
setembro 21, 2024Rock in Rio: como é o bastidor do espetáculo?
setembro 16, 2024Gilberto Gil recebe honraria máxima da UERJ
junho 17, 2024Alta expectativa para 'Um Lugar Silencioso'
junho 5, 2024A redescoberta do gigante Machado de Assis
maio 28, 2024APAN e a regulação antirracista do streaming
maio 27, 2024Novo romance de Chris Melo encanta leitores
maio 22, 2024"Witwe" do pintor Lasar Segall é redescoberta
maio 16, 2024Bob Marley: um legado revivido por talentos
fevereiro 8, 2024Michael Jackson: o "Rei do Pop" desnudado?
janeiro 26, 2024Alain Delon: “quero morrer, a vida acabou”
janeiro 24, 2024"Rust": um pesadelo na vida de Alec Baldwin
janeiro 19, 2024Eder Fonseca é o publisher do Panorama Mercantil. Além de seu conteúdo original, o Panorama Mercantil oferece uma variedade de seções e recursos adicionais para enriquecer a experiência de seus leitores. Desde análises aprofundadas até cobertura de eventos e notícias agregadas de outros veículos em tempo real, o portal continua a fornecer uma visão abrangente e informada do mundo ao redor. Convidamos você a se juntar a nós nesta emocionante jornada informativa.
Facebook Comments