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Startup LAR.app faz sucesso em seu setor

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A startup LAR.app, lançada em agosto de 2018 em São Paulo foi criada para resolver uma das principais dores de quem vive nos condomínios residenciais Brasil afora: a ineficiência e a burocracia costumeira da administração de condomínio, primordialmente sentida pelo bolso. Quem nunca se perguntou porque custa tão caro pagar condomínio? Ou ainda, para aonde vai o dinheiro que pago mensalmente? A LAR surgiu para tornar a administração de condomínios livre de burocracias e taxas extras, com transparência em processos ágeis e eficientes. Os sócios-fundadores são curitibanos que escolheram São Paulo para empreender, ao vislumbrar um universo de 16 mil condomínios, segundo estimativa do Secovi-SP. Recentemente, após ganhar uma rodada de investimentos, os sócios estão dedicando atenção e investimento para atuar na capital paranaense. “Temos familiaridade com o mercado, já atendemos parte dos 20 clientes em Curitiba e montamos uma equipe dedicada na cidade”, enumera Rafael Lauand, sócio-fundador da startup. Rafael Lauand é formado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Paraná. Foi CFO da Vitta, maior empresa de prontuários eletrônicos do Brasil. O investimento mais recente captado por ele para a companhia foi do Varbra, dos fundadores do 3G. Também foi Head de M&A do IFood, CEO da Vá de Táxi (startup da Porto Seguro), e atuou no Itaú/BBA.

Rafael, em que momento a veia empreendedora lhe “laçou?”.

Foi quando eu vi que não me encaixava em um mercado corporativo, onde uma ‘fórmula do sucesso’ já havia sido criada para a empresa e eu não poderia desrespeitar esse caminho. Na minha cabeça isso era a receita perfeita para manter o Status quo e bloquear a inovação. Quando me dei conta disso, vi que não faria sentido gastar esforços em desconstruir uma empresa e assim resolvi partir para construí-las.

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Como avalia o momento das startups no Brasil?

Acredito que seja um momento único de oportunidades. Esse ‘momentum’ das startups se deve muito ao anúncio realizado no começo desse ano (2019) por um dos maiores investidores de capital de risco do mundo, o Softbank, que anunciou um fundo de mais de 20 bilhões de reais para investimento em startups da América Latina, e desde então as notícias sobre startups não saem mais da mídia. Além disso, com a inflação sob controle e a perspectiva de novos cortes nos juros básicos da economia até o fim do ano, a taxa de retorno de títulos públicos segue para patamares historicamente baixos, o que incentiva o investidor que busca riscos maiores, portanto, aumenta a procura por investimentos no chamado ‘Venture Capital’.

Mais especificamente falando do mercado imobiliário, ainda mais no mercado de tecnologia na indústria imobiliária (as chamadas PropTechs), a taxa cobrada de quem busca o crédito imobiliário caminha a passos largos para o menor nível da história, o que pode ocorrer já em 2020. Essa projeção foi impulsionada pela maior concorrência entre os bancos, pela retomada dos financiamentos pelos bancos públicos e pela SELIC em baixa (5,5%, 8,75 pontos percentuais abaixo do pico de julho de 2015). O movimento já se reflete em alta de vendas e lançamentos de imóveis, o que é uma ‘tempestade perfeita’ para as PropTechs brasileiras.

Outro ponto importante que temos que ressaltar, é a mudança na expectativa das novas gerações que buscam por empregos flexíveis, onde a preocupação do empregador não está ligada à sua cor ou orientação sexual, mas sim em como você pode contribuir efetivamente para o crescimento da empresa. O que também é um fator que contribui para esse “boom”. Isso faz com que os colaboradores se tornem clientes e que os clientes queiram trabalhar nas empresas das quais eles contratam serviços.

O que é preciso para uma startup triunfar no mercado em sua visão?

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Com certeza o desafio de alinhar diversidade e valores. Acredito que diversidade de opiniões, histórias, aprendizados são um ingrediente fundamental para a inovação, porém, o conjunto de valores é imprescindível para uma organização escalável, onde todos os colaboradores buscam o mesmo fim. Essa balança é um fator-chave para uma startup de sucesso, o que vai muito além do conceito de ‘ter uma boa ideia’ e sim ‘criar um ambiente favorável’.

Além disso, voltando à questão anterior, o fato de poder descentralizar o mercado, trazendo opções que se adequem de fato ao que o cliente precisa e, mesmo tendo um ‘estoque’ vasto de serviços, não insistir em práticas como venda casada, etc. Hoje em dia, o consumidor, em geral, mas, principalmente o mais jovem, exige transparência das empresas, desde os processos internos, como causas que ela apoia, até os processos do produto oferecido.

Como surgiu a ideia da LAR?

A ideia final surgiu quando uma familiar foi vítima de um problema por falta de transparência da administradora de seu condomínio. Eu e os meus sócios percebemos que, em plena era digital, as administradoras de condomínios ainda tocavam o negócio com muita burocracia. Na época, já estávamos sondando o mercado imobiliário, mas essa história foi mais um incentivo para pensarmos em soluções para a falta de transparência e eficiência na gestão dos condomínios. Sendo que, não era o único exemplo negativo com administradoras que conhecíamos, e hoje sabemos de várias histórias de experiências ruins. O que nos levou a pensar que a maior parte da nossa vida já é digital, e, porque o nosso condomínio ainda não é? Hoje temos um conhecimento muito maior sobre o mercado e acreditamos muito na oportunidade.

Quais os principais pilares da startup?

Nós temos 3 valores fundamentais que regem o nosso dia a dia na LAR: Simplicidade, Transparência e Liberdade. Buscamos simplificar processos e a vida dos nossos clientes, o que tem um impacto enorme em nossos investimentos em tecnologia para simplificar mais e mais. Acreditamos que a transparência otimiza o nosso tempo e do cliente, além de criar uma comunicação mais fácil e adequada. E para fechar, buscamos a liberdade para inovar cada vez mais. No final do dia, queremos reinventar o jeito que as pessoas moram, sendo a melhor administradora de condomínios no Brasil, com a melhor tecnologia e com pessoas excepcionais.

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Como a agilidade e a eficiência fazem a diferença nesse mercado?

Hoje vemos um mercado imobiliário muito pouco eficiente, o que reflete diretamente nos custos de moradia dos brasileiros. A falta de agilidade e eficiência fazem com que os custos dos condomínios tenham um impacto direto na conta do brasileiro. Queremos mudar isso. Com agilidade conseguimos identificar problemas mais rápido, e por sua vez saná-los mais rapidamente, o que trará economia para nossas casas. Ainda nesse sentido, a eficiência de uma operação melhor, com fornecedores mais conectados e moradores mais engajados, possibilita reduzir ineficiências, o que vai possibilitar investimentos mais assertivos nos condomínios, e assim, valorização de patrimônio das pessoas.

Você já afirmou que teve frustrações em algumas empresas que passou. O que você tirou de proveito dessas frustrações e que lhe fortaleceram na condução do seu negócio atual?

Acredito que nossas experiências passadas são o molde para os nossos ‘eu’ do futuro, e em cada empresa que tive a oportunidade de trabalhar me mostraram processos e valores que me influenciaram muito para criar o que sou hoje, tanto para o lado positivo quanto o negativo. Todas essas frustrações, que prefiro chamar de ‘erros’, foram muito importantes para o meu aprendizado. Lembra daquele clichê: ‘Quem erra não aprende!’? Pois bem, eu errei antes em entrar em empresas com valores diferentes do meu, o que me fez ver a importância no alinhamento entre culturas. Errei também na escolha de sócios, que me fez entender que muito mais importante que habilidades, a confiança e entrosamento é muito mais fundamental para o andar de uma empresa acelerada como uma startup. Errei ao colocar o dinheiro na frente de valores culturais. Foram diversos, e cada um deles foi fundamental na construção do Rafael de hoje e vão moldar o Rafael do futuro.

Quais os principais obstáculos que devem ser removidos quando se quer fazer um negócio com o seu DNA?

Acredito que o principal seja saber que a inovação e o produto não são para você, e sim para um mercado, seja ele super específico ou mega abrangente, que terá diferentes expectativas ao longo do tempo. Essa adaptação do eu para o nós é o principal obstáculo na minha visão. É necessário ter uma visão mais humanizada e saber que a principal função de um produto é agregar valor à qualidade de vida de alguém.

Em que momento você viu que o produto e a tecnologia que estava sendo usada era ideal?

Nunca achei, em nenhuma empresa que passei, o produto ou tecnologia ‘ideal’. Acredito que a qualidade é a conformidade com a expectativa, por isso, toda vez que a qualidade é encontrada, há um aumento de expectativa pelo simples fato do usuário estar exposto a uma coisa nova e que vai criar novas opiniões, ou seja, novas expectativas. No caso da LAR, lançamos o nosso produto/serviço quando consideramos que eles estavam acima do que nossos concorrentes estavam entregando para os clientes, porém, sempre vamos buscar, incansavelmente, o produto ideal para o mercado, e lidar com o aumento de expectativa que nós mesmos vamos criar. Queremos ter esse produto que vai mexer com as expectativas do mercado, sempre!

No começo do ano, você disse que o foco da LAR era ganhar escala. O resultado oriundo desse foco está sendo alcançado?

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Estamos crescendo acima dos dois dígitos todos os meses, tanto em clientes quanto no volume financeiro transacionado, isso faz com que tenhamos um ganho de escala fundamental para a reestruturação de custos dos nossos clientes através de fornecedores que possam trabalhar em maiores escalas, sendo assim, menores custos para os nossos condomínios.

O que vislumbra para o futuro da LAR?

No médio prazo, ao longo de 2020, queremos acelerar o investimento em tecnologia para proporcionarmos uma experiência fantástica para todos os nossos clientes, tanto do ponto de vista de atendimento quanto de melhorias dentro dos condomínios (financeiras e operacionais). Já no longo prazo, vemos um condomínio que pode ser imensamente mais eficiente e que passará por transformações complexas que vão melhorar a nossa vida em condomínios (e em sociedade), muito pautada na economia compartilhada com ganhos expressivos dentro de casa, até um aproveitamento melhor do uso do condomínio, que vai de encontro com uma qualidade de vida melhor para muitos brasileiros. A LAR será uma pivô desse movimento, trazendo um controle muito maior do nosso condomínio com um impacto enorme na otimização de diversos serviços para nossas casas e famílias.

Última atualização da matéria foi há 2 anos


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