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Os caminhos da sétima arte no mercado digital

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Assunção Hernandes começou no cinema quase por acaso. Quando a entidade estudantil quis produzir documentários, Assunção terminou sendo chamada, por sua organização e capacidade. No período em que trabalhou na UEE, a produtora conheceu o então estudante de engenharia e mais tarde diretor de cinema João Batista de Andrade. Casaram-se em 1964, tiveram dois filhos, realizaram 8 longas de ficção e uma dezena de documentários, a partir da produtora que criaram juntos em 1974, a Raiz Cinematográfica. Filmes produzidos por Assunção Hernandes ganharam dezenas de prêmios nacionais e internacionais, destacando-se o de Melhor Filme no Festival de Moscou em 1981 para “O Homem que Virou Suco”; o de Melhor Atriz para Marcélia Cartaxo no Festival de Berlim em 1986, por “A Hora da Estrela”; além do Grande Prêmio Técnico em Cannes em 1992 para “El Viaje”, de Fernando Solanas. Assunção Hernandes foi presidente do SICESP (Sindicato da Indústria Cinematográfica do Estado de São Paulo) entre 2000 e 2003. Participou como conselheira do Conselho de Comunicação Social, órgão de assessoria do Senado Federal (2001 a 2004) e foi membro do Conselho Paulista de Cinema (2003 a 2005). Fez parte da diretoria da FIESP, entre 2000 e 2003. Em 2004, em homenagem aos 30 anos de atuação da Raiz Cinematográfica, foi criado em Diadema o Cineclube Assunção Hernandes.

Assunção, o que é ser um produtor em sua definição pessoal?

Ser produtor, na área audiovisual, é viabilizar projetos, tornando-os uma obra audiovisual, para alcançar o maior público possível, diante das condições existentes.

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Quais as maiores dificuldades em se produzir filmes no Brasil?

As dificuldades têm a ver com o pequeno espaço que o país reserva para essa atividade, comparado a outros países que valorizam mais e oferecem condições mais competitivas, internas e externamente a exemplo da França e dos Estados Unidos.

Em sua visão, o produtor é o verdadeiro dono do filme?

O produtor é o que viabiliza a proposta da obra ser concretizada e busca os caminhos para que chegao ao maior público possível, quando realizada. Os donos, dependendo do caminho que a obra desenvolveu para ser concretizada, terá mais ou menos associados que se constituirão em coproprietários da obra.

Como a produção de filmes “andará de mãos dadas” com os meios digitais?

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Tal qual a vida em geral, numa visão otimista, o digital é uma nova modalidade pela qual as obras audiovisuais chegarão ao público, o que em princípio democratizaria seu alcance. Há um tempo de adaptação para isso, mas é possível que contribuir para um maior acesso da população e também para à diversidade dos filmes.

O que molda a sua visão como produtora?

Como produtora, me interesso por investir meu esforço em realizar obras que, segundo minha visão, contribuam para o lazer cultural que agregue ao público informações e emoções que enriqueçam suas vidas.

De 0 a 10, quanto de “irresponsabilidade” (no bom sentido) um produtor deve ter para o seu filme triunfar?

Meio a meio: 5.

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Alguns de seus filmes já tiveram problemas na captação em vista do assunto que seria abordado?

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Sim, houve até alguns poucos que não foram realizados.

O que sobra na produção dos países desenvolvidos e que falta em nosso país?

Recursos financeiros compatíveis com a atividade. Alcance das obras ao público. O pequeno espaço destinado pelo país à cultura (é sempre o último ou penúltimo orçamento da União). Pobreza financeira e cultural da maioria da população brasileira. Desinteresse das nossas autoridades pelo papel que a cultura tem na constituição de uma nação e na formação e alcance cultural de seu povo.

Em 1978 você produziu “Doramundo” e em 2007 você foi produtora de “Onde Andará Dulce Veiga”. Quais os principais paralelos na produção destes dois filmes?

Ambos os filmes foram originados na adaptação de obras literárias, de dois escritores brasileiros, importantes, em épocas diferentes, classes sociais e visões distintas. Ambas obras de arte que reconstituem a vida em diferentes épocas e classes sociais no Brasil. Obras que contribuem para o conhecimento da nossa cultura ricamente diversificada e da vida dos brasileiros.

Qual o principal pilar da produtora Raiz Produções Cinematográficas?

O principal pilar da Raiz Produções, é levar ao nosso público, ao que de melhor conseguirmos produzir, reproduzindo os valores da vida em geral e da vida dos brasileiros em particular, enriquecendo com esse conhecimento o maior público possível, de conteúdo cultural e artístico, dentro das limitações existentes.

Como não perder e até ampliar esse pilar com tantas possibilidades que os meios tecnológicos trouxeram para a sua área de atuação?

Como todas as atividades humanas, as alterações e avanços tecnológicos, dependendo da utilização possível, levam a um maior alcance do progresso da vida humana. Exige esforços, para adaptação e controle para que de fato, traga benefícios à humanidade e não o seu contrário. Para isso, estudos, análise e reflexão são indispensáveis.

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Última atualização da matéria foi há 8 meses


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