Tecnologia e educação moldarão as empresas
Uma pesquisa realizada com mais de 200 executivos e líderes de Recursos Humanos durante o HR First Class, um dos maiores eventos de heads de RH do Brasil, revelou que a maioria (73%) acredita que a educação corporativa traz benefícios não somente para os colaboradores, mas para todo o ecossistema empresarial – clientes, investidores, fornecedores e a própria sociedade. Nesse sentido, a maioria das empresas do futuro terá como core business a tecnologia e a educação. Ao ofertar soluções educacionais, a exemplo de e-learning, a corporação consegue nutrir a cultura de aprendizado contínuo para o seu nicho de mercado e ajuda no desenvolvimento profissional do indivíduo, tornando-o mais produtivo, preparado e coeso. É o que afirma o especialista Filipe Bento, coach em Desenvolvimento de Recursos Humanos e fundador da Br24 – startup focada na transformação digital e em soluções que automatizam processos e impulsionam o crescimento das empresas. “Nesse sentido, ganha o consumidor por ter em mãos o conhecimento e a organização, por gerar valor, inovação e sustentabilidade”, explica Bento. Uma das estratégias da Br24 tem sido a oferta de cursos de capacitação sobre a Bitrix24. Ou seja, ao invés de apenas vender a solução aos clientes, conecta-os de maneira mais próxima à marca, oferecendo conhecimento para que consigam utilizar a ferramenta por completo.
Filipe, como a educação e a tecnologia irão moldar as empresas do futuro?
Por causa da Lei de Moore que diz que a cada 18 meses a capacidade de processamento dos computadores dobraria.
A gente percebe nos últimos anos o efeito da tecnologia exponencial criando novas soluções e tecnologias, mudando a maneira como vivemos, consumimos e trabalhamos.
Esse é um caminho sem volta. Quando falamos de mercado e negócios, essa mudança também vai impactar as empresas, e exigir que elas se reinventem o tempo todo e usem cada vez mais a tecnologia pra evitar ficarem obsoletas e morrerem.
Por exemplo, pra quem acompanhou o fenômeno Netflix e do streaming que matou o negócio das locadoras de vídeo como a Blockbuster há alguns anos, é impressionante ver que recentemente a Netflix pela primeira vez na história começou a ter perda de seus assinantes e se sentiu ameaçada precisando se reinventar no seu modelos de negócio e no uso da tecnologia.
Não importa a atividade ou o segmento, todos os mercados estão sendo transformados pela tecnologia. É a chamada Transformação Digital.
Como a tecnologia é exponencial e nosso cérebro humano é linear. Há um gap enorme para que a gente consiga acompanhar essas evoluções da tecnologia. E pra dar conta de tudo isso, a gente vai precisar aprender e ensinar numa velocidade cada vez maior e pra sempre. É de onde surgiu o termo lifelong learning.
Então, enquanto as novas tecnologias são obrigatórias para as empresas sobreviverem e crescerem, a educação constante é a maneira como conseguimos fazer com que nossa força de trabalho e nossos clientes possam compreendê-las e usá-las.
Por onde passa essa moldagem em sua visão?
Essa transformação vai exigir a mudança de mentalidade e a aquisição de novas competências para lidar com a mudança e aprendizado constante.
A capacidade de priorizar, de aprender, de compartilhar e de colaborar/co-construir soluções não só entre times, parceiros, mas também com os clientes.
Qual será o valor do compartilhamento do conhecimento no futuro?
Cada vez mais o compartilhamento do conhecimento vai deixar de ser algo opcional ou desejado e se tornar vital para conseguir navegar nesse novo mundo.
Isso por que o conhecimento está virando moeda de troca entre indivíduos e organizações para conseguir acompanhar a velocidade das mudanças e inovações.
No futuro é possível que a velocidade exigida para obter conhecimento e acompanhar as mudanças inovações seja tão grande que isso só será possível através do compartilhamento.
Como você avalia o compartilhamento do conhecimento nos dias atuais?
Hoje, o conhecimento ainda é tratado como ativo e protegido pelo seu valor, mas em ambientes onde a nova geração é predominante há uma disposição maior para o compartilhamento do conhecimento e a co-construção. Cada vez mais, indivíduos e empresas de diferentes segmentos ou mercados estão dispostos a trocar conhecimento.
Como estamos testando e fazendo muitas coisas inéditas é tendência também que o conhecimento seja construído de forma muito mais interativa, dinâmica e menos teórica e estruturada.
Quais são os ganhos do consumidor com esse ecossistema?
Num cenário onde as empresas utilizam cada vez mais a tecnologia para agregar valor aos seus produtos e serviços, melhorar a experiência e, ao mesmo tempo, dão autonomia e empoderam seus clientes através da educação é certo que todos saiam ganhando num círculo virtuoso de evolução e troca constante.
A inovação e a sustentabilidade são partes fundamentais desse cenário?
Sem dúvida. A inovação é necessária não apenas para criar tecnologias, mas também para novas formas de usar essas tecnologias, produzindo produtos e serviços melhores, modelos de negócios com menor custo, maior escalabilidade e uma experiência cada vez melhor para o cliente final. E tudo isso, de maneira sustentável, já que a consciência dos efeitos a longo prazo estão cada vez mais sendo exigidos de todo ecossistema.
Quais os maiores desafios da transformação digital no mundo do compartilhamento do conhecimento?
Muitos desafios já foram superados com a popularização da internet e dispositivos pessoais, mas, por outro lado, isso trouxe uma explosão de dados, informações e uma disputa acirrada pela atenção das pessoas. Hoje, as pessoas possuem muito acesso ao conhecimento como nunca tiveram antes, mas tem ainda mais dificuldade de priorizar e focar no que realmente é relevante pra ela naquele momento por conta justamente do excesso de opções.
Usar a Inteligência Artificial e o Machine Learning para ajudar no direcionamento das pessoas pode ser um grande desafio.
Outra tendência é investir cada vez mais na imersão. Muito se fala em Realidade Virtual, Realidade Aumentada e mais recentemente Metaverso, mas temos uma longa jornada para conseguir trazer a fluidez e interconectividade necessária para a aplicação dessas tecnologias, na prática.
A automatização faz parte desses desafios em que nível?
A automatização está cada vez mais disponível e sendo usada de forma abrangente e profunda em muitos cenários de negócios e no nosso cotidiano, mas acredito que ainda tenha bastante espaço para evoluir nas automações inteligentes com o uso das novas tecnologias como Inteligência artificial e Machine Learning.
Como a Br24 está inserida em todo esse contexto?
A Br24 oferece soluções de gestão e comunicação para empresas de diferentes segmentos e lançou uma universidade digital para formar novos profissionais e clientes para implementar e usar essas soluções.
Quais os pilares fundamentais da startup?
Acreditamos que as pessoas podem ir muito além e conquistarem seus objetivos através do uso da tecnologia e do conhecimento. Com essas ferramentas elas são capazes de colaborar com outras pessoas e superar todos os desafios de negócios.
Nosso propósito é empoderar essas pessoas através de ferramentas de negócios que sejam flexíveis, fáceis de usar e poderosas. E apostamos na educação e no compartilhamento de conhecimento para que essas pessoas possam de fato fazer isso tudo acontecer.
Como esses pilares se tornarão exponenciais?
Tecnologia, conhecimento e colaboração são os elementos chave para sociedades evoluídas. Mas esses são apenas os meios, o que vai tornar esse futuro possível é o que existe de mais impressionante no mundo: as pessoas.
Última atualização da matéria foi há 2 anos
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