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Paula Juchem fala da inovação no design

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Paula Juchem é formada em Desenho Industrial pela Universidade Federal de Santa Maria (RS). Com passagem pela Editora Abril, em São Paulo, onde trabalhou com diagramação de revistas, deu seus primeiros passos como ilustradora usando as técnicas de colagem e giz de cera. Trabalhou por 15 anos na Itália, onde produziu ilustrações e projetos de design para marcas europeias. De volta ao Brasil em 2012, a artista se fixou em São Paulo e estreou no mercado nacional com uma linha de pratos em porcelana, únicos e autorais. As peças acabaram expostas na Design Gallery Milano, durante o Salão do Móvel daquele mesmo ano. Recebeu a segunda colocação no Prêmio Bradesco de Designer do Ano em 2017 e 2018 na feira MADE em São Paulo. Em 2017, expôs a coleção “Alquimias” na Firma Casa em São Paulo, uma série de treze cerâmicas desenvolvidas especialmente para a galeria. Paula ensina Ilustração Tridimensional na escola EBAC (Escola Britânica de Artes Criativas) e Cerâmica Livre na SuperBacana+. “Errei muito, comprei um forno sem nunca ter estudado cerâmica antes, não sabia que para cada tipo de queima era necessário uma curva de temperatura, não conhecia nada sobre esmaltação e foi errando que cheguei a esse ruído que me refiro na pergunta acima, que hoje é fundamental para o meu trabalho. Sem esse ruído, sem essa sujeira eu não chego ao sabor que cada peça minha precisa ter”, afirma a criativa.

Paula, o que um design deve ter além de forma e função?

Um bom objeto deve ser transformador e deve falar sobre o seu tempo. Primeiro ele deve transformar a vida de quem o faz e depois deve transformar a vida de quem convive com ele… Ninguém precisa de “mais um” vaso… já temos vasos demais nesse planeta. Se for para tirar mais argila de um rio e gastar 20 horas de energia elétrica de queima que seja com responsabilidade e amor, um objeto precisa ter um sentido para existir, como tudo na vida.

Em que momento você encontrou esse algo a mais que vai além da forma e função?

Quando comecei a trabalhar com a cerâmica de alta temperatura. A argila quando queimada por 12 horas ela fecha a liga e fica um objeto duro e altamente resistente, uma textura linda, um material que vai durar por muitas gerações, e vai guardar em si as histórias das casas por onde passar, isso me fascina.

Como se deu o seu interesse pela cerâmica?

Quando conheci a Sicília, morei na Itália de 1998 até 2012.

Quais os maiores desafios do seu ofício?

Ter sempre muito entusiasmo e energia quando estou trabalhando na modelagem ou esmaltação de uma cerâmica.

Com quais materiais você gosta mais de trabalhar?

Adoro experimentar novos materiais. No início do isolamento social me dediquei a tapeçaria e por alguns dias bordei um painel com muitas linhas coloridas, foi bonito, mas minha paixão verdadeira é a cerâmica. Gosto muito de desenhar também, uso canetinha hidrocor, nanquim, lápis de cor, giz pastel, aquarela, desenho muito, desenho todos os dias. Todos meus projetos de cerâmica nascem num bloco A4 de papel canson ou num blocão A2 de papel jornal.

A inovação no seu trabalho é algo cíclico?

Tenho fases, muitas vezes acho uma nova chave pictórica e fico muitos dias explorando ela, depois aparece outra… e assim por diante.

O que você absorveu dos mestres ceramistas que teve contato?

Tive pouco contato com cerâmicas, minha relação com o barro é bem estranha ao mundo da cerâmica. Não me considero uma ceramista.

Ideias de trabalhos antigos foram interpretados em criações recentes?

Sempre… a fauna marinha, as frutas, as galinhas são alguns personagens que me acompanham sempre.

O que é fundamental em uma criação idealizada por você?

Quando uma peça está pronta de verdade ela exala um sabor, não tenho vontade de sair de perto dela… se essa magia não acontece é porque a peça não funcionou ou não está pronta.

Quanto o não saber modelou a sua arte até aqui?

Errei muito, comprei um forno sem nunca ter estudado cerâmica antes, não sabia que para cada tipo de queima era necessário uma curva de temperatura, não conhecia nada sobre esmaltação e foi errando que cheguei a esse ruído que me refiro na pergunta acima, que hoje é fundamental para o meu trabalho. Sem esse ruído, sem essa sujeira eu não chego ao sabor que cada peça minha precisa ter.

Última atualização da matéria foi há 2 anos


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