Banco Econômico: o liquidado que virou BESA
O Banco Econômico, uma instituição financeira com raízes profundas na história brasileira, enfrentou momentos turbulentos ao longo de sua trajetória. Fundado em 1834 como Caixa Econômica da Bahia, o banco viu-se envolvido em uma série de eventos que culminaram na sua liquidação pelo Banco Central do Brasil em 1995. No entanto, após quase três décadas de desafios e reviravoltas, o Banco Econômico ressurgiu no cenário financeiro nacional, agora sob o nome de Banco BESA. Este texto explora essa jornada desde os primórdios até a sua “ressurreição” recente, destacando os principais eventos, desafios e transformações ao longo do caminho.
Fundação e consolidação
O Banco Econômico teve origem em um grupo de visionários baianos que, em 1834, estabeleceram a Caixa Econômica da Bahia. Sua sede inicial na Rua do Açouguinho, Salvador, tornou-se um marco histórico que hoje abriga o Memorial do Banco Econômico, composto pelo Museu Eugênio Teixeira Leal, a Biblioteca Innocêncio Calmon e o Arquivo Histórico. Desde o início, o banco adotou o lema “Economia, Perseverança e Socorro nas Dificuldades”, refletindo seu compromisso com a solidez financeira e o apoio à comunidade.
Expansão e mudanças estratégicas
Durante sua longa história, o Banco Econômico passou por diversas fases de expansão e mudanças estratégicas. Em 1910, foi adquirido por Francisco Marques de Góis Calmon, um político e banqueiro influente da época. Mais tarde, em 1968, o banco incorporou o Banco Meridional, expandindo suas operações para Porto Alegre e Santa Cruz do Sul. Essas expansões posicionaram o Banco Econômico como uma figura proeminente no sistema financeiro nacional.
Desafios pós-Plano Real
O cenário mudou drasticamente para o Banco Econômico com a implantação do Plano Real em 1994. Como muitas instituições financeiras da época, o banco enfrentou desafios significativos devido às novas dinâmicas econômicas e regulatórias. Apesar de receber suporte do governo através do Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional), o Banco Econômico não conseguiu evitar a intervenção do Banco Central do Brasil em 1995. A descoberta de irregularidades contábeis e desvios de recursos contribuíram para esse desfecho drástico.
Liquidação e repercussões
A liquidação do Banco Econômico em 1995 marcou um ponto de virada em sua história. Com 276 agências fechadas, mais de nove mil funcionários afetados e novecentos mil clientes impactados, o evento teve repercussões significativas no setor financeiro e na economia brasileira como um todo. A investigação do Banco Central revelou práticas contábeis questionáveis e má administração, lançando uma sombra sobre a reputação do banco e de seus gestores.
Ressurgimento e transformação
Após sua liquidação, partes do Banco Econômico foram incorporadas por outras instituições financeiras, como o Banco Excel e, posteriormente, o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA), que em 2003 se fundiu ao Bradesco. No entanto, em um movimento surpreendente em 2021, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) realizaram um leilão dos créditos do Banco Econômico, dando início a um processo que resultou na reativação da instituição.
O renascimento como Banco BESA
Em setembro de 2021, o leilão dos créditos do Banco Econômico atraiu interesse limitado, mas determinante. O Alternative Asset 1, um fundo administrado pelo BTG Pactual, emergiu como o único licitante, adquirindo os créditos por um valor significativo. Condições regulatórias e a liquidação de passivos financeiros foram cumpridas ao longo de 2022, marcando o renascimento do Banco Econômico sob uma nova denominação: Banco BESA.
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