Íris Abravanel: a nova dona do Baú
Íris Abravanel, a mulher que, ao lado de seu falecido marido Silvio Santos, construiu um império que atravessa gerações, passou a comandar, com maestria, o Baú da Felicidade (hoje Baú da Felicidade Jequiti) e o vasto legado de negócios deixado pelo apresentador. Ao assumir as rédeas do Grupo Silvio Santos após a morte de Silvio, ela não se limitou apenas a ocupar o espaço que seu marido deixou, mas demonstrou uma capacidade ímpar de reinventar o Baú para os tempos modernos. Mas quem é essa mulher além de esposa e mãe das herdeiras de um dos maiores conglomerados do Brasil? Vamos desvendar o jogo de peças que fizeram de Íris a nova dona do Baú, e o que podemos esperar do seu comando.
A mulher por trás da fortuna
Íris Pássaro Abravanel nasceu no Rio de Janeiro, em 1948, e logo ficou famosa por seu casamento com Silvio Santos, que foi tão icônico quanto o próprio apresentador. A união do casal, selada em 1981, além de gerar um espólio afetivo e empresarial, consolidou Íris como figura central na história do SBT e de muitos outros empreendimentos da família Abravanel. Não se pode negar que, para muitos, ela ainda é vista como “a esposa do homem do Baú”. Mas a história é bem mais complexa do que esse rótulo permite sugerir.
“Com quatro filhas para administrar os negócios, e Daniela Beyruti na liderança do SBT, a matriarca da família tem sido a peça chave no controle das divisões da fortuna do Baú. Ainda que, por questões de tradição e estratégia empresarial, a gestão do SBT tenha ficado a cargo de executivos e das filhas, foi Íris quem realmente orquestrou a transição.”
À frente da Jequiti, da Tele Sena e até mesmo do hotel Jequitimar, Íris não se limitou a ser uma mera gestora passiva. Ela protagonizou a expansão de negócios no mundo cosmético e, aos poucos, foi moldando sua própria identidade no universo empresarial. Seus feitos vão além do roteiro de novelas que escreveu ao longo dos anos, os quais marcaram gerações e deixaram sua marca no mundo da teledramaturgia.
A senhora da teledramaturgia e seus remakes
Foi em 2008 que Íris Abravanel passou a ter uma presença marcante na produção de conteúdo do SBT. Longe da figura de apenas esposa, ela abraçou a carreira de roteirista de novelas com um olhar focado no público infanto-juvenil, adaptando algumas das mais queridas histórias da televisão brasileira. “Carrossel”, “Chiquititas” e “Cúmplices de um Resgate” são apenas algumas das tramas de sucesso que ela levou às telas, muitas delas com a missão de resgatar a nostalgia de uma geração enquanto encantava novos telespectadores. Mas não se enganem, o que Íris oferece não é um simples ‘remake’ — é uma nova camada de reflexão sobre os dramas e dilemas juvenis que ressoam com o público atual.
A sua capacidade de compreender o que cativa o público jovem, ao mesmo tempo, em que respeita o espírito das obras originais, faz dela uma das poucas roteiristas que não apenas repete fórmulas, mas faz delas um trampolim para novas discussões sociais. Contudo, é claro, sempre com uma boa dose de açúcar, afinal, estamos falando de novelas para as tardes da infância.
Quando o Baú se transforma em império
O verdadeiro salto de Íris para o comando do Baú da Felicidade veio após a morte de Silvio Santos, em agosto de 2024. Ela se viu não só como a herdeira de um vasto patrimônio, mas também como a guardiã de uma herdade que carrega consigo uma parte da história da televisão brasileira. Sua fortuna, avaliada em R$ 6,4 bilhões, colocou-a no rol das mulheres mais ricas do Brasil. Mas o que realmente define Íris, além de ser uma herdeira? Ela soube transformar sua visibilidade em uma marca poderosa, capaz de manter, e até expandir, o império.
Com quatro filhas para administrar os negócios, e Daniela Beyruti na liderança do SBT, a matriarca da família tem sido a peça chave no controle das divisões da fortuna do Baú. Ainda que, por questões de tradição e estratégia empresarial, a gestão do SBT tenha ficado a cargo de executivos e das filhas, foi Íris quem realmente orquestrou a transição, garantindo que a tradição não apenas sobrevivesse, mas se reinventasse.
O desafio da nova geração
Íris tem um desafio pela frente: garantir que o Baú da Felicidade não seja apenas uma marca nostálgica, mas uma força renovada no cenário atual. O SBT, que já foi o maior rival da Globo, luta para se manter relevante no setor de entretenimento, e o papel de Íris, ao lado de suas filhas, é encontrar o equilíbrio entre tradição e inovação. O mundo do streaming, a queda da audiência linear e a ascensão das plataformas digitais exigem um pensamento ágil, e, por mais que a família Abravanel tenha uma história consolidada, a capacidade de adaptação será a chave para que o Baú continue a ser uma verdadeira joia empresarial.
Enquanto isso, as novelas de Íris continuam sendo um dos maiores pilares da emissora, agradando e criticando ao mesmo tempo. Seus roteiros que misturam drama e leveza são um reflexo do próprio momento da empresa: um império que precisa se reinventar, mas que sabe que sua essência é o que ainda mantém milhões de telespectadores ligados todos os dias.

Íris e o futuro do Baú
Se existe algo que a matriarca do Baú compreendeu ao longo dos anos é que o poder não reside apenas em grandes cifras, mas na capacidade de adaptação e de influência sobre uma geração inteira. Ela herdou um império, mas tem moldado sua própria identidade dentro dele. Em tempos de inovação, em que as velhas fórmulas de entretenimento estão sendo desafiadas, quem ficará no comando do Baú não será apenas a dona de um vasto patrimônio, mas a dona de seu próprio destino.
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