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Los Choneros e Fito: o terror de todo o Equador

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Equador testemunhou uma escalada de violência que lançou o país em um conflito armado, envolvendo o governo e diversos grupos do crime organizado, destacando-se entre eles os temidos Los Choneros. Este episódio sanguinário foi desencadeado pela fuga espetacular do líder dos Los Choneros, José Adolfo Macías Villamar, da prisão em Guayaquil, gerando uma série de eventos que abalaram as estruturas sociais e políticas equatorianas.

José Adolfo Macías Villamar, conhecido como Fito, emergiu como uma figura central nesse enredo macabro. Originário das entranhas do submundo criminal, Fito consolidou sua liderança nos Los Choneros por meio de uma mistura de astúcia, violência e uma rede de conexões obscuras. Seu histórico criminoso remonta há décadas, caracterizado por crimes violentos, tráfico de drogas e ações audaciosas que desafiavam as autoridades.

A fuga de Fito da prisão em Guayaquil, em 7 de janeiro, revelou a audácia e a engenhosidade que o tornaram uma figura lendária entre os criminosos do Equador. O evento deixou as autoridades perplexas, e as acusações contra dois guardas prisionais sugeriam uma possível colaboração interna. Esse episódio não apenas libertou um criminoso perigoso, mas também deflagrou uma série de acontecimentos que levariam o país a um estado de caos sem precedentes.

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Em resposta à fuga de Fito, o presidente Daniel Noboa declarou estado de emergência por 60 dias. Essa medida extraordinária concedeu às autoridades amplos poderes, incluindo a suspensão de direitos individuais e a mobilização militar dentro das prisões. No entanto, ao invés de conter a situação, desencadeou uma série de rebeliões em instituições prisionais por todo o país, ampliando ainda mais a crise.

A magnitude dos eventos tornou-se evidente em 9 de janeiro, quando grupos armados emitiram ameaças de “guerra”. O presidente, então, declarou oficialmente um estado de conflito armado interno, autorizando operações militares contra esses grupos, agora classificados como terroristas. Entre eles, Los Choneros, com Fito à frente, destacavam-se como protagonistas centrais desse drama sangrento.

Os Los Choneros, liderados por Fito, não hesitaram em usar táticas brutais para expressar seu desafio às autoridades. Invadiram o estúdio da TC Televisión em Guayaquil, fazendo jornalistas reféns durante um noticiário ao vivo. A resposta ágil da polícia resultou na libertação dos reféns e na prisão dos membros da gangue, mas não sem antes deixar uma marca indelével no imaginário da população.

O caos se espalhou por todo o país. Em Quito, o Palácio de Carondelet e outras instituições estatais foram evacuados por motivos de segurança. Empresas fecharam suas portas antecipadamente, e episódios como o depósito de um explosivo próximo ao Obelisco da Vicentina aumentaram a tensão nas ruas. Policiais foram feitos reféns, forçados a ler mensagens que justificavam os atos como uma reação ao estado de emergência decretado por Noboa.

Os ataques indiscriminados também atingiram civis, com relatos de mortes no Shopping Albán Borja, em Guayaquil. Vídeos chocantes online mostravam execuções brutais de guardas prisionais, enquanto outros pediam diálogo com o presidente, ameaçando continuar os assassinatos caso suas exigências não fossem atendidas.

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Analisando a fundo, os ataques parecem estar relacionados à Operação Metástase, uma investigação que expôs conexões entre figuras políticas, oficiais de segurança e gangues criminosas. A onda de prisões resultante dessa operação em dezembro de 2023 pode ter sido o catalisador para a vingança desses grupos, alimentando um ciclo de violência descontrolada.

Nesse cenário de caos, o presidente Daniel Noboa emitiu um decreto oficializando o país em estado de “conflito armado interno”. Identificou os grupos envolvidos, incluindo Los Choneros, como “organizações terroristas e atores beligerantes não estatais”. A lista extensa de organizações criminosas mencionadas no decreto destaca a complexidade do problema, com nomes como Águilas, ÁguilasKiller, Ak47, Caballeros Oscuros, Covicheros, Cuartel de las Feas, Cubanos, Fatales, Gánster, Kater Piler, Lagartos, Latin Kings, Los Lobos, Los p.27, Los Tiburones, Mafia 18, Mafia Trébol, Patrones, R7 e Tiguerones.

Simultaneamente às medidas do governo, o Ministério da Educação suspendeu as aulas presenciais em todo o país, optando pelo ensino virtual até 12 de janeiro. O transporte em Quito foi paralisado, com exceção do Metrô de Quito, que funcionaria com restrições. O Aeroporto Internacional Mariscal Sucre permaneceria aberto, mas com segurança reforçada, refletindo a tensão que permeava o país.

O Equador enfrenta, assim, um dos capítulos mais sombrios de sua história recente, com Los Choneros e seu líder, Fito, no epicentro de um conflito que desafiava não apenas as estruturas governamentais, mas a própria coesão social do país. A população, em meio à incerteza e ao temor, aguardava ansiosa por uma resolução que trouxesse a tão almejada paz de volta à nação.

Última atualização da matéria foi há 11 meses


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