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Marcus Steinmeyer tem paixão pela fotografia

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“A fotografia é minha paixão, minha musa, minha inspiração. Tive a sorte de poder transformar isso em profissão. Faço por que amo e faço com prazer”. Essa frase foi dita pelo fotógrafo Marcus Steinmeyer, considerado um dos principais retratistas da atualidade em nosso país. O fotógrafo sempre trabalhou como diretor de arte e diretor de criação em agências de publicidade, mas por conta da pressão da profissão e da falsa urgência dos clientes, acabou desenvolvendo uma síndrome do pânico. “Já tinha a predisposição de mudar de profissão para qualidade da minha saúde mental, apesar de gostar muito do que eu fazia e a fotografia apareceu na hora certa. Eu por coincidência comprei uma câmera e comecei a estudar por conta própria. Em pouco tempo, meio que sem eu perceber como, migrei para a fotografia, e nesse mercado já estou há 11 anos feliz e contente.” Fotos de Marcus Steinmeyer podem ser vistas com frequência nos mais diversos veículos da mídia nacional (UOL, Exame, Revista PEGN, Veja SP entre outros), além de fotos corporativas e trabalhos editoriais. “Às vezes o diretor de arte de uma revista já tem uma ideia pré-concebida e cabe a mim tentar executá-la. Nem sempre é possível, e muitas das vezes, faço a ideia deles e depois as minhas, e normalmente as minhas acabam sendo escolhidas”, afirma com exclusividade o fotógrafo retratista para o portal Panorama Mercantil.

Marcus, por que a fotografia como o seu ofício?

Sempre trabalhei como diretor de arte e diretor de criação em agências de publicidade, mas por conta da pressão da profissão, da falsa urgência dos clientes, acabei desenvolvendo uma síndrome do pânico. Já tinha a predisposição de mudar de profissão para qualidade da minha saúde mental, apesar de gostar muito do que eu fazia e a fotografia apareceu na hora certa. Eu por coincidência comprei uma câmera e comecei a estudar por conta própria. Em pouco tempo, meio que sem eu perceber como, migrei para a fotografia, e nesse mercado já estou há 11 anos feliz e contente.

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Acredita que fotografar é uma “briga” entre forças?

De maneira alguma. Muitos fotógrafos dizem isso, que o retrato é uma briga de forças. Eu já acredito que é uma busca pela sinergia entre o personagem fotografado e o fotógrafo. Quando isso ocorre, dificilmente o retrato não sairá belo.

Suas fotografias impressionam pelo alto grau de intimidade que você tem com os seus fotografados. O que foi crucial para você conseguir isso ao longo do tempo?

Acredito que primordialmente, respeito pelo próximo. Mas demorou um pouco para eu entender isso efetivamente. Diz-se que fotografia é luz. E muitos fotógrafos dizem isso. Por muito tempo estudei só luz, mas com o tempo fui percebendo que os retratos que eu mais gostava não necessariamente eram de fotógrafos que faziam luzes mirabolantes, e sim em que os personagens pareciam mais à vontade. Isso fez com que eu me aprendesse a me preocupar mais com a interação fotógrafo x fotografado do que deixar o fotografado em um canto e ficar pensando numa luz linda.

Em que momento a fotografia exerce um papel social em sua visão?

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Existem vários tipos de fotografia e cada uma contribui com algo de alguma maneira. Ela pode contribuir com o fotógrafo, no sentido de ser uma profissão que permite que quase qualquer pessoa aprenda. Sim, equipamentos são caros, mas é possível aprender com equipamentos que são acessíveis ou antigos, e trabalhar em lugares que já tenham equipamentos mais onerosos. Mas no caso do fotografado, e especificamente falando de retratos, acredito que tanto com a autoestima quanto com o conhecimento e reflexão da autoimagem de cada personagem.

Muitas pessoas acham que se conhecem (em relação à própria imagem) por se verem no espelho todos os dias, mas quando um terceiro inclui a visão dele a sua imagem e isso se transforma em um retrato, nem sempre é o que esperamos ver de nós mesmos e isso nos coloca em reflexão. Um outro ponto que gosto de tocar também, é que retratos de celebridades ou personalidades, são além de retratos registros históricos daquelas pessoas. E, dependendo do feito delas e do retrato, eles podem ser a imagem da pessoa por centenas de anos. Um exemplo, a imagem do Che Guevara.

Com as novas tecnologias, a fotografia ganhou efemeridade. Como um profissional deve agir para se destacar em seu ofício num mundo altamente conectado?

Eu acredito que a tecnologia veio para ajudar. Assim como na música o mercado precisa se adaptar aos novos tempos. A fotografia no meu ver nunca morrerá. As pessoas precisam de imagens para ilustrar tudo, desde matérias, publicidade, utilizar como lembranças e a tecnologia veio para tornar a fotografia acessível a todos e isso é muito bom. Sim, aumentou muito o número de fotógrafos, inclusive, apesar da minha idade, sou fruto da fotografia digital. Na época do filme, eu nunca teria escolhido essa profissão por conta de ser muito ansioso. Penso que por ser mais acessível a todos é mais fácil as pessoas entenderem o que é uma boa fotografia e inclusive diferenciar com mais facilidade as boas imagens.

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Em que momento você acredita que achou o seu modo singular de fotografar?

Não sei se minha fotografia tem um modo singular. Porém, diversas pessoas dizem o mesmo que você comentou em outras perguntas, a percepção de uma intimidade entre o fotografado e eu. No caso, traduzindo, as pessoas parecem estar a vontade em minhas fotos.

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O quão importante é uma bagagem cultural e visual para isso ocorrer?

Referência é tudo. Sempre digo isso. Todas as viagens que fiz, os livros que li, os filmes que vi, as músicas que gosto, tudo isso além das imagens que vejo diariamente. Tudo é referência para criar estética. Às vezes, inclusive uma lembrança de infância pode ajudar em um retrato.

Como as observações externas e as reflexões internas atuam em seu trabalho?

As observações externas, completamente. Pois, observo tudo ao chegar no local onde vou fotografar, desde objetos, ambientes, até a maneira do personagem se comportar, trejeitos, tiques, qualidades, marcas de pele, etc. As internas, acredito que influenciem no fato do respeito ao próximo. Não insisto muito em uma ideia que o retratado não esteja a vontade de fazer, acredito que isso vai invadir seu eu interior de alguma maneira, e se ele está falando “não” para algo, algum motivo tem. Pode ser desde algo que ele acredita que não vá ser bom para imagem dele, ou que ele não se sinta a vontade, ou não goste, até a maneira como fiz o pedido. E eu tenho que respeitar o não.

O que não é mostrado em uma fotografia sua, mas que para você é fundamental?

O que eu repeti diversas vezes aqui, o respeito ao retratado, suas crenças, costumes, sua intimidade. Afinal, ele que será exposto e não eu.

Qual a influência de um fotógrafo na hora de mostrar a sua ideia para um fotografado?

Nem sempre a ideia é minha, e isso é um problema. Às vezes o diretor de arte de uma revista já tem uma ideia pré-concebida e cabe a mim tentar executá-la. Nem sempre é possível, e muitas das vezes, faço a ideia deles e depois as minhas, e normalmente as minhas acabam sendo escolhidas. Isso por que nas minhas eu normalmente acredito mais que nas ideias dos outros. Quando as ideias são mais complicadas, por exemplo, quando envolve nudez ou algo do tipo, é de praxe uma conversa prévia com o personagem explicando a situação e vendo se ele aceita ou não. Eu normalmente prefiro isso, pois, assim quando chego ao local, não preciso “convencer” ninguém.

O que você conseguiu captar de um fotografado e que trouxe para a sua vida?

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Eu aprendo todos os dias com todas as pessoas que fotografo, e como disse acima, todas estas experiências se transformam em referências para os próximos retratos. Acho que por isso a fotografia é fascinante, você nunca é bom o suficiente, todos os dias aprendo algo novo, mesmo com mais de 10 anos de profissão, ainda me sinto um amador, aprendendo um ofício ao qual estou apaixonado e curioso.

Última atualização da matéria foi há 2 anos


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