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Sarah Fonseca nos mostra sua visão de mundo

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Sarah Fonseca é influenciadora digital, empresária, apresentadora e modelo. Ela começou sua carreira na internet em 2018, antes disso, já era empreendedora, com sua empresa Sr. Biju, a qual ela gerencia desde os seus 18 anos. Formada em administração, Sarah dribla a timidez e enfrenta desafios por ser uma mulher preta em ascensão profissional e investir muito na carreira. Atualmente, além de empreender e influenciar pessoas nas redes sociais, Sarah também atua como modelo e apresentadora. Tem como principal missão incentivar e motivar pessoas através de seu perfil no Instagram. Na plataforma, onde reúne quase 730 mil seguidores, Sarah já realizou projetos em prol do antirracismo, como o Conexão, entrevistando empreendedores negros e o Sooul Antirracista trazendo dicas e conceitos. Apaixonada por empreendedorismo, no projeto Conexão, a influencer reuniu empresários negros para falar um pouco sobre seus respectivos negócios. “Eu sou apaixonada por empreendedorismo porque é sempre uma dinâmica e um desafio, lembro que era o mesmo sentimento de quando eu era criança e tinha questões de lógica para resolver, eu olhava e pensava que poderia ser difícil e depois que resolvia, via que não era impossível. Eu amo essa sensação de desafio. Dessa forma, sabendo o quanto é desafiador e gostoso empreender, mesmo que eu ainda erre muito, eu adoro compartilhar experiências com meu público”, afirma.

Sarah, o que mudou no ecossistema empreendedor de 2012 até aqui em sua visão?

Essa pergunta me faz voltar 10 anos em segundos. Muita coisa mudou! Aliás, empreender é uma mudança diária. Tudo que acontece com as pessoas em torno da nossa empresa, com a economia, com o meio ambiente, exatamente tudo que acontece em volta do seu empreendimento e que tem um mínimo de ligação com ele pode, de fato, afetá-lo. Comentando algumas mudanças que são bem marcantes, em 2012, por exemplo, as pessoas usavam muito o Facebook e minhas vendas começaram por lá. Eu criei um grupo na época e usei da oportunidade das pessoas serem muito ativas em grupos, de checarem como a gente checa nosso Instagram hoje em dia. Isso me diz o quanto a tecnologia foi mudando e eu fui adaptando durante esses 10 anos. De Facebook e SMS para me comunicar com o cliente, hoje eu uso muito Instagram e e-mail. Outra mudança que eu acho interessante comentar é que há 10 anos, as pessoas tinham muito medo de comprar online, havia muitos golpes, muitos sites duvidosos pela internet e por isso, eu tinha sempre que ser bem transparente e clara para conseguir que um cliente novo confiasse que eu realmente estava vendendo acessórios online. Hoje a gente compra online o tempo inteiro e rapidamente somos alertados sobre sites duvidosos, as transações online ficaram mais claras/confiáveis. Claro, não que não existam mais golpes na internet, mas as pessoas, em geral, estão mais espertas com essa parte. Nossa, foram tantas mil mudanças que afetaram meu empreendimento que eu poderia escrever um livro aqui sobre esses 10 anos. E olha que minha empresa é uma empresa pequena, mas foi meu grande tesouro por ter me sustentado e ter me feito chegar até aqui. A Sr. Biju me abriu uma grande porta na vida.

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Como essas mudanças foram cruciais para o momento vivido por você no empreendedorismo?

Apesar de não ter tido muito dinheiro para começar e muito menos para reinvestir durante 9 anos de empresa, eu sempre fui a pessoa que ficava “ligada” no que estava acontecendo e dava meu jeitinho para aplicar ou adaptar na minha empresa, mesmo que eu não tivesse recursos financeiros para fazer como outras empresas faziam. Uma coisa muito interessante que eu lembro de ter feito, é que quando começaram essa onda de entregar “mimos” para pessoas influentes, eu fazia alguns kits e deixava na minha bolsa para toda vez que eu fosse em um evento. Lá no evento, eu tentava ir ao camarim ou entregar aos cantores perto do palco. Eu sempre dava meu jeitinho de fazer meu acessório chegar naquele artista. Lembro de ter conseguido entregar acessórios com a minha cara de pau para o Mumuzinho, Belo, Grupo Vou Zuar, Lucas e Orelha, Gabily, Gominho, Grupo Intimista, Pocah, Mc Maneirinho, Léo Santanna e muitos outros. Hoje eu conheço quase todos eles porque minha profissão me permitiu essas conexões, mas eu já fui a fã que ficava perto do palco na esperança de entregar a minha “pulseirinha”. E muitos continuaram usando porque eu fiquei acompanhando na esperança de poder dizer que o artista X já usou Sr. Biju. Eu era e sou muito persistente.

O que tem motivado os empreendedores que você tem contato na atual conjuntura?

Quem conseguiu sobreviver a pandemia, com certeza está mais motivado agora porque a sensação é que passamos pelo pior. Foram quase 2 anos de incertezas, de poucas vendas, de medo, de quase desistir. Acho que não só para o empreendedor, mas para as grandes empresas também. Acredito que em 2022 quem é empreendedor, depois desse furacão, pode se sentir mais forte. Eu me sinto mais forte. Assim que começou 2022 eu tive a certeza que este era o ano para começar a investir na empresa como sempre sonhei. Antes da pandemia, eu não tinha recursos financeiros e usava o que ganhava na empresa para pagar minhas contas pessoais e chegar até aqui. Hoje, com a internet e meu trabalho como influenciadora, que cresceu muito no meio da pandemia, consigo investir mais na minha empresa com o objetivo de fazê-la mudar e crescer até o final de 2022. Estou construindo uma nova Sr. Biju. Chega de usar a receita para sobreviver, agora eu reinvisto. Que alegria poder aplicar tudo que eu sempre estudei e quis.

Quais são os conselhos mais pedidos por pessoas que querem se “aventurar” no mundo do empreendedorismo?

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Eu sou apaixonada por empreendedorismo porque é sempre uma dinâmica e um desafio, lembro que era o mesmo sentimento de quando eu era criança e tinha questões de lógica para resolver, eu olhava e pensava que poderia ser difícil e depois que resolvia, via que não era impossível. Eu amo essa sensação de desafio. Dessa forma, sabendo o quanto é desafiador e gostoso empreender, mesmo que eu ainda erre muito, eu adoro compartilhar experiências com meu público. O que eu aprendi, o que eu testei na minha empresa, como faço pra chamar atenção e muitas outras coisas. E claro: sem essa de coach ou de promessas, é como se eu conversasse com um amigo como foram esses 10 anos e dividisse com ele o que aconteceu. Eu não prometo nada porque não gosto desse tom e acho que não sou um caso de “ganhou milhões em tanto tempo”, mas eu tenho muita experiência para dividir e criar insights na cabeça de outros empreendedores. Essa é a ideia! E posso dizer que recebi já diversos depoimentos de pessoas que começaram seus empreendimentos motivadas por mim ou que mudaram algo no que, já faziam e que foram gratas pelo insight quem dei em algum dos meus vídeos ou relatos.

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O conselho recorde é: “sou doida para vender x, como faço para começar?” Essa pergunta eu recebo de seguidores e de amigos. E sempre respondo que essa resposta seria impossível de escrever numa conversa na rede social, haja coisa para fazer para começar e os começos jamais serão uns iguais aos outros. Por isso que os vídeos que produzo na web série #ElaFazONegócioDela são recortes de experiências, não são um manual que vai te fazer um super empreendedor.

E quais os conselhos que mais ouviu quando quis empreender?

Aqui vou dizer, na verdade, o conselho que mais ouvi quando só quis empreender. Quando eu comentei com as pessoas que largaria meu emprego fixo com carteira assinada em uma multinacional para somente empreender. O conselho era quase sempre para eu desistir dessa ideia louca porque o melhor era ter algo fixo. Ainda bem que minha mãe sempre disse que não sou todo mundo, pedi demissão e fui ser feliz com meu próprio negócio. Mesmo que não tenha sido uma linha super linear de receitas depois que pedi demissão porque empreender é uma montanha-russa, foi a melhor coisa que eu fiz na minha vida.

Em que momento de sua trajetória esses conselhos fizeram todo o sentido?

Se falo dos conselhos sobre quando larguei meu emprego, nunca fizeram sentido, graças a Deus. Se penso em conselhos durante minha trajetória, todas as pessoas que apareceram para me motivar, eu ouvi de coração aberto e aquelas que não acreditavam em mim, eu ignorei e me afastei. Sempre acreditei que quem mais precisa acreditar na gente é a gente mesmo. Tive que filtrar muito o que eu ouvia durante todo esse tempo, sempre tem alguém que tem um super conselho ou um super projeto para fazer com você.

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Você tem ajudado empreendedoras negras a divulgarem o seu projeto. Como isso tem sido feito?

Empreendedoras negras, na verdade, foi concentrado em um vídeo de divulgação de 4 empreendedoras negras após a repercussão do racismo que aconteceu comigo. Eu sempre fui de divulgar empreendedoras no meu perfil do Instagram, mas em uma das vezes eu fiz somente com empreendedoras negras para retribuir todo o apoio que recebi em março deste ano. Ainda vou continuar divulgando empreendedoras no meu Instagram e em breve terei um novo motivo para inspirar outras pessoas, algo grande que está vindo, mas que vocês só saberão até o final deste ano.

Quais os maiores obstáculos em torno dessa divulgação?

Na divulgação das empreendedoras negras, infelizmente, algumas mulheres não negras ficaram chateadas e não entenderam o objetivo do vídeo. Mesmo que a gente fale de racismo o tempo todo e de como as mulheres negras passam por coisas diferentes das mulheres brancas, ainda tem pessoas que não conseguem ver essa diferença. Ainda estamos evoluindo e ainda estamos muito desiguais. Seria maravilhoso se essas mulheres brancas que reclamaram da oportunidade que dei, fossem minimamente antirracistas e entendessem a importância da minha escolha naquele vídeo.

Esse é um dos principais fatores para o empoderamento que é tão buscado por você?

Como mulher, negra, empreendedora e influenciadora, eu faço o possível para passar mensagens importantes e que motivem através das minhas redes sociais. E isso vai do meu bordão “Tô muito gata hoje” que motiva nós mulheres a nos sentirmos gatas todos os dias até a questão de onde eu cheguei e o quanto eu posso mostrar que é possível de uma forma bem realista.

Fale um pouco mais da Web Série #ElaFazONegócioDela.

A web série já tem mais de 60 vídeos no meu Instagram contando a minha história como empreendedora, desde quando comecei e como comecei até várias lições que tive durante esses 10 anos. Eu iniciei a web série fazendo vídeos semanais para contar a história e hoje em dia eu posto sempre que tenho algum assunto interessante para compartilhar falando de empreendedorismo. É uma forma de compartilhar meus erros e acertos e dar conselhos, mas sempre de forma realista e zero coach. Acredito que eu já tenha motivado e inspirado diversas pessoas com meus vídeos pelo caminho, o feedback é sempre muito positivo e emocionante.

Última atualização da matéria foi há 2 anos

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