Uma forma de pagamento bem menos burocrática
Existe um gap no mercado em conceder crédito para médias empresas importarem produtos do exterior. Com um oceano azul a vista, a Vixtra, uma fintech brasileira de comércio exterior, acaba de anunciar um aporte de R$35 milhões, liderado pelos sócios da Sertrading, uma das maiores trading companies do país. Essa primeira rodada também conta com a participação de Mauro Negrete (ex-CTO Cetip, investidor do Mercado Bitcoin) e Gustavo Jobim (fundador da GPS Investimentos, ex-sócio da Goldman Sachs, board member do FGC).
A empresa mira ajudar até 39 mil empresas, aquelas que importam até US$10 milhões por ano e que serão responsáveis por movimentar US$100 bilhões este ano, de acordo com dados do Ministério da Economia.
Criada em julho de 2021, a ideia de fundar a companhia surgiu a partir das experiências dos seus três fundadores: Caio Gelfi, Guilherme Rosenthal e Leonardo Baltieri, com meios de pagamento B2B e comércio exterior.
Com passagens pela Sertrading e fintechs (Blu e Supplier), os administradores constataram que os grandes bancos e as startups não fornecem crédito e serviços financeiros de qualidade para médias empresas brasileiras e latino-americanas.
“Nós criamos uma forma de pagamento e financiamento em reais, com menor risco cambial, menos burocrática e mais segura”, revela Gelfi.
Neste mercado ainda inexplorado pelas fintechs e os grandes bancos, a empresa atua como um meio de pagamento internacional na relação comercial entre importador e fornecedor.
Ao fazer o pedido com o fornecedor, o importador teria que pagar antecipadamente. Dessa forma, a fintech faz o pagamento à vista, e cobra do importador o valor da importação em reais (R$) no momento da chegada do produto no Brasil (acrescido de juros no período).
“A taxa de intermediação das operações é precificada com base no tempo de trânsito da mercadoria, o tipo de produto importado, país de origem, rating do exportador, possibilidade de venda da garantia, saúde financeira do importador e com o número de serviços financeiros agregados que o cliente pode contratar”, sintetiza Rosenthal.
Além de capital de giro (supply chain financing), a fintech oferece acesso a outros serviços financeiros (hedge, seguro e câmbio), para o cliente se proteger de flutuações de moedas, um software de visibilidade para controlar os processos de importação, e uma base de dados nacionais e internacionais, que oferecem informações ao importador brasileiro em relação à quem está comprando.
“Ao pagar via Vixtra, o importador no Brasil pode saber, por exemplo, se aquele exportador cumpre regras de compliance internacional, consegue acompanhar onde está o seu pedido em tempo real e consegue fazer negociações mais competitivas”, exemplifica Baltieri.
Os fundadores aproveitarão o seed round, um dos maiores já recebidos por empresas nesse estágio no Brasil, para investir em tecnologia e ampliar a equipe.
Atualmente, são 30 colaboradores, com a perspectiva de dobrar o número em 6 meses.
“Estamos investindo fortemente em tecnologia, buscando proporcionar uma jornada simples, segura e amigável para os nossos clientes, e também na contratação de pessoas para a construção do produto”, reforçam.
Inicialmente, a atuação da Vixtra é no Brasil, mas a startup pretende expandir os negócios e começar a operar na América Latina.
Segundo dados do Banco Mundial, o volume de importação no Brasil tem muito espaço para crescer: o país importa somente 15% do PIB, enquanto a América Latina (excluindo o Brasil) importa 26% e o mundo importa 29%.
“Após a consolidação da operação brasileira, expandiremos para a América Latina, visto que as dores nestes países são muito similares”, complementa Gelfi.
Sobre a Vixtra:
A Vixtra é uma fintech de comércio exterior e atua como um meio de pagamento internacional na relação entre importador e fornecedor, com o objetivo de conceder limite de crédito para médias empresas importarem produtos do exterior.
Fundada em julho de 2021 por Caio Gelfi, Guilherme Rosenthal e Leonardo Baltieri, os administradores criaram uma forma de pagamento e financiamento em reais (R$), com menor risco cambial, menos burocrática e mais segura, cujo importador terá capital de giro, confiança e dados em relação ao exportador, outros serviços financeiros (seguros, hedge e câmbio) e controle e visibilidade do processo de importação.
A companhia recebeu um aporte de R$35 milhões, um dos maiores valores para uma startup em estágio inicial, pelos sócios da Sertrading e mais dois investidores (Mauro Negrete e Gustavo Jobim).
*Com participação do jornalista Lucas Mendes.
Última atualização da matéria foi há 1 ano
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