Bastilha, Nicki Minaj, fim da reeleição…
Nem todo mundo tem tempo (ou estômago) para acompanhar o noticiário inteiro. É guerra lá fora, escândalo aqui dentro, político fazendo dancinha no TikTok e economista prometendo milagre com inflação alta. Enquanto isso, você tenta sobreviver à vida real. A gente entende.
Por isso nasceu o Condensado: uma dose diária de realidade em 6 tópicos, com informação quente, ironia fria e aquele comentário ácido que você gostaria de ter feito — mas estava ocupado demais trabalhando pra pagar o boleto.
Aqui não tem enrolação, manchete plantada ou isenção fake. Tem olho cirúrgico e língua solta. O que rolou (ou rolará) de mais relevante no Brasil e no mundo vem aqui espremido em 10 linhas (ou menos) por item. Porque o essencial cabe — e o supérfluo, a gente zoa.
Informação? Sim. Respeito à inteligência do leitor? Sempre. Paciência com absurdos? Zero.
Bem-vindo ao Condensado. Pode confiar: é notícia, com ranço editorial.
PT, PP, Lindbergh, Gleisi, Perini e o poder da tesouraria: Casa da Moeda vira novela palaciana entre paixão, carimbos e cifrões soberanos
Se Brasília fosse um romance, a Casa da Moeda seria aquela amante cobiçada que todos querem cortejar, nem sempre por amor. A estatal, que já serviu como moenda de prejuízos e palco de sonhos liberais frustrados (oi, Paulo Guedes), agora entrou na mira do PP de Arthur Lira — o mesmo que já virou sinônimo de “toma lá, dá cá, imprime aqui”. A queda de braço com o PT, mais especificamente com Lindbergh Farias (o namorado da ministra Gleisi, numa subtrama de novela das 9), se intensifica pela cobiçada presidência da Casa. O atual mandachuva, Sergio Perini, foi um milagre monetário: puxou a estatal do buraco e fez dinheiro — sem imprimir demais. A Casa, que em tempos sombrios produzia prejuízo como quem roda nota falsa, agora exporta cédulas e passaportes como se fosse uma startup de luxo. Lucro? Sim, até tem. Mas a verdadeira moeda aqui é poder, e isso se imprime em outro maquinário: o do conchavo. Não será surpresa se, no fim, trocarem o presidente por um primo de terceiro grau da coalizão, desde que saiba onde fica o botão “liga” da gráfica.
Fim da reeleição com bônus de 6 anos no cargo? Reforma política no Brasil é como dieta de político: sempre termina em pizza constitucional
A proposta de fim da reeleição parece boa demais para ser verdade — e, como tudo em Brasília, provavelmente é. Escondida sob o disfarce da moralização, a emenda de Ciro Nogueira (PP-PI) virou um Frankenstein legislativo que concede mandatos de 6 anos para os já eleitos. Ou seja: quem já está no poder ganharia mais tempo, e o país perderia mais um pouco da noção de decência institucional. O vice da OAB-PI, Wallyson Soares, já avisou: é inconstitucional. Mas, convenhamos, a Constituição por aqui é como um contrato de operadora de celular — ninguém lê e todo mundo muda conforme a conveniência. A tal “reforma política” virou um guarda-chuva sob o qual cabem eternizações no poder disfarçadas de renovação. Quando você acha que eles vão limitar mandatos, eles dão um jeitinho de esticá-los. O Brasil caminha para virar um reality show onde o apresentador se reelege no intervalo e muda as regras do jogo com um tweet.
Jay-Z, Nicki Minaj, testículos inchados e dívidas cármicas: o tribunal do X (Twitter) julga quem ainda chama Hov de Hov
Nicki Minaj voltou ao palco onde se sente mais à vontade: o tribunal da própria timeline. Desta vez, ela acusa Jay-Z de lhe dever entre 100 e 200 milhões de dólares pela venda do Tidal. A rapper diz ter 3% da plataforma e só recebeu 1 milhão. Em tempos em que a justiça é feita por threads e memes, Nicki exige o pagamento da “dívida cármica”. Jay-Z, no momento, permanece calado — talvez tentando calcular os juros do karma em tempo real. Mas, como se não bastasse, Nicki ressuscita o caso clássico do primo com testículos inchados após a vacina da COVID. A ciência desmentiu, mas no tribunal do X, a verdade sempre tem concorrência. Ela também aproveitou para criticar os democratas, acusando-os de hipocrisia seletiva e de negligência com bilionários influentes que ignoram Kamala Harris. Em resumo: se você achava que a política americana estava confusa, espere até ela passar pelo filtro de Nicki. E por falar nisso… alguém já perguntou como anda o primo do amigo do primo?

Toma da Bastilha, toma do povo, toma do bolso: 14 de julho e o eterno dia em que a Revolução virou baguete ideológica recheada de ironia histórica
Ah, 14 de julho: o dia em que sete prisioneiros saíram da Bastilha e 70 milhões entraram em delírio revolucionário. Em 1789, os parisienses decidiram que não dava mais para aguentar o rei, a rainha e o pão caro — então pegaram as armas e começaram a Revolução Francesa, esse eterno meme ilustrado com pinturas a óleo. A queda da Bastilha virou símbolo da liberdade, igualdade e fraternidade — três palavras que desde então têm servido para justificar tudo, de revoltas a croissants gourmet a R$ 35. O mais curioso? Aqueles sete prisioneiros estavam presos por causas mais administrativas do que políticas, mas o marketing da revolução foi tão eficaz quanto o da Apple. Hoje, a data é celebrada com desfiles militares, que mais parecem ironias armadas contra o próprio espírito revolucionário. Afinal, nada mais francês do que transformar revolução em tradição — e tradição em selfie com filtro de guilhotina.
Cada Coca-Cola encurta 12 minutos da sua vida e um cheeseburger rouba 9: o cardápio da morte agora vem com cronômetro embutido
Se você achava que a culpa era da lactose, prepare-se: agora até o gás da Coca-Cola virou assassino em potencial. Um estudo da Universidade de Michigan afirma que cada latinha te rouba 12 minutos de vida. E não para por aí: um cachorro-quente tira 36 minutos, um sanduíche de café da manhã leva 13 e um cheeseburger suga 9 — tudo isso antes mesmo do refluxo. A ciência, que já nos avisava do colesterol, agora entrega a fatura em minutos de existência. É como se cada mordida fosse uma aposta com a morte, e a Coca servisse de brinde para a ceifadora. A única boa notícia? Comer peixe pode te dar 28 minutos extras. Ou seja: você pode compensar aquele lanche podre com um sushi caro no jantar. O estudo também mostra que pizza, nuggets e bolachas recheadas são inimigos mortais, mas a real tragédia é saber que o cheddar pode salvar vidas enquanto o pão de forma te mata sorrindo. A era do “comer com moderação” virou “comer com cronômetro”.

Trump sobretaxa o Brasil, Lula promete retaliar, e a guerra dos alfândegas começa: quem perde? Você, que comprou ração pela Amazon
Donald Trump, sempre pronto para um novo inimigo externo, decidiu que agora o vilão é o Brasil. Impôs uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e mandou uma cartinha pessoal ao Lula, como quem manda boletim escolar cheio de vermelho. Lula respondeu com altivez diplomática e ameaçou medidas de reciprocidade — o que, traduzido, significa que a próxima camiseta em algodão americano vai custar o preço de um plano de saúde. O Governo brasileiro estuda levar o caso à OMC, que, como sempre, vai se manifestar em 2037. Trump, por sua vez, alega que Bolsonaro está sendo injustiçado e que a justiça brasileira virou circo (o que, vindo de quem invadiu o Capitólio com um xamã de peito nu, é quase elogio). Enquanto isso, Eduardo Bolsonaro passeia pelos EUA como mascote da direita mundial, pedindo sanções ao próprio país. Tudo isso em nome da soberania. E quem sofre? O pequeno importador de ring light, a manicure que compra esmalte da Flórida e o doguinho cuja ração virou item de luxo.
Última atualização da matéria foi há 4 meses
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Franco Atirador assina as seções Dezaforismos e Condensado do Panorama Mercantil. Com olhar agudo e frases cortantes, ele propõe reflexões breves, mas de longa reverberação. Seus escritos orbitam entre a ironia e a lucidez, sempre provocando o leitor a sair da zona de conforto. Em meio a um portal voltado à análise profunda e à informação de qualidade, seus aforismos e sarcasmos funcionam como tiros de precisão no ruído cotidiano.




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