Jorge Videla: o ditador que morreu na privada
Jorge Rafael Videla foi uma figura central na história recente da Argentina, mas não pelos motivos positivos. Ele foi um ditador que governou o país com mão de ferro durante um dos períodos mais sombrios de sua história, a chamada “Guerra Suja”.
Sua morte, ocorrida de maneira irônica, no cárcere e na privada, simbolizou de certa forma o fim de uma era de repressão e violência na Argentina. Neste texto, vamos explorar a vida, o regime e o legado macabro de Jorge Videla, examinando como suas ações moldaram profundamente a história do país sul-americano.
Os primórdios de Jorge Videla
Jorge Rafael Videla nasceu em 1925, em Mercedes, Argentina. Desde cedo, demonstrou inclinação para a carreira militar, ingressando na Academia Militar em 1942. Sua ascensão dentro das fileiras do exército foi meteórica, destacando-se por sua disciplina, liderança e crueldade implacável, características que mais tarde definiriam seu governo.
O Regime Militar na Argentina
Em 1976, Videla liderou um golpe militar que derrubou o governo democraticamente eleito de Isabel Perón. Este evento marcou o início de um dos períodos mais sombrios da história argentina, conhecido como a “Ditadura Militar”.
Sob o regime de Videla, o país mergulhou em um estado de repressão brutal, onde a tortura, o desaparecimento forçado e o assassinato de dissidentes políticos se tornaram práticas comuns.
A Guerra Suja e o Terrorismo de Estado
A “Guerra Suja” foi o termo utilizado para descrever a campanha de repressão brutal lançada pelo regime de Videla contra qualquer forma de oposição política.
Milhares de pessoas foram presas, torturadas e executadas sumariamente, muitas vezes sem qualquer forma de julgamento ou processo legal. O objetivo era eliminar qualquer vestígio de dissidência e impor um controle total sobre a população.
O fim de uma era macabra: prisão e morte de Videla
Apesar de ter governado com mão de ferro, o regime de Videla enfrentou resistência interna e pressão internacional crescente. Em 1983, após uma série de protestos e denúncias de violações dos Direitos Humanos, a Argentina finalmente realizou eleições democráticas.
Videla foi posteriormente julgado e condenado por crimes contra a humanidade. Sua morte, ocorrida em 2013 enquanto cumpria pena de prisão perpétua, foi irônica em muitos aspectos, já que foi encontrado morto sentado no vaso sanitário de sua cela, após um quadro de diarreia aguda. Jorge Rafael Videla deixou para trás um legado de dor, sofrimento e injustiça que ainda assombra a Argentina até os dias de hoje e que causa em muitos tantos outros náuseas quando lembram da chamada “Operação Condor” que assombrou a América do Sul e da qual o tirano argentino foi um dos mentores.
Última atualização da matéria foi há 6 meses
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Anacleto Colombo assina a seção Não Perca!, onde mergulha sem colete na crônica sombria da criminalidade, da violência urbana, das máfias e dos grandes casos que marcaram a história policial. Com faro apurado, narrativa envolvente e uma queda por detalhes perturbadores, ele revela o lado oculto de um mundo que muitos preferem ignorar. Seus textos combinam rigor investigativo com uma dose de inquietação moral, sempre instigando o leitor a olhar para o abismo — e reconhecer nele parte da nossa sociedade. Em um portal dedicado à informação com profundidade, Anacleto é o repórter que desce até o subsolo. E volta com a história completa.




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