Diamantes de laboratório crescerão até 2030
A produção de diamantes de laboratório está em plena ascensão, com previsões de alcançar 19 milhões de quilates até 2030. A demanda por esses diamantes não apenas cresce no setor de joias, mas também em outras áreas, como a indústria funerária, que tem encontrado novas formas de transformar memórias em joias eternas. Neste artigo, exploramos as nuances da produção de diamantes de laboratório, desde o seu impacto no mercado global até as tecnologias avançadas utilizadas para criar esses brilhantes autênticos a partir de materiais surpreendentes como cinzas e cabelos humanos.
Crescimento do mercado de diamantes de laboratório
Metade das vendas de diamantes lapidados no segundo semestre de 2023 nos Estados Unidos foi de diamantes de laboratório, conforme dados do conglomerado de mineração e comércio de diamantes De Beers, sediado na Inglaterra. Esse aumento na popularidade dos diamantes de laboratório está redefinindo o mercado global de joias, que atingiu US$ 87 bilhões em 2021, um incremento significativo em comparação aos US$68 bilhões em 2020.
O crescimento acelerado se deve a vários fatores, incluindo a crescente conscientização sobre a sustentabilidade e os impactos ambientais da mineração tradicional. Além disso, a capacidade dos laboratórios de produzir diamantes de alta qualidade e visualmente idênticos aos naturais tem atraído consumidores em busca de alternativas mais éticas e econômicas.
O processo de produção de diamantes de laboratório
A produção de diamantes em laboratório pode ser realizada a partir de diferentes fontes de carbono, incluindo cabelos e cinzas resultantes da cremação de pessoas e animais de estimação. Segundo Vinicius Mello, CEO do Grupo Riopae, o carbono presente no corpo humano, que constitui cerca de 18%, é essencial para a formação de diamantes, os quais são, basicamente, carbono cristalizado.
Os diamantes naturais se formam sob condições extremas de alta pressão e temperatura na base da crosta terrestre. Em laboratórios, essas condições são replicadas usando tecnologias avançadas que aplicam temperaturas de até 1.500ºC e pressões de até 40 kilobars, resultando em diamantes autênticos e genuínos.
Transformação de cinzas em joias
No Brasil, a parceria entre o laboratório Heart in Diamond e a Casa Funerária São João Batista, do grupo Riopae, permite a transformação de cabelos e cinzas em diamantes desde 2022. Este processo envolve várias etapas rigorosas para garantir a pureza e qualidade dos diamantes resultantes.
A remoção do nitrogênio das cinzas é um passo crucial, pois sua presença pode influenciar a coloração do diamante, resultando em tons que variam do amarelo suave ao laranja intenso. Após a purificação inicial do carbono, que dura cerca de três dias, atinge-se uma pureza de 99,99%, essencial para a qualidade final do diamante.
Purificação do carbono: um processo meticuloso
A purificação do carbono é realizada com extrema precisão. Cada detalhe, desde a qualidade da água utilizada até a remoção de impurezas, é monitorado rigorosamente. A água usada é 1250 vezes mais pura que a água potável comum para evitar qualquer contaminação.
Durante a nanocristalização planetária, impurezas são removidas e o carbono é preservado. Este processo é seguido pela purificação a vácuo e aquecimento para eliminar impurezas voláteis e, finalmente, pela purificação química a úmido, garantindo uma pureza incomparável de 99,99%.
Cristalização e polimento: o toque final
Após a purificação, o carbono cristalizado é submetido a alta pressão e temperatura para se transformar em diamantes. Esse processo pode levar dias ou até meses, dependendo do tamanho e da cor desejada para o diamante. Os diamantes formados são então polidos por especialistas para garantir sua qualidade final, resultando em peças de extrema beleza e valor sentimental.
Impacto no mercado global de joias
O aumento na produção de diamantes de laboratório está transformando o mercado global de joias. Com a capacidade de produzir diamantes que são visualmente e quimicamente idênticos aos naturais, os laboratórios estão fornecendo uma alternativa atraente tanto para consumidores quanto para investidores. Este avanço está levando a uma reavaliação dos valores e das práticas tradicionais da indústria de diamantes, com uma tendência crescente de preferência por diamantes de laboratório devido a seus benefícios ambientais e éticos.
A transformação de cinzas em diamantes é um exemplo perfeito de como a inovação tecnológica pode criar produtos significativos e sustentáveis. Além de oferecer uma maneira única de lembrar e honrar entes queridos, esses diamantes personalizados estão ganhando popularidade como uma opção de joia memorável e duradoura.
Futuro da produção de diamantes de laboratório
Com as previsões apontando para uma produção de 19 milhões de quilates em 2030, a indústria de diamantes de laboratório está em um caminho de crescimento contínuo. As inovações tecnológicas continuarão a desempenhar um papel crucial na melhoria dos processos de produção e na criação de diamantes de alta qualidade de maneira mais eficiente e sustentável.
Além disso, a demanda por práticas mais éticas e sustentáveis na produção de joias está impulsionando a aceitação de diamantes de laboratório. À medida que mais consumidores se tornam conscientes do impacto ambiental e social da mineração tradicional, a preferência por diamantes de laboratório deve continuar a crescer.
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