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Anderson de Andrade fala sobre o capital de risco

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Maior círculo de venture capital do sul do Brasil, a Invisto surgiu a partir da fusão das empresas Bzplan e da unidade de venture capital da FIR Capital. A Invisto surgiu no início de 2020 por iniciativa do seu atual presidente, o gestor e empreendedor Marcelo Wolowski, profissional que já acumula mais de 20 anos de experiência e credibilidade, num setor que é considerado, ratificado e amplamente reconhecido como um dos mais quentes da economia global e que movimentou mais de 2 bilhões de dólares no Brasil em 2020. A empresa tem sede em Florianópolis (SC) e sua principal expertise é a de alavancar os investimentos em scale-ups, com foco em tecnologia e inovação. Com mais de R$300 milhões em investimentos em empresas de alto crescimento, o time de fundadores da Invisto participou de várias operações de saída em mais de 30 investimentos realizados, com vendas para outros players no Brasil e no exterior. Dentre os cases de sucesso da Invisto estão a venda da Axado para o Mercado Livre, da Akwan para o Google, da Hekima para o iFood e da Myreks para a Nexxera. “Não estamos de forma alguma imunes às surpresas do caminho, entretanto, o empreendedor que arrisca sem analisar o cenário e prever os impactos não têm amor pelo seu negócio, ele apenas é dono de uma empresa. Quando se empreende, a certo nível, você se torna responsável não somente pela sua vida”, afirma Anderson de Andrade, sócio da Invisto.

Anderson, qual o maior desafio do empreendedor na atual conjuntura?

Acredito que seja resiliência. Apesar dessa característica ser bem comum em quem empreende, vejo que os últimos meses colocaram à prova os planejamentos de empresas e levou ao limite a capacidade do empreendedor de se manter firme em seu propósito. Penso que estamos começando a tracionar em direção à saída de todos os problemas que o mundo vive, mas ainda assim, será preciso muito foco para não perder o rumo. Um empreendedor que não é resiliente não consegue sobrepujar crises.

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O risco é inerente na vida do empreendedor. O quanto um empreendedor deve se arriscar para obter êxito em sua jornada?

Acredito que o risco calculado seja o maior aliado no crescimento de uma empresa. Não estamos de forma alguma imunes às surpresas do caminho, entretanto, o empreendedor que arrisca sem analisar o cenário e prever os impactos não têm amor pelo seu negócio, ele apenas é dono de uma empresa. Quando se empreende, a certo nível, você se torna responsável não somente pela sua vida e o impacto que isso gera sobre ela, mas também em todas as pessoas que de alguma forma estão conectadas ao seu negócio. Por isso, digo, não vejo outra forma de assumir um risco senão analisando, estudando e prevendo, esse é o limite e é onde podemos diferenciar um empreendedor que busca o sucesso pleno de um que está apenas de passagem.

Qual a importância da disciplina na vida de uma pessoa que inicia sua jornada empreendedora?

A disciplina é fundamental para todos os momentos da nossa vida, seja empreendendo ou não. Sem ela não conseguimos superar nenhum obstáculo, grande ou pequeno. Hoje consigo entender que, não fosse a minha disciplina em manter o foco no meu objetivo, talvez não tivesse deixado a cidade de São Borja, ou mesmo, não teria deixado a casa dos meus pais para trilhar o meu caminho.

Em que momentos a disciplina lhe conduziu de forma consistente para os seus objetivos?

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Vejo que essa qualidade, ainda bem, sempre me acompanhou. Foram muitos momentos em que, dada a dificuldade, poderia ter optado por um caminho mais simples e que me traria, momentaneamente, uma certa tranquilidade. Talvez se eu não tivesse tão claro em minha cabeça que queria fazer diferente, teria tomado estes caminhos, mas sempre estive muito certo de que não seria simples, nem fácil, como de fato não foi, por outro lado, nunca duvidei de que se me mantivesse firme e determinado eu alcançaria aquilo que buscava. Penso que o mais marcante ponto de toda essa minha trajetória sempre foi a busca do meu propósito de vida que é inspirar pessoas a realizar sonhos, conectado aos meus negócios. Isso sempre me fez buscar conhecimento e superação para que eu pudesse buscar o sentido e equilíbrio para impactar pessoas e mercados.

O networking também é fundamental?

Sem dúvida, sem networking não conseguimos nada, aliás, eu mesmo, se não tivesse feito e mantido boas relações com quem cruzou meu caminho, certamente não teria alcançado êxito nas minhas empreitadas. Vejo que são essas relações que nos levam para frente e nos abrem portas em momentos oportunos, os relacionamentos que criamos ao longo da nossa jornada é algo que ninguém nos tira. Ser cordial, amigo, gentil e honesto também fazem parte desta construção. Você precisa ser e estar cercado de pessoas com essas características para poder trilhar um caminho de sucesso.

Quais os maiores erros que os empreendedores cometem ao iniciar o seu negócio?

Empreender é errar, sem sombra de dúvida. Erramos muito ao longo do caminho, mas o mais importante nessa história é aprender com isso. Os maiores equívocos cometidos quando se começa a empreender são relacionados às ideias que temos para nossos negócios, pensar que elas são ‘bulletproof’ e que mais ninguém pensou em algo semelhante nos faz soberbos e por vezes nubla nossa visão e nossa capacidade de julgamento. É aquela história, aprendemos a caminhar caindo. Só não pode incorrer nos mesmos erros, eles estão aí para não serem repetidos, apenas nos ensinarem o caminho diferente.

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Como se encontra a cultura de venture capital em nosso país?

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O venture capital ainda vive sua fase de crescimento, investimentos em startups estão ganhando espaço. Este ano, marcado por confinamentos e distanciamentos, fez com que soluções de tecnologia tivessem mais relevância nas nossas vidas e abriu portas para o crescimento dessas empresas, isso significa mais necessidade de investimento, mais espaço para investir e um consequente crescimento do mercado de venture capital e de outros como investimento anjo e também private equity. A Invisto mesmo, observou uma valorização grande de seu portfólio, mesmo em ano de crise, registramos 68% de crescimento. Acredito que falta ainda, e nós, fundos, temos este papel, difundir mais e desmistificar os investimentos em venture capital. Ensinando o brasileiro, que culturalmente não tem tendência a investir, sobre a modalidade, mostrando resultados e mais, ajudando e fomentando a economia do país.

Qual a comparação que você faz do Brasil em relação a outras nações mais amadurecidas nessa questão?

O Brasil é o país das ‘buchas’, ou seja, temos muito espaço para empreender e investir. A cultura do venture capital vem se difundindo rapidamente e com um track record impressionante, atraindo os maiores players globais para o nosso mercado. Nós temos aqui um espaço de criação de valor e retorno aos acionistas que raras nações do mundo oferecem, nesse quesito não deixamos nada a desejar para as nações mais maduras. A criatividade e capacidade de execução dos empreendedores brasileiros é única e reconhecida mundialmente, somos persistentes e temos uma geração que sonha grande, com pensamento global. Ainda nos falta educar e formar engenheiros de software para que possamos desenvolver novas tecnologias e não apenas replicar o que foi criado, mesmo sendo louvável, copiar e melhorar. Estamos próximos de se transformar em uma das nações mais empreendedoras do mundo onde o capital venha até nós e não o contrário.

Fale um pouco sobre a Invisto Venture Capital.

A Invisto é uma marca, uma empresa, que nasceu da fusão de duas grandes histórias do venture capital – a FIR Capital e a Bzplan – formada por empreendedores – por natureza – e que tem muita bagagem. Nós já estreamos no mercado com grande background de negociações, em mais de 30 investimentos realizados, com vendas para outros players no Brasil e no exterior. Dentre os cases de sucesso da Invisto estão a venda da Axado para o Mercado Livre, da Akwan para o Google, da Hekima para o iFood e da Myreks para a Nexxera.

Como a inovação é tratada pela Invisto?

A Invisto vive de inovação e negócios disruptivos, nossa tese de investimento, inclusive delimita que as empresas devem ter modelo SaaS e B2B. Deparamos todos os dias com ideias inovadoras, algumas se encaixam na nossa busca, outras não, mas sem dúvida existe um potencial gigantesco no país para novas ideias e elas estão por aí, esperando um investimento, crescendo, se fortalecendo. O empreendedorismo brasileiro é capaz de gerar grandes negócios e o nosso papel enquanto fundo que fomenta este mercado, é de saber identificar essas oportunidades, trabalhar para que cresçam e se desenvolvam, isso gera resultado para o país, para quem empreende e para quem investe.

Quais os planos da Invisto para 2021?

Recentemente lançamos um fundo em parceria com a ACATE – Associação Catarinense de Tecnologia – que está em fase de fundraising e também nossa parceria com a Warren, que oferecerá através de sua tecnologia uma plataforma interativa, moderna e certamente elevará a nossa régua no quesito customer experience. Então são muitos projetos, estamos olhando para o mercado, com nosso portfólio de 8 empresas – que cresce em ótimos patamares – buscando novos potenciais investimentos e trabalhando duramente no sentido de ‘catequizar’ o investidor sobre as alternativas que o venture capital oferece. Será um grande ano sem dúvida, temos a responsabilidade e a oportunidade de contribuir para este mercado, que entrega ótimos resultados e que tem tudo para ser ainda maior. Nosso propósito é ser o maior círculo de investimentos em venture capital do sul do Brasil e tenho certeza de que estamos no caminho certo.

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Última atualização da matéria foi há 3 anos


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