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Amanda Woiler analisa os passos da área jurídica

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Amanda Woiler é formada em direito pela PUC-SP. Tem mestrado em direito internacional pela Northwestern University, em Chicago, e MBA em Gestão Estratégica em Recursos Humanos pela FGV, em São Paulo. Trabalhou 12 anos como advogada em renomados escritórios, como Mattos Filho, em São Paulo, e Holland & Knight, em Nova York. Com o conhecimento adquirido em cursos e a experiência acumulada, passou a ser requisitada para nortear carreiras jurídicas. Amanda se tornou referência na hora de elaborar um plano de ação para profissionais em busca de carreiras internacionais. Nos últimos anos, ajudou seus clientes a realizarem o sonho de estudarem nas melhores universidades do mundo, como Harvard, Stanford, Columbia, NYU, Oxford, Cambridge, London School of Economics, entre outras do topo da pirâmide educacional. Com base em informações coletadas durante uma série de entrevistas e após uma análise do currículo, Amanda aperfeiçoa a trajetória do candidato. “Ter o privilégio de estudar numa das melhores universidades do mundo, de onde saíram dezenas de laureados do prêmio Nobel, com alunos das melhores universidades e professores extremamente bem preparados, sem contar com bibliotecas e recursos tecnológicos de última geração, muda a perspectiva de como vemos a educação”, afirma a consultora em ascensão.

Amanda, se apresente para os nossos leitores e para o público que ainda não lhe conhece.

Sou advogada formada pela PUC-SP com mestrado em direito internacional pela Northwestern University e MBA em Recursos Humanos pela FGV. Por mais de dez anos trabalhei como advogada nas áreas de mercado de capitais e direito de família. Hoje trabalho com carreiras jurídicas, seja contratando profissionais de direito, formulando trilhas de carreiras e remuneração para renomados escritórios ou auxiliando profissionais a ingressarem nos programas de mestrado e doutorado nas melhores universidades de direito do mundo. Atualmente, tenho recebido uma demanda de adolescentes buscando seu primeiro diploma em universidades internacionais. Eu sinto um prazer muito grande de ver as pessoas que ajudo realizarem seus sonhos.

O que fez você escolher a área jurídica?

Não foi uma escolha fácil. Na época do vestibular optei por diversas profissões além do Direito, como Comércio Exterior, História e até Medicina. Acabei escolhendo Direito pela facilidade que tinha com as matérias de humanas, o gosto pela leitura e, principalmente, pelo prazer de debater. A formação jurídica é muito rica e útil mesmo para quem não for seguir a profissão, como no final acabou sendo o meu caso. O dia a dia de um advogado me parecia um pouco solitário, com a necessidade de passar muito tempo lendo e escrevendo dentro de uma sala. Sempre gostei de estar rodeada de pessoas. Consegui unir as minhas paixões e hoje trabalho com recursos humanos voltado para o mundo jurídico.

Você tem um mestrado em direito internacional na prestigiosa Northwestern University. Como foi essa experiência?

Foi, sem dúvida, uma experiência maravilhosa. Ter o privilégio de estudar numa das melhores universidades do mundo, de onde saíram dezenas de laureados do prêmio Nobel, com alunos das melhores universidades e professores extremamente bem preparados, sem contar com bibliotecas e recursos tecnológicos de última geração, muda a perspectiva de como vemos a educação. Um ponto que chamou muito a minha atenção foi a questão das provas e trabalhos. Eles não eram difíceis como eu imaginava, mas muito trabalhosos. Lá, eles te ensinam a estudar e produzir, então, a nota alta vem como consequência natural. Todos os recursos possíveis são disponibilizados para que o aluno seja bem-sucedido. Por exemplo: havia professores de Inglês que nos ajudavam a revisar nossos textos, ou ainda, técnicos em computação dando apoio em nossas pesquisas e usos de softwares jurídicos específicos.

Durante o ano também temos acesso ao centro de carreiras que nos ajudam desde fazer um bom currículo até negociar o salário quando recebemos uma oferta de emprego. Eles também contatam toda a rede de ex-alunos pedindo ajuda para empregar os alunos que estão se formando. Hoje em dia, sou eu que sou contatada e sempre que posso ajudo os alunos brasileiros a conseguirem empregos na hora de retornar ao Brasil.

Minha visão de mundo mudou completamente. Aprendi a conviver e respeitar todo tipo de diversidade e ser grata por tudo que tive oportunidade de receber. Para se formar lá é obrigatório fazer trabalho voluntário justamente para incutir esse senso de responsabilidade para com a sociedade e com aqueles que não tiveram as mesmas oportunidades. A Northwestern é uma máquina de fazer bons profissionais e cidadãos responsáveis.

Como essa experiência se encaixa na sua forma de trabalho?

Entendi como se formam profissionais produtivos e responsáveis, e quais são as qualidades que esses profissionais apresentam. Então, quando estou fazendo uma entrevista de emprego sei exatamente o que devo buscar.

Trabalhei por um tempo como voluntária no admissions office, que é o setor responsável por escolher os novos alunos entre todos que estão aplicando. Lá aprendi o que a boa universidade americana procura: um aluno completo, que não apenas tira notas altas, mas também trabalha, pratica esportes, ajuda sua comunidade e, principalmente, procura fazer uma marca positiva no mundo. Esses conhecimentos fazem toda diferença ao orientar os alunos que procuram o meu trabalho de auxílio no ingresso às grandes universidades.

Posso dizer que a principal lição que levei é que somos responsáveis por quem somos, aquilo que temos e por aqueles que estão ao nosso redor. Aqui no Brasil culpamos a política e o sistema que não funciona por todas nossas mazelas, mas depois que passamos por uma universidade como a Northwestern, que nos dá absolutamente todos os recursos necessários, fica mais fácil enxergar que se não conseguimos alcançar nossos objetivos, a culpa é exclusivamente nossa! Procuro usar isso no meu trabalho e passar para os que estão a minha volta a palavra empoderamento, pois, quem se assume como protagonista da própria vida, ou seja, responsável pelo seu próprio sucesso, para de culpar os outros e se fazer de vítima e assume para si seu destino.

Em que momento você sentiu que havia se tornado uma referência para elaboração de planos para profissionais em busca de carreiras internacionais?

Comecei a receber ligações de pessoas pedindo minha ajuda ou opinião sobre quais universidades prestar, como conseguir bolsas de estudos, melhorar o curriculum ou fazer o application. Quando questionava como tinham conseguido meu contato eles mencionavam pessoas que eu nunca tinha ouvido falar ou ainda diretores de escolas e faculdades. Foi assim que percebi que estava conseguindo uma projeção grande nesse mercado. Além disso, as pessoas começaram a me procurar para as mais diversas áreas, como Administração, Engenharia e Medicina e não mais apenas para carreiras jurídicas.

Como são feitas as entrevistas com esses profissionais?

Quando me procuram para falar sobre carreira internacional eu peço que tragam um curriculum. As notas da faculdade (ou da escola, mestrado, etc., dependendo do caso), os resultados dos exames de língua estrangeira (em geral, o Toefl ou IELTS) e outros exames estandardizados (como GMAT, LSAT, SAT, entre outros). Toda essa documentação já me dá uma boa ideia do perfil do candidato e quais as faculdades que terá chance de ingressar. Além disso, costumo fazer entender, através de perguntas, quais os interesses e entendimento que tem sobre o desafio que tem pela frente.

Esse método de informações coletadas foi idealizado por você ou isso já era feito de outra forma e você moldou com mais detalhes?

Na verdade, esses documentos já são solicitados pelas universidades e os primeiros que serão verificados na primeira triagem no admissions office. E pelo fato de ter trabalhado no admissions office da Northwestern, já tenho prática em bater os olhos na documentação e dizer o que é possível alcançar com ela.

Por que engajar em projetos do terceiro setor e praticar esportes é tão importante para esses candidatos?

As melhores universidades internacionais procuram seres humanos completos. Não estão atrás apenas do aluno que tira notas altas. Eles querem pessoas que serão capazes de impactar o mundo ao seu redor e pessoas assim costumam ser mais completas, por assim dizer. Dedicam-se ao seu bem-estar praticando esportes e ao bem-estar do próximo através de projetos do terceiro setor. Além disso, são capazes de trabalhar em grandes empresas e escritórios e, ao mesmo tempo, dedicar-se as novas pesquisas ou distribuir seu conhecimento através de publicações científicas na sua área.

Sem estes dois pontos citados acima, um candidato já estaria fora daquilo que crê como ideal?

Se o candidato não tiver essas duas coisas, mas tiver publicações, hobbies e boas notas é o suficiente. Porém, se o candidato tem apenas uma coisa para apresentar (por exemplo: tem uma carreira profissional bem desenvolvida e nada mais ou boas notas e nada mais) aconselho postergar uns dois ou três anos o plano de ir para fora e “correr atrás do prejuízo”. Nesses anos o candidato poderá se envolver em atividades filantrópicas, prática de esportes, publicações, entre outros, melhorando muito seu currículo e, assim, sua possibilidade de aprovação.

Os profissionais têm encontrado dificuldades em se recolocar no mercado de trabalho aqui no Brasil?

Sem dúvida alguma o país está passando por um período de crise econômica e política, que dificulta muito a recolocação no mercado de trabalho. Mas o meu conselho é parar de olhar só para as dificuldades e correr atrás. Aqui, de novo, entra a questão do empoderamento, de ser protagonista do seu destino. Parar de reclamar e culpar tudo e todos ao seu lado e tomar para si a missão de encontrar seu próximo emprego.

Em primeiro lugar é muito importante que o profissional se conheça bem, saiba quais são suas qualidades e defeitos e tente usar isso a seu favor. Se ele tem facilidade em criar uma rede de relacionamentos, é hora de usar! Não adianta ter vergonha de pedir ajuda aos amigos e colegas. Tem que acionar para todos: combinar um café e falar claramente que está precisando de uma ajuda, afinal, amanhã pode ser que alguém venha pedir a sua ajuda também. Deve pedir para alguns colegas olharem o currículo e darem palpites para melhorá-lo, por exemplo. Se, por outro lado, o profissional tem muita dificuldade em fazer um networking, então uma empresa (séria) de recolocação pode ser um boa ideia.

É importante se conhecer e ser realista nesse momento. Então se você não gosta de acordar muito cedo ou ficar no trânsito muito tempo, não adianta procurar vagas longe da sua casa ou que o horário de início seja 7 horas da manhã, pois, você não vai conseguir aguentar muito tempo e logo estará procurando trabalho novamente.

Uma última dica que gosto de dar é o cuidado em deixar o número de contato atualizado e atender o celular com educação. Recebo diversos currículos bons, mas quando tento entrar em contato não consigo falar ou sou mal atendida. Hoje em dia recebemos muitos telefonemas de propaganda ou outras chateações, mas também pode ser a ligação de um futuro empregador e passar uma boa impressão é essencial!

Carreira e gravidez podem andar juntas ou isso depende de cada caso?

Um estudo feito pela Fundação Getulio Vargas com 247.000 mulheres entre 25 e 35 anos, apontou que metade das que tiveram filhos perderam o emprego até dois anos depois da licença-maternidade. Infelizmente, aqui no Brasil, a trabalhadora com criança pequena é tida como de menor qualidade, pois, provavelmente terá que faltar muito mais ou sair mais cedo. Então as mulheres enfrentam um mercado de trabalho muito negativo já quando são tidas como “em idade de engravidar”. Com esse panorama em vista, aconselho para aquelas que querem ter uma carreira bem-sucedida e engravidarem a se planejarem com antecedência. É possível ter uma boa estratégia com a mulher fazendo uma pausa para se dedicar a maternidade e, ao mesmo tempo, ampliar seu horizonte profissional. Um bom exemplo seria fazer um curso de pós-graduação que amplie seus conhecimentos técnicos e seu networking enquanto te dá uma rotina mais tranquila para cuidar de um bebê. Para isso, no entanto, é necessário se programar, juntando dinheiro para bancar o curso.

Para outras pode ser um bom momento de empreender e começar um negócio na própria residência, que permite a dedicação aos filhos e à carreira concomitantemente. Acredito que dois anos é um tempo adequado para começar a se organizar para uma gravidez, além de claro, incluir o parceiro nos planos.

Última atualização da matéria foi há 2 anos


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