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Bets, Allende, Lisa Cook…

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Nem todo mundo tem tempo (ou estômago) para acompanhar o noticiário inteiro. É guerra lá fora, escândalo aqui dentro, político fazendo dancinha no TikTok e economista prometendo milagre com inflação alta. Enquanto isso, você tenta sobreviver à vida real. A gente entende.

Por isso nasceu o Condensado: uma dose diária de realidade em 6 tópicos, com informação quente, ironia fria e aquele comentário ácido que você gostaria de ter feito — mas estava ocupado demais trabalhando pra pagar o boleto.

Aqui não tem enrolação, manchete plantada ou isenção fake. Tem olho cirúrgico e língua solta. O que rolou (ou rolará) de mais relevante no Brasil e no mundo vem aqui espremido em 10 linhas (ou menos) por item. Porque o essencial cabe — e o supérfluo, a gente zoa.

Informação? Sim. Respeito à inteligência do leitor? Sempre. Paciência com absurdos? Zero.

Bem-vindo ao Condensado. Pode confiar: é notícia, com ranço editorial.

Ministério da Fazenda descobre que brasileiro adora apostar: 17,7 milhões gastando R$164 por mês, e o Governo feliz recolhendo impostos como se fosse o gerente do cassino

O relatório do SIGAP caiu como um spoiler de série ruim: o brasileiro apostador não é exceção, é regra. São 17,7 milhões de pessoas testando a sorte, 71% homens, 28,9% mulheres, e um gasto médio de R$164 mensais — o preço de um jantar meia-boca com gorjeta. Enquanto isso, o Governo engorda seu cofre com R$3,8 bilhões em tributos federais no semestre, além de R$2,14 bilhões para “destinações sociais” (nome bonito para dizer “grana carimbada”) e R$2,2 bilhões em outorgas. O Return to Player (RTP) — essa métrica quase mística do mercado — garante que mais de 90% do dinheiro retorna, mas não ao apostador individual, apenas estatisticamente. Em suma: não é investimento, é entretenimento, mas a arrecadação pública agradece. O discurso de “jogo responsável” soa lindo nas planilhas do Governo, mas no mundo real é gente hipnotizada pelo celular às três da manhã tentando recuperar prejuízo no escanteio da Liga Turca Sub-21.

Celso de Mello reaparece como guardião da Constituição e chama anistia aos golpistas de “afronta”; Congresso, STF e Executivo fingem surpresa coletiva

Celso de Mello, que já parecia ter se aposentado para uma ilha com bibliotecas infinitas, volta ao debate público disparando contra a anistia aos golpistas. Para ele, o Congresso está tentando virar “instância revisional” do STF e atropelando a separação de Poderes com uma “clemência Frankenstein”. O ex-ministro não apenas defende a Constituição; ele expõe o óbvio: não se pode dar prêmio para quem atacou o Estado Democrático de Direito. Mas no Brasil, o óbvio precisa de tradutor simultâneo e enquete no Datena. Ao chamar a anistia de afronta, Celso de Mello joga um balde de água fria no projeto de normalizar 8 de janeiro como se fosse Carnaval fora de época. E enquanto ele fala, deputados cochicham sobre emendas, senadores testam narrativas, e o Planalto mede a temperatura da opinião pública como se estivesse escolhendo vinho no restaurante.

Onze de setembro de 1973: La Moneda em chamas, Allende morto e um manual latino-americano de golpes escrito a ferro e sangue

Enquanto os EUA lembram das Torres Gêmeas, a América Latina carrega outra data no mesmo dia: o bombardeio do Palácio de La Moneda, em 1973. Salvador Allende morre, Pinochet assume, e inaugura-se um laboratório neoliberal sob tanques e censura. É o dia em que o Chile aprendeu que democracia não resiste a aviões Hawker Hunter e interesses geopolíticos. Meio século depois, o 11 de setembro chileno continua como um tutorial de autoritarismo: prender opositores, privatizar sonhos, silenciar imprensa e reescrever a história nas escolas. A ironia é que Allende virou símbolo mundial enquanto Pinochet hoje é sinônimo de dicionário de crimes de Estado. E cada novo autoritarismo na região tenta, à sua maneira, plagiar esse roteiro sombrio.

Justiça Federal condena ex-militares da Casa da Morte: tortura e desaparecimento forçado agora têm nome, CPF e sentença — meio século depois

A 1ª Vara Federal de Petrópolis acaba de colocar dois ex-militares no banco dos réus da História. Rubens Gomes Carneiro e Antonio Waneir Pinheiro Lima foram responsabilizados pelo sequestro, tortura e desaparecimento de Paulo de Tarso Celestino da Silva, advogado e ex-dirigente da ALN. A decisão reconhece que crimes contra a humanidade são imprescritíveis e não se escondem atrás da Lei da Anistia. É a Justiça brasileira dizendo, com atraso épico, que tortura não é rodapé de livro didático. Para cada vítima, o veredito é uma linha no boletim da memória coletiva: a Casa da Morte, em Petrópolis, deixou de ser lenda urbana para virar prova processual. A sentença ainda obriga os réus a devolver indenizações e pagar danos morais coletivos — um gesto pequeno, mas simbólico, diante de décadas de silêncio cúmplice.

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Trump tenta destituir governadora do Fed, juíza barra manobra e a autonomia do banco central dos EUA vira reality show jurídico para o mundo assistir

Donald Trump decidiu brincar de “Você está demitida!” com Lisa Cook, governadora do Federal Reserve. Só que a juíza Jia Cobb, indicada por Biden, bloqueou o golpe. A cena tem tudo de um thriller institucional: Quinta Emenda, justa causa, investigação nebulosa sobre hipotecas e a autonomia do Fed no centro do palco. Para Cook, é a prova de que nem mesmo o presidente pode reinventar as regras do jogo monetário. Para Trump, é mais um obstáculo judicial em sua cruzada contra qualquer limite ao seu poder performático. O caso é inédito e coloca em xeque a independência histórica do banco central norte-americano, transformando tecnocracia em espetáculo. No fundo, é o dólar assistindo, de camarote, ao circo político-jurídico que ameaça sua aura de estabilidade — e o mundo todo torcendo para que o show não vire tragédia.

Donald Trump decidiu brincar de “Você está demitida!” com Lisa Cook (Foto: Wiki/AP)
Donald Trump decidiu brincar de “Você está demitida!” com Lisa Cook (Foto: Wiki/AP)

Brasileiro se endivida para ver show caro e depois culpa os juros do cartão: pesquisa revela país do Pix parcelado e da autoestima VIP

O estudo do Serasa com o Opinion Box trouxe um retrato digno de tese em sociologia pop: 24% dos brasileiros já se endividaram para ir a shows. E não estamos falando de festivais “baratos”; ingressos vão de R$101 a R$500, fora passagens e hospedagem para quem transforma o show em peregrinação. Quase metade (47%) planeja meses antes para pagar o ingresso, mas 36% parcela mesmo assim, e a festa vai direto para o cartão. É a democratização do glamour parcelado: você dorme em hostel, mas posta do camarote. Os números mostram uma economia do desejo que move bilhões, enquanto a fatura do cartão se acumula como poesia concreta no Serasa. No fundo, é o “status” da experiência contra o “drama” do boleto — o Brasil é uma rave permanente entre consumo e endividamento.

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