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Carlos Carvalho analisa o mundo da comunicação

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Carlos Henrique Carvalho é formado em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Em 1989, no início de sua carreira, o jornalista trabalhou na prefeitura de São Paulo, e por lá permaneceu até meados de 1992, mas logo em seguida já ingressou na TV Cultura onde ficou até 1997. Carlos também trabalhou na TV SESC/SENAC e na TV Gazeta no programa da Gazeta do Meio Dia paralelamente no período de 1997 até 2002. Em 2002, ingressou na ABRACOM e desde então tem se dedicado única e exclusivamente à instituição na posição atual de presidente-executivo. A Associação Brasileira das Agências de Comunicação (ABRACOM) é a entidade representativa das agências de comunicação corporativa, ou seja, empresas que prestam serviços de gestão de relacionamentos estratégicos de comunicação. Esse setor movimentou R$ 2 bilhões em 2014 e já supera a marca de 14 mil profissionais com as mais diversas formações atuando em equipes multidisciplinares. “Estamos focados em orientar as agências sobre as transformações. E também empenhados em mostrar aos clientes que os processos concorrenciais precisam ser mais bem elaborados, com diagnósticos mais precisos orientando a demanda em concorrências. Sabemos que preço é um fator importante. Mas se o cliente quer qualidade, deve pensar em remunerar melhor o valor estratégico da comunicação”, afirma.

Carlos, o que é primordial para uma agência de comunicação no século XXI?

É fundamental entender as transformações tecnológicas, que não mexem com a essência do fazer comunicação, mas alteram profundamente os modos de fazer. Por isso, é importante ampliar a capacidade de entendimento do design de dados, saber trabalhar com Inteligência Artificial e investir em diversidade nas equipes de trabalho.

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Como vê o mercado das agências de comunicação em nosso país neste momento turbulento?

É um mercado em suspensão. Tivemos um ano complicado em 2019 e havia muita expectativa para que 2020 fosse de retomada do crescimento. A crise do coronavírus e seus impactos na economia mundial podem alterar esse panorama otimista. Mas, por outro lado, essa crise também gera novas demandas e as agências estão preparadas para ajudar seus clientes a enfrentar a pandemia com informações seguras, de fontes confiáveis. É isso que mais sabemos fazer.

No final do ano passado, você afirmou que o crescimento em 2019 foi tímido para esse mercado. Quais as projeções para o ano vigente?

A projeção para este ano era de um crescimento de até 10%. Mas vamos ter de reavaliar esse cenário com a passagem, esperamos que breve, da crise do coronavírus.

É notório que o modelo dos negócios das agências está em xeque. Como se reinventar?

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Muitas agências já estão se reinventando. O modelo de negócios precisa de uma chacoalhada com investimento em tecnologia, inovação e na absorção de profissionais de outros segmentos do conhecimento para enfrentar a inescapável chegada da Inteligência Artificial e do design de dados na comunicação corporativa.

Convencer os clientes se torna uma tarefa mais árdua no cenário atual?

Os clientes, em geral, também estão revendo seus modelos de negócios e têm muitas dúvidas sobre o papel da comunicação nesse processo de transformação. Então, é natural que questionem as agências. Estas, devem estar preparadas para mostrar que podem ajudar nesse processo.

Quais as principais reflexões e ações que devem ser feitas pelos profissionais agora?

O profissional não pode ficar parado. Não se trata apenas de cursos formais. Precisam buscar novas referências, compreender os processos tecnológicos, entender cada vez mais de negócios. O bom profissional não pode se encastelar em um conhecimento técnico específico. Bons textos têm muita gente que faz. Mas estratégia e conhecimento amplo do mercado de seus clientes serão diferenciais cada vez mais importantes.

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O que está norteando a ABRACOM na atual conjuntura?

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Estamos focados em orientar as agências sobre as transformações. E também empenhados em mostrar aos clientes que os processos concorrenciais precisam ser mais bem elaborados, com diagnósticos mais precisos orientando a demanda em concorrências. Sabemos que preço é um fator importante. Mas se o cliente quer qualidade, deve pensar em remunerar melhor o valor estratégico da comunicação. Falamos constantemente nisso e temos um guia em nosso site chamado “10 passos para uma concorrência legal” que ajuda a organizar boas concorrências.

59,1% dos empresários acreditavam no crescimento da economia. A confiança se quebrou com os acontecimentos recentes?

O quadro atual é de grande confusão na economia mundial. Difícil falar em confiança nesse contexto. O que se espera, no Brasil, é que as lideranças políticas e empresariais ajam com firmeza, serenidade e definam objetivos claros para enfrentar essa crise.

Relacionar em um momento de crise deve ser uma arte uma ciência exata?

Relacionamento é o que todo profissional e agência de comunicação corporativa sabem fazer. Não é uma ciência exata, porque envolve análise de cenários, fatores diversos que influenciam a tomada de decisões. Não existe um modelo planilhado de planejamento estratégico de comunicação. Existem expertise, competência, bom relacionamento, visão de mercado e isso está presente com força em nosso setor.

O que deve ser fundamental nesse relacionamento?

Saber entender o que acontece no mercado em que o cliente trabalha, identificar precisamente seus públicos estratégicos, especialmente nesse contexto de pulverização da audiência e de explosão da circulação de informações no ambiente digital. O bom profissional e a boa agência saberão fazer essas análises para indicar ao cliente os melhores caminhos para manter o relacionamento com esses públicos.

Você disse que o setor iria entrar neste ano com muitas perguntas para responder. Qual a principal pergunta que deve ser respondida em 2020?

É uma pergunta simples, mas de resposta complexa: o que você está fazendo para mostrar ao seu cliente que pode ajudá-lo a entender esse mundo em maluca transformação? Porque parece que estamos em meio a um grande ponto de interrogação: para onde estamos indo?

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Última atualização da matéria foi há 2 anos


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