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Doria diz que Lula foi fagueiro com amigos

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O empresário João Doria Jr., foi ex-secretário de turismo e presidente da Paulistur, entre 1983 e 1986, na gestão do prefeito Mário Covas na Prefeitura de São Paulo, e presidente da Embratur e do Conselho Nacional de Turismo entre os anos de 1986 e 1988, no Governo do ex-presidente da República José Sarney. Começou a apresentar o programa Business na Rede Manchete em 1992. O programa ficou no ar até o fim da emissora, mudando de nome para Show Business em 1998. Após o fim da emissora, seguiu para a RedeTV!, em 1999. Em 2008, o programa foi para a Rede Bandeirantes, onde está desde então. É criador do projeto Market Plaza, shopping sazonal que funciona no inverno em Campos de Jordão, além de ser publisher da Doria Editora, única do país a atuar no mercado de one shot magazine, que publica 19 revistas segmentadas voltadas para empresários e o público de classe A que são: Arena, Caviar, Empresarial, Fórum & Negócios, Gabriel, Jorge, Meeting & Negócios, Lide, Mulheres Líderes, Lide Agronegócios, Lide Sustentabilidade, Lide Varejo, Líderes do Brasil, Líderes Empreendedores, Marketing Empresarial, Oscar, Robb Report, Saúde e Bem Estar e Trancoso. “Que o mundo mudou, e que para as coisas caminharem em uma só direção, não poderá existir a partir de agora Norte e Sul, Leste e Oeste, ricos e pobres e outras particularidades que só causam divisão. Os países ricos deverão rever suas atitudes”, afirma.

Quais são os erros e acertos na gestão do presidente Lula à frente do Palácio do Planalto?

Sem dúvida o presidente teve mais acertos do que erros. Basicamente na política econômica, aumentando as bases sólidas herdadas do Governo FHC, o que é um mérito total desse atual Governo. Teve também um grande aumento dos programas sociais como o Bolsa Família para as classes menos favorecidas, que infelizmente detêm um grau de cidadania sem as condições mínimas para uma sobrevivência digna. Para mim particularmente, uma das maiores virtudes do presidente Lula é a grande capacidade de se comunicar com as massas, com um linguajar muito simples e direto, que cria para essa administração, um vínculo muito forte com as classes populares, onde as eleições são decididas de verdade. Pelo lado negativo, Lula teve atitudes fagueiras com seus amigos, principalmente nos casos do Mensalão e dos dólares na cueca. Esses dois atos são condenáveis, pois, criam uma leniência com as amizades, gerando assim corrupção e falta de princípios básicos de ética.

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Se a eleição fosse hoje o senhor votaria em Serra, Dilma ou em nenhum dos dois e por quê?

Votaria em Serra e Aécio, uma chapa puro-sangue. Pela gestão de alta eficiência, pela qualidade e compromisso do serviço público (que não é forjado pela política do favor, e sim da competência e do merecimento) e pela gestão que traz resultados no médio e longo prazo. Acho que a administração pública não pode dar nenhuma margem a inoperância, que é um dos graves problemas do país hoje em vários setores, mas que no campo político aparece com mais força. Por que não votar em Dilma? Por um simples motivo: sou favorável a alternância de poder, acho que isso melhora as condições do serviço público e elimina o comodismo e a inoperância.

E no jogo do mercado, alguma coisa irá mudar com a vitória de Serra?

Não. A política econômica deverá ser mantida, com qualquer vencedor.

O que representa para o senhor a figura do presidente norte-americano Barack Obama?

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Vamos deixar o senhor de lado [risos]. A eleição de Barack Obama mostra uma histórica transformação na democracia da nação mais rica e poderosa do mundo. Até algum tempo atrás, era improvável um negro sequer ser eleito para os mais simples cargos públicos em alguns estados norte-americanos, onde o racismo ainda impera, imagine à presidência! Então qualquer que seja o resultado desse governo, é possível dizer que esse já é um acontecimento histórico, e ainda prova que é possível para qualquer pessoa – seja ela negra, hispânica, pobre, imigrante, ou de qualquer outra classe oprimida – chegar lá.

Quais as lições que o senhor tirou da grave crise internacional?

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Que o mundo mudou, e que para as coisas caminharem em uma só direção, não poderá existir a partir de agora Norte e Sul, Leste e Oeste, ricos e pobres e outras particularidades que só causam divisão. Os países ricos deverão rever suas atitudes com os países emergentes, principalmente no que se refere ao protecionismo dos seus mercados. As alianças deverão ser mais duradouras entre as nações, empresas, pessoas etc… para que não venhamos a assistir essa quase catástrofe novamente. Não existe mais um mundo americano e outro europeu, e na minha opinião haverá menos espaço para delírios da esquerda e da direita.

O Brasil faz parte dos BRICs, o que precisamos fazer para alcançar o tão sonhado desenvolvimento?

Educação e emprego. Ampliar o ensino público de qualidade a todos os jovens, e não só aos jovens, aos adultos que por uma razão ou outra, não conseguiram ter a chance de estudar e alcançar o conhecimento necessário para competirem de igual para igual no mercado de trabalho. Já o emprego, é o que dá ao indivíduo um patamar de dignidade, e de não dependência dos planos assistenciais como o Bolsa Família, que é um plano justo sem dúvida nenhuma, mas quanto mais as pessoas estiverem usando a sua força de trabalho, menos precisarão de ajudas governamentais e o país crescerá com isso.

O que um empresário precisa para se tornar um vitorioso no mundo dos negócios?

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Ser ético, ter uma visão global da situação, saber ouvir, trabalhar em conjunto (mesmo que um trabalho centralizado possa auferir mais lucros para sua organização), ter preocupação com o Meio Ambiente, fazendo com que seu trabalho agregue valor para sua empresa diante de investidores e também da sua comunidade. O mundo empresarial de hoje, não suporta mais a arrogância e falta de respeito, seja institucional ou pessoal dos seus líderes.

Você será apresentador de “O Aprendiz Universitário”. Como vê a subida da Rede Record e as polêmicas em torno do seu proprietário Edir Macedo?

Eu não vejo toda essa polêmica que dizem que tem. Entendo que o crescimento da Rede Record de Televisão, só ajuda e traz competitividade para a televisão brasileira, sendo bom até para a Rede Globo, que é a líder com muitos méritos por sinal. A competição sempre é sadia, até mesmo para outras redes nacionais, e para as televisões regionais que também terão que se mexer.

Será que nos próximos anos teremos um novo Assis Chateaubriand que pode ser você?

Nunca serei empresário de televisão. Tenho um programa que fará 20 anos, e isso me dá muito orgulho, principalmente de nunca ter saído da televisão como apresentador. Continuarei com o meu programa [Show Business] e com as minhas atividades como empresário, pois, creio que nesta posição, posso ser mais útil ao país, já que é o que mais gosto de fazer.

Qual o conselho que daria a um jovem empreendedor?

Nunca desista de suas ideias, acredite sempre, mesmo que as situações possam lhe mostrar o contrário.

Última atualização da matéria foi há 3 anos


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