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Felipe Protti fala dos processos do seu trabalho

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O designer Felipe Protti é formado no Centro Universitário Belas Artes (considerado a melhor faculdade particular do Brasil na categoria Artes e Design). O paulistano começou a apostar na venda de móveis quando se viu sem clientes na esteira da crise de 2009 – até então ele ganhava a vida projetando lojas de marcas de roupa como a Cavalera. O estúdio e o showroom de sua marca, a Prototyp& Chão de Fábrica, ocupam um imóvel de 300 metros quadrados na Vila Madalena. O objetivo do estúdio é oferecer design brasileiro de qualidade. Sua peça mais conhecida é o sofá Stripes, com estrutura aparente de aço, assento de couro natural, encosto de tricot feito à mão, apoio lateral de madeira maciça e cintas de couro e algodão para dar sustentação. Protti também assinou a reforma e a decoração do bar Periquita & Gin Club, nos Jardins, e do complexo gastronômico Vista, que ocupa o Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC), no Parque do Ibirapuera. “Sempre gostei de esportes também. Estava sempre na rua andando de skate e viajando pra surfar. Comecei a trabalhar cedo fazendo alguns trabalhos de ilustração e entregas para minha mãe (que tinha um antiquário). No primeiro ano da faculdade fui trabalhar com cenografia e cinema, onde aprendi muito. Fiquei três anos na área e depois fui pra arquitetura comercial, montando o escritório em casa na garagem. Foi aí que comecei meu estúdio com 23 anos”, afirma o talentoso designer.

Felipe, o que um design deve ter além de forma e função?

Vida, uma identidade! São feitos de materiais que sofrem com a oxidação, com o oxigênio e o meio ambiente.

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Muitos dizem que a arte escolhe o artista. Você acredita que também foi escolhido por seu ofício?

Vejo por outro ponto de vista. A sua história faz a arte. Acredito que a maneira que fui criado, as minhas experiências de vida e o meio em que cresci, juntando minhas habilidades, me conduziram pra arquitetura e design. Desde pequeno gostava de desenhar e isso meus pais detectaram e me ensinaram muito sobre arte desde pequeno. Me formei em ilustração e antes da faculdade já pintava e fazia esculturas.

Sempre gostei de esportes também. Estava sempre na rua andando de skate e viajando pra surfar. Comecei a trabalhar cedo fazendo alguns trabalhos de ilustração e entregas para minha mãe (que tinha um antiquário). No primeiro ano da faculdade fui trabalhar com cenografia e cinema, onde aprendi muito. Fiquei três anos na área e depois fui pra arquitetura comercial, montando o escritório em casa na garagem. Foi aí que comecei meu estúdio com 23 anos.

Quais os principais cuidados e que você acredita serem cruciais na hora de assinar um projeto?

Procuro sempre me identificar com os clientes e a proposta, para que seja um projeto autêntico e único atendendo os objetivos.

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Em que momento surgiu a ideia da Prototyp&?

Depois de alguns anos observando o mercado. Eu desenhava móveis para meus projetos de arquitetura. Algumas lojas me convidaram pra desenhar e fui percebendo que eu gostava disso. Fui estudando o mercado e sentindo as dificuldades… foi meio que natural, acontecendo com muito trabalho e investimento de energia. Essa profissão me escolheu.

Depois ela começou a tomar meu tempo e nos momentos de maior dificuldade pensei em mudar o caminho, mas sempre voltava para o design. Tive grandes amigos e mestres sempre me falando o que precisava ouvir. Percebi uma brecha no mercado e resolvi ignorar o que todos estavam fazendo, olhando para a minha essência e fazendo da maneira que eu acreditava, sem fábricas. Não queria inventar nada, só queria fazer do meu jeito. Comecei a inventar o meu processo e fazer a venda direta para o consumidor final em uma escala menor.

Leia ou ouça também:  A inspiração de Margot Takeda da A10- Ideias

Quais os maiores obstáculos que tiveram que ser removidos para a ideia se tornar palpável?

Entender que não se faz nada sozinho! Tive grandes parceiros. Comecei sozinho com mais dois amigos. Fazíamos o trabalho de dez pessoas em três. Trabalhava de domingo a domingo. Percebi a importância da equipe e do tempo. A importância de não aceitar todas as propostas, de ser fiel aos meus ideais e princípios e, de saber baixar a guarda quando precisar.

Em que pilares o estúdio está “fincado” e que são fundamentais para a sua reputação?

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Sempre procurei transparência nos processos, num ciclo saudável, desde a compra dos materiais até o produto final. Para mim o design é a arte de simplificar o complicado. Independente da escala do projeto, tanto na arquitetura como no design de móveis.

Acredita que o diferencial dos seus produtos seja a singularidade?

Meu pai sempre me falava pra parar de querer inventar a roda e dizia: “faça do seu jeito, já inventaram roda…” (Risos.)

Quais são as suas principais influências?

Gosto muito do movimento dos anos 50 e 60, aquela visão futurista que os carros iam voar. Adoro ficção científica. Procuro adaptar essa visão para os dias de hoje. Tenho alguns designers e arquitetos que me influenciaram muito (e que são opostos) como Jean Prouvé e Ettore Sottsass. Gosto de vários estilos que vou interpretando nos processos.

Essas influências já deram o norte para algo em que estava inserido como criador?

Sim, sempre! Busco entender a mentalidade dos processos para adaptar, criar processos novos e atuais.

Você já afirmou que procura fazer coisas para durar. Como a atemporalidade é tratada em seu ofício?

Um dos motivos que sai da cenografia foi o lado efêmero e o desperdício dos materiais. Isso me incomodava muito! Tudo que faço fico imaginando envelhecendo. Tenho esse problema. É uma noia minha! Por isso procuro fazer tudo pra durar com mais resistência e qualidade. Sigo um conceito da Bauhaus, que consiste na pureza dos materiais que envelhecem bonitos com o tempo.

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Seu pai foi a sua grande referência. O que tem do seu pai no profissional que se tornou?

Aprendi muito com seus erros e acertos! Sua visão de vanguarda e a maneira de resolver e acreditar.

Última atualização da matéria foi há 2 anos


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