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Henrique Hoffman fala de minimalismo e arquitetura

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Com pouca visibilidade entre as diversas edificações do bairro Buritis, o Shopping Paragem buscava estratégias para atrair o público e conquistar ainda mais clientes. Mas como chamar atenção dos consumidores? “Com o crescimento das construções em volta, o Paragem passou a ser apenas uma caixa branca no meio das demais edificações. Precisávamos nos diferenciar e para isso buscamos auxílio na arquitetura”, explica Weverton Luiz, empreendedor e sócio do shopping. Entre as principais mudanças, o empreendimento investiu na inovação de sua fachada e, assim obteve excelentes resultados. “O shopping teve um acréscimo de 50% de tráfego, além de atrair lojas mais conhecidas e franquias famosas, valorizando o conjunto comercial. A mudança, aliada a melhorias internas, trouxe um novo fôlego ao Paragem, gerando mais fluxo de clientes e interesse por parte de lojistas”, comenta Marcelo Mourão, sócio do empreendimento. Responsável pelo novo projeto, o escritório Painel Arquitetos Associados utilizou da criatividade e inovação para revitalizar a fachada do mall com dois focos principais – dar mais notoriedade ao empreendimento com baixo custo. “Fizemos um diagnóstico inicial e percebemos que a fachada estava apagada da vista do dia a dia das pessoas, pois, havia muito tempo que o empreendimento tinha as mesmas características e utilizava as mesmas cores”, explica o arquiteto Henrique Hoffman, responsável pelo projeto.

Goethe afirmava que a arquitetura é a música petrificada. Como enxerga essa definição dada pelo gênio alemão?

A afirmação do Goethe é interessante porque, assim como uma música, a arquitetura é tratada através de composições. Sendo assim, quando ele [Goethe] fala ser uma música petrificada, está querendo, muito sabiamente, com muita felicidade, expressar que a arquitetura trata-se de composições com materiais físicos, diferente da música que são materiais sonoros. Assim como na música, trabalhamos a arquitetura com ritmo, com números, com tangências, com proporções, com pausas, que são os intervalos entre o cheio e o vazio, e tudo isso dita a arquitetura. Principalmente, se nós formos fazer uma analogia rápida com a música que é ritmo, número, cheios e vazios, que seriam pausas e respiros entre um ambiente e outro, uma composição de um material e outro… é uma arte que pode ser comparada com a música, no sentido do petrificado, porque se trata de uma composição, entretanto, com materiais físicos.

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Sempre trabalhamos todas as composições da arquitetura, não só as fachadas, mas dando ênfase em fachadas porque é a pauta. Nós trabalhamos com composição, com ritmo, com número, com cheios e vazios, com intervalo, composição. Isso é exatamente uma composição como se faz uma cifra, quando se compõe uma música.

Podemos falar de uma maneira mais literal, que temos um exemplo que é um trabalho de ressignificação da arte, da música e da materialidade em uma fachada. Elaboramos um painel, um mural de aço corten, onde ressignificamos a partitura da música da Nina Simone (cantora, negra, forte, ativista pelos Direitos Civis dos EUA) chamada “Feeling Good” que é um clássico do jazz. Representamos isso na fachada de um prédio da seguinte forma: pegamos a partitura dela, ressignificamos cada nota musical em um determinado ritmo de retângulos verticais vazados, que fizeram parte dos elementos de composição do edifício e traduzimos a partitura da música “Feeling Good”, nesse painel, então, ele começa na esquerda superior com a primeira nota e chega na direita inferior com a última nota da música. Trabalhamos com composição, com ritmo e a ressignificação dessas notas musicais de acordo com o ritmo e os elementos criados pela arquitetura e pelo prédio.

Muito se comenta sobre uma arquitetura estratégica. Como definiria essa arquitetura?

Toda a arquitetura que produzimos é estratégica porque fazemos uma arquitetura com um “porque”, um “para quem”, um “para quando” e um “como”, ou seja, sempre fazemos essa reflexão do 5WH1: O que devo fazer? O local onde vou fazer isso? Qual é o prazo? Quem vai fazer isso? Qual é a equipe? Quais arquitetos? Cada arquiteto tem sua especialidade e suas características aqui no escritório. Como vamos e por que faremos isso? Então, fazemos o 5WH1 e nesse plano sai o “por que” que nós vamos fazer isso, que diz principalmente qual é a estratégia e porque o cliente está nos procurando e contratando para determinado trabalho.

Toda arquitetura (no nosso ponto de vista), tem uma estratégia, seja ela de promover mais ventilação, seja ela de promover mais conforto, trazer mais segurança, trazer mais privacidade, ou no caso do comercial, forçar circulação na frente das lojas, ou deixar a loja viva. Para isso trabalhamos com âncora, com coisas chamativas e pontos estratégicos de distância para a pessoa ser forçada a circular na frente, para chegar em um lugar onde se tem um fluxo maior. Pode ser também um caixa-eletrônico, lotéricas, coisas nesse sentido que tragam fluxo, porque aí trabalhamos com estratégias de tornar as LUC’s (isso é muito de shopping, que são as lojas LUC’s) menores, torná-las vivas através da circulação das âncoras. Dentro dessa estratégia, sabemos muito do comportamento humano. Temos acesso a diversas pesquisas e até grupos. Procuramos se inteirar nos estudos do comportamento humano, da Nielsen, da WGSN… lemos muito sobre isso para entender as tendências, de como as novas gerações estão se comportando. tudo isso está relacionado com estratégias psicológicas através de arquitetura física, localização das prateleiras, localização de produtos, como deve ser composta uma vitrine, como deve ser composta as circulações dentro de uma loja.

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Quando trabalhamos e fazemos cursos em São Paulo, pela COR (grupo multinacional francês), discutimos muito o design e a arquitetura estratégica de promoção de experiências, então, trabalhamos com storytelling. A estratégia de hoje é promover experiências para o usuário. Temos que contar uma história e gerar todo um quadro de humor para o empreendimento, para que a pessoa possa se inserir dentro daquele contexto para realmente viver uma experiência. Dessa maneira a estratégia é tornar aquela passagem memorável e assim ela vai fomentar e divulgar essa marca, através de mídia espontânea (não tem nada melhor do que isso). O próprio espaço físico, a própria arquitetura vai estar divulgando a marca com mídia espontânea, com fotos no Instagram, apenas pelo boca a boca, mandando mensagem de um para o outro, com um “já viu”. São diversas possibilidades.

O que ainda está inserido nessa estratégia?

Dentro da arquitetura estratégica, existe um contexto bem amplo. Posso falar, por exemplo, de uma revivacidade, de reviver a cidade por uma questão urbana, de fachada. Um exemplo: o Shopping Paragem que estava sumido na paisagem, que era imponente quando foi criado, já tinha sumido nessa paisagem, tornando-se um elemento comum do dia a dia de uma avenida rápida. Não chamava a atenção. Viramos as aletas da logomarca, no sentido de gerar direcionamento para a avenida. Trabalhamos com cores complementares análogas, que são cores mais contrastantes das que estavam antes, ou seja, se era verde tacávamos laranja, se estava branco tacávamos preto, justamente para gerar esse choque, essa revivacidade. O resultado foi incrível porque todo mundo viu, deu uma repercussão grande e era isso mesmo que queríamos: trazer esse choque, essa nova experiência, essa percepção de algo que estava sumido e esquecido na paisagem. Isso aumentou 20% de acesso ao shopping, sendo que o tráfego do shopping nas primeiras semanas foi um absurdo sucesso.

Também usamos essa estratégia na Ortoclinic onde trabalhamos com luzes e chapas metálicas da cor da logomarca de uma maneira para demonstrar a grandeza institucional da clínica. As luzes e a chapa na horizontal fazendo uma alusão, uma metáfora aos carros que circulam ali muito rápido e deixam aqueles rastros de luz quando fotografados com a lente aberta. Trabalhamos essas coisas lá na Ortoclinic, gerando um sucesso que todo mundo agora sabe. Tínhamos um problema muito grande, já que é uma avenida muito rápida e o retorno é muito longe… as pessoas passavam direto. Para ter o atendimento, precisava fazer um retorno longe e ninguém mais está reclamando disso. Todo mundo já sabe onde é. Além de fomentar a marca deles, nossa estratégia era dar grandeza institucional. A fachada ficou imponente nas cores da marca, tudo respeitando as normas de higiene e publicidade, que são rigorosíssimas em Belo Horizonte. Foi muito assertivo!

Quais os pilares dessa arquitetura?

Trazer impacto para projetos que são conservadores em sua essência e trabalhar com uma arquitetura criativa e inteligente de maneira que promovemos sutis interferências, mas que tragam alta notoriedade. Isso é um “know how” que tem que ser trabalhado com muita prática e criatividade. Não tem receita de bolo porque cada caso é um caso e cada ação arquitetônica vai depender de uma pré-estratégia, uma pré-condição, ou seja, o que é a marca, o que a edificação quer falar com seu espectador, consumidor ou usuário. Essa é uma pergunta inicial, que é para entendermos esse diálogo e a partir desse diálogo buscar uma linguagem que vai trazer esse conhecimento, esse entendimento, na verdade.

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Vários projetos já tiveram confronto de ideias e, na maior parte do tempo, é maravilhoso! Porque são neles que temos crescimento. Na confrontação, no debate, na discussão é que trazemos um melhor resultado. Sempre procuramos o debate. Sempre procuramos as discussões e mostramos que somos muito racionais. Somos artistas, mas que nada é criado sem composição da arquitetura… Por quê? Porque vai ficar bonito. Por que está na “moda?”. Não é isso. Embasamos na composição da arquitetura, do ritmo, do comportamento humano, da estratégia, da visibilidade, de gerar engajamento, de gerar promoção de consumo, ou seja, é pensado, é estudado, e tem um embasamento técnico e teórico por trás. Não é nada por achismo ou por moda. Não é isso que embasa o nosso trabalho. Pode fazer parte, mas o embasamento é completamente outro.

Como se deu a criação do Painel Arquitetos Associados?

O Painel Arquitetos Associados nasceu assim: podemos trabalhar em dois tempos. Quando eu estava na faculdade, trabalhava na Arquitetura Oscar Ferreira, renomado escritório de arquitetura predial aqui em Belo Horizonte. O Gustavo Campana (que trabalhava em outro renomado escritório, que é a Dávila Arquitetura) e o Paulo Emílio que já era sócio de uma empresa de arquitetura se tornaram meus sócios. Conversávamos sobre abrir um escritório um dia, porque nossas ideias de projeto e nossa afinidade como amigos era muito boa. Nossas ideias de projetos eram complementares. O Gustavo muito plástico com o 3D; o Paulo Emílio muito técnico e eu mais ou menos a metade dos dois: plástico e técnico.

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Porém, resolvemos após se formar, de não abrir o escritório de uma vez, de continuarmos trabalhando nesses grandes escritórios, aprendendo um pouco mais sobre mercados e arquitetura na prática. Foi quando surgiu a ligação do Gustavo, informando que estava meio descrente da maneira que estava sendo feita a arquitetura. Topamos o desafio de demonstrarmos a nossa maneira de trabalhar arquitetura. Foi aí que tudo começou. Foi através desse convite. Ele [Gustavo] estava um pouco frustrado, pois, saiu do escritório em que trabalhava, já tinha aberto uma empresa, entretanto, estava engolido pelo mercado que sempre criou o mesmo tipo de arquitetura só para fazer número, quantidades, repetições… nós queríamos algo mais. Criamos uma coisa que não estava sendo trabalhada no mercado. Daí surgiu o Painel Arquitetos Associados. Esse nome foi até por conta do painel que as coisas estão escancaradas com clareza em um quadro. Isso que é o Painel. Você vai expressar ou colocar tudo em um quadro com a maior clareza para as pessoas enxergarem e entenderem a arquitetura como sua essência. Por isso que é Painel Arquitetos Associados, pois, erámos três arquitetos sócios. Hoje sou eu o diretor (os meninos tomaram um novo caminho). Todos estão todos bem graças a Deus e o nome Painel continuou e ainda perdura no mercado. Vamos perdurar por muito mais tempo!

O que diferencia os projetos do Painel?

Temos uma filosofia empresarial diferenciada que visa gerar relações sustentáveis e duradouras. Dessa forma, atendemos como uma pessoa física que vai construir sua casa. Tenho que entender as dores e os sonhos das pessoas que estão buscando fazer uma casa, com conforto e segurança, trazendo o sonho de ter uma casa própria, da maneira que ela quer, com todos os anseios que às vezes são inspirações até que veio da casa da avó dela. Temos que fazer essa tradução também. Digo muito que o serviço de arquiteto é ser psicólogo em um primeiro momento, bem técnico… quase um engenheiro ou arquiteto no segundo momento, que é na produção. Na hora da apresentação o projeto mostra o nosso lado artístico, nosso lado arquiteto de ser. Todo arquiteto é um artista, que também é engenheiro. Talvez seja essa a definição do arquiteto: ele é das humanas e também das exatas. Quando estamos no escritório, produzindo, estamos muito na exatas e quando estamos apresentando mostramos a humanidade disso tudo. Por isso ainda temos que ser psicólogos também.

No caso da pessoa jurídica, temos que pensar o que é a marca, o que eles estão querendo. Uma construtora na maior parte das vezes está buscando retorno sobre o investimento: lucro. O lucro não pode ser a qualquer custo porque se fizermos um projeto que seja muito racionalizado, mas que não traga “abrasividade” ele não se cumpriu. Esse é um grande diferencial do nosso escritório que é mesclar, trabalhar com a racionalidade construtiva, com a sentimentalidade humana, que promove bom gosto e ótima liquidez, um ótimo resultado humano. Preocupamos muito com a escala humana e o fato de flutuarmos nos dois mercados, tanto no de pessoa física quanto no predial de pessoa jurídica. Isso nos faz ter algumas vantagens sobre a concorrência, pois, aplicamos a racionalidade que é exigida pelas grandes construtoras com a humanidade que é exigida pelos clientes pessoas físicas que estão fazendo a sua residência, por exemplo.

O que norteia a visão do seu escritório?

O Painel sempre demonstrou experiências e nesse momento complexo estamos só continuando a fazer o nosso serviço como fazíamos de costume, já que gerava muita experiência e muitos diferenciais. Todo esse zelo, esse cuidado, esse carinho com todas as etapas do processo, vai muito além de um contrato para um projeto arquitetônico. As pessoas podem até nos contratar para fazer um projeto arquitetônico, mas o que entregamos nunca é um projeto arquitetônico… entregamos aspirações, sonhos! A arquitetura é também a possibilidade da pessoa ter um convívio agradável durante muitos anos pela frente, então, buscamos todo esse cuidado, esse zelo. Tomamos muito cuidado com a parte financeira. O meu mestrado inicialmente seria sobre o custo das soluções arquitetônicas (o arquiteto tem um papel fundamental nisso, já que ele norteia o conceito do projeto). Ele faz o projeto e todas as outras disciplinas que são a engenharia elétrica, hidráulica, estrutural. Trabalham em cima do arquitetônico. O arquiteto que não tem os custos de cada decisão que ele faz, pode trazer um prejuízo ou então um investimento muito maior do que o consumidor está disposto ou pode investir.

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Temos essa responsabilidade financeira. Temos a responsabilidade sobre o que a arquitetura está dialogando com a cidade, com a vizinhança, o que ela vai expressar no nosso período histórico e também como isso vai ser tratado, se será atemporal ao decorrer dos anos para que tenha uma liquidez legal e um ótimo convívio, um valor de venda. Temos uma visão muito aberta sobre tudo isso.

O minimalismo entra nesse campo de experiências?

O minimalismo entra sim, no campo das experiências, mas como também entram outros estilos, como por exemplo o oposto dele que é o maximalismo que entra também no campo de experiências, ou seja, depende de qual experiência queremos promover estrategicamente. A arquitetura tem diversas facetas, diversos estilos, que podem sim ser trabalhados para promover experiências, assim como o minimalismo pode promover experiências, o maximalismo que é o oposto pode promover experiências como arquitetura com design no ar, escandinavo, clássico ou contemporâneo que também vão promover experiências. Vai depender da estratégia que traçamos com o cliente.

O Barroco é um exemplo fortíssimo de como a Igreja Católica quis tratar ou como quis promover experiências com os seres humanos na época. Tem traços curvos, tem sofrimento, tem dor, tem aquelas imagens que traziam um certo medo, um certo distanciamento, uma sensação de dívida. A arquitetura teve historicamente diversas funções, como tratar experiências e às vezes até como dominar alguma população ou outra. Vamos citar outro exemplo aqui: o próprio Movimento Modernista. Estava na pandemia e queria trabalhar com uma arquitetura mais “clean”, mais minimalista, mais limpa, que promovesse a sensação de limpeza, de saúde e isso foi trabalhado no clássico, era trabalhado na perspectiva, na simetria, para ter uma proporção que gera grandiosidade, poder. Tudo isso são estratégias e possibilidades diante do que está sendo proposto.

Observações externas são importantíssimas no seu ofício. Como elas afetam o seu trabalho?

Observações externas afetam todo nosso trabalho. Assim como sou um grande defensor das viagens, das experimentações, da curiosidade. O arquiteto tem que ser curioso, porque temos que aprender de tudo um pouco: construção, parte elétrica, parte estrutural, parte de ar-condicionado. Gerenciamos todos esses projetos. O arquiteto que está gerenciando tudo isso, tem que saber um pouco de cada coisa, se não você não vai conseguir conduzir muito bem. Todo projeto aqui no Painel tem que ter um conceito, muito bem embasado. Nós temos que buscar a essência do projeto e isso está muito claro. Posterior a isso nós vamos para as duas pernas que é a perna pragmática, que é a parte de técnica, que são os pragmatismos, as funcionalidades e também para a perna abstrata. Essa parte abstrata é o que nos move. São os conceitos abstratos que nos move. Não conseguimos mensurar o amor, a felicidade, a alegria, esses sentimentos abstratos… algo que nos transforma e que nos motiva para continuar vivendo e experimentando as coisas.

Poderia falar mais sobre isso?

Ainda falando sobre essas observações externas, estava conversando com a minha produção aqui, com minha equipe. Uma das questões de disciplina da universidade que mais teve importância para minha formação foi o “Desenho de Observação”, ou seja, observar a questão da viagem, da experimentação. É excelente. Hoje posso visitar o Guggenheim online por exemplo. Vamos falar do Stonehenge que não tem nem haver muito com arquitetura, que são as pedras lá na Inglaterra. “Posso olhar o Stonehenge na internet.” Posso ver filmes, ver detalhamentos, mas sempre pela visão de outra pessoa, não pela minha própria visão. Além disso, temos uma coisa que é impagável, que é o percurso. Quando você vai visitar o Stonehenge na Inglaterra por exemplo, você sai da sua casa, vai até o aeroporto de Confins, vai pra Guarulhos… você viu coisas no decorrer até Confins, viu coisas no aeroporto de Guarulhos, depois vai para o aeroporto de Londres… você viu coisas no aeroporto de Londres. Você vai conhecer coisas e vai percorrer Londres até chegar no Stonehenge, que são as pedras que você viu na foto. Esse percurso bem observado e essa presença é sensacional, já que nos faz mais inspirados, criativos, aumentando nosso repertório. Essas são vivências. Por isso suponho que mais importante que observar a referência, é o percurso que nos leva até essa referência, já que ela nos trará várias outras referências.

Última atualização da matéria foi há 2 anos


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