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Marco Rubio, Mauro Cid, Oslo…

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Nem todo mundo tem tempo (ou estômago) para acompanhar o noticiário inteiro. É guerra lá fora, escândalo aqui dentro, político fazendo dancinha no TikTok e economista prometendo milagre com inflação alta. Enquanto isso, você tenta sobreviver à vida real. A gente entende.

Por isso nasceu o Condensado: uma dose diária de realidade em 6 tópicos, com informação quente, ironia fria e aquele comentário ácido que você gostaria de ter feito — mas estava ocupado demais trabalhando pra pagar o boleto.

Aqui não tem enrolação, manchete plantada ou isenção fake. Tem olho cirúrgico e língua solta. O que rolou (ou rolará) de mais relevante no Brasil e no mundo vem aqui espremido em 10 linhas (ou menos) por item. Porque o essencial cabe — e o supérfluo, a gente zoa.

Informação? Sim. Respeito à inteligência do leitor? Sempre. Paciência com absurdos? Zero.

Bem-vindo ao Condensado. Pode confiar: é notícia, com ranço editorial.

Eduardo Bolsonaro, Marco Rubio, Trump e STF no mesmo tabuleiro de War: a fantasia geopolítica bolsonarista promete sanções made in “Terra do Tio Sam” contra ministros togados

Ontem à noite, nos corredores acarpetados do PL, corria uma informação que parecia ter sido escrita por roteirista de série ruim da Netflix: Eduardo Bolsonaro articulando reunião com Marco Rubio, apresentado aqui como secretário de Estado norte-americano do governo Trump 2.0, para “salvar” o Brasil dos ministros do STF. O script delirante previa anúncio de novas sanções dos Estados Unidos ao Brasil, como se o país fosse um playground onde ex-presidente condenado consegue chamar polícia gringa para dar bronca no juiz local. Rubio, no papel de xerife, já fez seu tweet ameaçador, falando em “responder adequadamente à caça às bruxas”. Mais colonial impossível: a família Bolsonaro achando que pressiona o Congresso e passa anistia na marra com carimbo da Águia Careca. É a volta do entreguismo tropical: quando não dá para bater bumbo no cercadinho, apela-se para o gringo salvar a pátria – ou o pai.

Marco Rubio, no papel de xerife, já fez seu tweet ameaçador e incendiário (Foto: Wiki)
Marco Rubio, no papel de xerife, já fez seu tweet ameaçador e incendiário (Foto: Wiki)

STF, anistia e democracia: ministros já avisaram em 2023 que perdão para ataque à Constituição é como querer apagar incêndio com gasolina

Dos 11 ministros do Supremo, sete já disseram – e com gosto – que perdoar gente condenada por tentar derrubar a democracia é inconstitucional. Não é opinião, é jurisprudência recente: em 2023, quando Bolsonaro tentou indultar Daniel Silveira, a Corte não apenas derrubou como fez disso um aviso em neon piscante. Todos os integrantes da Primeira Turma, Fux incluído, já se pronunciaram contra o perdão a atos antidemocráticos. Ainda assim, a direita de WhatsApp insiste na fábula da anistia como salvação dos “patriotas” e do seu mito caído. Mas os votos dos togados lembram que Estado Democrático de Direito não é quermesse de domingo, onde o padre passa pano e dá indulgência. Em Brasília, toga fala mais alto do que corrente no X.

Carlos Bolsonaro, Mauro Cid e a saga do ressentimento online: quando a “família real” tenta desmoralizar o próprio ajudante que puxou o fio da meada

No dia seguinte à condenação de Jair Bolsonaro, Carlos resolveu usar seu teclado como espada para atacar Mauro Cid – o ex-ajudante de ordens que abriu a caixa-preta e entregou detalhes da trama golpista. “Parabéns pelo que fez na história brasileira”, ironizou o vereador carioca no X, enquanto fixava a mensagem no perfil. Cid levou a pena mais branda – dois anos em regime aberto – graças ao acordo de delação premiada. Resultado: virou Judas oficial do bolsonarismo, alvo preferencial de seus ex-colegas. Flávio, o irmão senador, corre atrás de anistia ampla, geral e irrestrita, como se fosse um passe de mágica. Carlos, por sua vez, reforça o enredo do “traidor”, com direito a insinuações de falsidade e “bolinhas de gude”. É a família inteira em performance de novela mexicana, só que com processos reais, delações reais e penas muito menos novelescas.

Bolsonaro e mais sete réus, agora também no carnê da indenização: R$ 30 milhões pela depredação de 8 de janeiro como se Brasília fosse um parque temático vandalizado

A Primeira Turma do STF não ficou só na pena criminal: decidiu que Bolsonaro e companhia limitada devem pagar solidariamente R$ 30 milhões pelos danos às sedes dos Três Poderes durante o 8 de janeiro de 2023. É o boleto mais simbólico do Brasil recente: um ex-presidente e seu núcleo duro passando do discurso inflamado ao PIX compulsório para cobrir vidro quebrado, móveis depredados e patrimônio tombado. Como se não bastasse, a decisão reafirma que golpe não sai barato – nem em narrativa nem em dinheiro vivo. O ex-capitão, condenado a 27 anos e três meses, ainda pode recorrer, mas a imagem está feita: patriotas vestidos de verde e amarelo, agora com fatura parcelada em dezenas de milhões. A história vai lembrar essa condenação como a hora em que vandalismo patriótico ganhou cara de cobrança judicial.

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Lula responde a Trump, Rubio e afins: “não somos republiqueta de banana” – o retorno do velho discurso nacionalista com toque de ironia pragmática

O presidente Lula aproveitou o momento para dar recado direto ao governo Trump 2.0 e ao falastrão Marco Rubio: não teme sanções e não aceita sermão externo sobre decisão soberana do STF. A frase “não somos republiqueta de banana” ecoa discursos dos anos 1960, mas agora com smartphone na mão e TikTok no ouvido. Trump, por sua vez, lamentou a condenação do “bom homem” Bolsonaro como quem fala de um sócio de golfe em Palm Beach. No fundo, é o mesmo roteiro: Trump se vê em Bolsonaro, Bolsonaro se vê em Trump, e o Brasil observa essa troca de afagos e ameaças com mistura de tédio e déjà vu. Enquanto isso, no Planalto, Lula constrói narrativa de resistência a ingerência externa – o que, ironicamente, devolve a ele certo verniz de estadista que a oposição achava impossível.

Oslo, 1993, Israel e Palestina: os acordos de paz que pareciam um prenúncio do milagre e hoje soam como cápsula do tempo de um mundo mais ingênuo

Em 13 de setembro de 1993, Israel e Palestina assinaram os Acordos de Oslo, vendendo ao planeta a ideia de que era possível dividir território e poder na base do aperto de mão e do sorriso fotográfico. Trinta e dois anos depois, a lembrança surge quase como ironia histórica: enquanto os líderes sorriam no gramado da Casa Branca, os conflitos subterrâneos continuavam fervendo. Oslo virou sinônimo de esperança frustrada – ou, como diria um cínico bem informado, “um spoiler do fracasso moderno”. Ainda assim, vale lembrar: sem tentativas de acordo não há nem começo de diálogo. Oslo é o lembrete de que tratados sozinhos não resolvem guerras, mas sem tratados a guerra nunca se interrompe. Uma cápsula de ingenuidade diplomática, hoje revisitada com certo saudosismo amargo.

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