Neymar Jr., Sarney, evangélicos…
Nem todo mundo tem tempo (ou estômago) para acompanhar o noticiário inteiro. É guerra lá fora, escândalo aqui dentro, político fazendo dancinha no TikTok e economista prometendo milagre com inflação alta. Enquanto isso, você tenta sobreviver à vida real. A gente entende.
Por isso nasceu o Condensado: uma dose diária de realidade em 6 tópicos, com informação quente, ironia fria e aquele comentário ácido que você gostaria de ter feito — mas estava ocupado demais trabalhando pra pagar o boleto.
Aqui não tem enrolação, manchete plantada ou isenção fake. Tem olho cirúrgico e língua solta. O que rolou (ou rolará) de mais relevante no Brasil e no mundo vem aqui espremido em 10 linhas (ou menos) por item. Porque o essencial cabe — e o supérfluo, a gente zoa.
Informação? Sim. Respeito à inteligência do leitor? Sempre. Paciência com absurdos? Zero.
Bem-vindo ao Condensado. Pode confiar: é notícia, com ranço editorial.
Gleisi Hoffmann tenta evangelizar o Planalto: Lula descobre que a Bíblia não cabe na prateleira do PT e convoca Jorge Messias para o culto do apocalipse eleitoral
O Governo Lula, finalmente, entendeu que não adianta só falar em “reforma tributária” quando o assunto é conquistar evangélicos. Agora, Gleisi Hoffmann virou a missionária oficial do Planalto — e a missão dela é quase um êxodo em mar aberto. Com Lula sendo rejeitado por 61% dos evangélicos, enquanto Bolsonaro passeia em cima da nuvem de aprovação com só 25% de rejeição, o Planalto decidiu montar uma comitiva gospel para tentar converter votos. A Marcha para Jesus virou palanque improvisado e Jorge Messias, o AGU evangélico, foi despachado feito missionário diplomático. Agora querem escalar ministros em cronograma para reuniões com pastores. O detalhe é que, até ontem, o PT via evangélico como uma versão moderna de capelão da Idade Média. Agora virou eleitor estratégico. Milagre? Ainda não. Mas desespero político tem essa liturgia esquisita.
Celso Portiolli, Paolla Oliveira e Ronaldinho são os mais amados do Brasil: pesquisa confirma que o brasileiro gosta mesmo é de entretenimento fácil e lembranças de Copa do Mundo
A mais nova pesquisa Data-Makers jogou luz sobre o que já sabíamos: o brasileiro é fiel ao entretenimento mais confortável possível. Celso Portiolli, herdeiro moral do Programa Legal, aparece como o number one da reputação pública. Paolla Oliveira e Grazi Massafera completam o top 3 porque novela ainda é a segunda língua oficial do país. E Ronaldinho? O brasileiro perdoa qualquer coisa por um drible. Do outro lado do ranking, Felipe Neto lidera a rejeição, provando que lacração política só dá certo até o limite da paciência nacional. Anitta vem logo depois, porque já cantou em português, espanhol e egípcio, mas ninguém aguenta mais “Anira” discursando na ONU. Já Léo Dias aparece no ranking dos rejeitados e a surpresa aqui seria se estivesse do outro lado. Neymar Jr., claro, continua sendo mais conhecido que mandioca no interior de Goiás. O Brasil, como sempre, um eterno looping de memes e nostalgia.

Karate Kid vira Sessão da Tarde de horror: ator de Cobra Kai morde colega em evento e transforma Summer Con em convenção de vergonha alheia
Martin Kove, aquele vilão meio caricato que só funcionava nos anos 80, resolveu reviver o papel de John Kreese no pior sentido possível. Durante um evento com fãs, o eterno sensei do mal achou que seria hilário morder o braço da colega Alicia Hannah-Kim. E não foi mordidinha de vovô sem dente: foi mordida quase nível pitbull, com direito a gritos, marido indignado e polícia no local. Alegou que “estava brincando”, como quem tenta justificar a piada que ninguém achou graça. Se fosse roteiro de episódio de Cobra Kai, até passava — mas na vida real, virou tragicomédia geriátrica. No fim, ele foi convidado a se retirar do evento e deixou claro que, mais do que um vilão de filme B, é agora um mico ambulante. Se ele estivesse em Karate Kid 5, o nome seria Mordida Mortal e seria direto para o streaming ruim.
Recordar é viver: quando o ônibus de José Sarney levou pedrada no Rio e o Brasil descobriu que política nunca foi missa de domingo
Em 25 de junho de 1987, José Sarney tomou pedrada na testa — ou melhor, no ônibus presidencial. A cena, quase pastelão, teve direito a ovo, pedra e indignação carioca. Era um Brasil em pré-inflação galopante e com a paciência social mais curta que discurso de deputado. Hoje parece estranho imaginar gente revoltada a ponto de apedrejar transporte oficial, mas os anos 80 eram assim: política feita com palavras de ordem na praça e tijolada na mão. Sarney escapou inteiro, mas a simbologia ficou: um Governo desacreditado, inflação derretendo salários e o povão querendo refundar o país a pedradas. No fundo, aquilo foi só um trailer do que viriam a ser os panelaços e as manifestações encorpadas nas décadas seguintes. Quem viveu sabe: democracia brasileira sempre foi meio escola de samba na dispersão — caos organizado e sempre com um batuque furado ao fundo.

Banco Central promete dar um tempo na alta dos juros: o Copom descobre que existe um limite entre combater a inflação e afogar a economia no próprio veneno
Depois de sete altas seguidas na Selic, o Banco Central finalmente anunciou: “Chega, por enquanto”. A taxa chegou a 15%, o maior nível em duas décadas, porque aparentemente a receita da política monetária brasileira continua sendo a mesma desde os tempos da máquina de escrever: aperta juros e reza. O problema é que a inflação, teimosa, não colabora tanto e o pobre segue pagando mais no leite e menos na feira. Agora, resolveram pausar o massacre para “avaliar impactos acumulados”. Traduzindo: eles não sabem mais se estão combatendo inflação ou organizando um suicídio coletivo da economia. No relatório, ainda citaram a guerra no Oriente Médio como fator complicador, o que é basicamente um jeito elegante de dizer “não fazemos ideia do que estamos fazendo, mas pelo menos temos desculpas internacionais”. No Brasil, política de juros virou uma mistura de sadismo financeiro e autoajuda monetária.
Donald Trump vira fiscal de bombardeio no Oriente Médio: ameaça Netanyahu pelo X e ensaia diplomacia estilo ‘clube da luta’ na Cúpula da Otan
Donald Trump agora não é só candidato e influenciador: virou fiscal informal de bombardeio no Oriente Médio. Depois de mediar uma trégua entre Israel e Irã (ou fingir que mediou), resolveu dar show nas redes sociais. Mandou recado direto pro Netanyahu: “Traga seus pilotos pra casa AGORA”. O tom foi aquele clássico “pai bravo em churrasco de domingo”, só que com arsenal nuclear no pano de fundo. Não está feliz nem com Israel, nem com Irã, mas fez questão de destacar que o problema maior é com Netanyahu. O mundo diplomático observou a cena entre constrangido e incrédulo. O pior é que, no teatro político atual, Trump surge como a mistura exata entre o síndico autoritário do condomínio global e o tio do pavê com acesso a armas nucleares. Tudo isso enquanto embarcava para a Cúpula da Otan. A pergunta que fica: quem deixou esse roteiro nas mãos do roteirista de sitcom cancelada?
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Franco Atirador assina as seções Dezaforismos e Condensado do Panorama Mercantil. Com olhar agudo e frases cortantes, ele propõe reflexões breves, mas de longa reverberação. Seus escritos orbitam entre a ironia e a lucidez, sempre provocando o leitor a sair da zona de conforto. Em meio a um portal voltado à análise profunda e à informação de qualidade, seus aforismos e sarcasmos funcionam como tiros de precisão no ruído cotidiano.
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