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Stelarc: o transumano que já teve três orelhas

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Stelarc, o nome que transcende a própria persona, é um artista australiano renomado por sua exploração pioneira da interseção entre o corpo humano e a tecnologia. Com uma carreira que abrange mais de quatro décadas, Stelarc tem sido uma figura seminal no mundo da arte contemporânea, desafiando os limites da identidade, da percepção e da corporeidade. Sua obra multifacetada e provocativa o tornou uma voz influente no debate sobre a relação entre humanos e máquinas, e sua busca incansável por um corpo expandido e melhorado o fez ganhar notoriedade internacional.

Nascido em 1946, na cidade de Limassol, em Chipre, Stelarc possui uma trajetória artística que é tão intrigante quanto sua obra. Após se mudar para a Austrália na infância, ele frequentou a Universidade de Nova Gales do Sul, onde estudou arte, filosofia e matemática. Essa combinação única de interesses se tornaria a base para sua abordagem experimental e interdisciplinar à arte.

Stelarc emergiu como um artista provocador na década de 1970, explorando temas de identidade, corpo e tecnologia. Suas primeiras performances, muitas vezes realizadas em locais públicos, eram destinadas a chocar e questionar as normas sociais. No entanto, foi sua busca por um corpo expandido que o destacou como uma figura singular no mundo da arte.

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O corpo humano sempre foi o foco central do trabalho de Stelarc, e ele o viu como uma tela em branco para experimentação. Uma das performances mais icônicas de Stelarc, intitulada “Third Ear” (Terceira Orelha), exemplifica seu desejo de transcender as limitações da anatomia humana. Nessa performance, ele teve uma orelha artificial implantada no antebraço esquerdo, conectada a um microfone e a uma câmera que transmitia o que a orelha “ouvia” para galerias de arte em todo o mundo. Essa experiência única explorou não apenas a ideia de um corpo modificado, mas também a interconexão entre o corpo e a tecnologia.

Stelarc também experimentou com exoesqueletos robóticos que ampliavam a capacidade de movimento e força do corpo humano. Sua série “Prosthetic Head” (Cabeça Protética) envolveu a criação de uma cabeça robótica com expressões faciais humanas realistas, controladas por sensores de movimento e som. Isso permitiu que os visitantes interagissem com a cabeça protética, explorando as fronteiras entre o humano e o artificial.

Além de suas performances visuais e interativas, Stelarc também é conhecido por suas palestras e escritos, nos quais explora as implicações filosóficas e éticas da tecnologia em nossa vida cotidiana. Ele desafia as noções convencionais de identidade, questionando até que ponto podemos alterar nossos corpos e mentes antes de perdermos nossa humanidade.

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Ao longo de sua carreira, Stelarc recebeu inúmeros prêmios e honrarias, incluindo o prestigioso Prêmio Ars Electronica Golden Nica, que reconhece realizações excepcionais na arte digital. Sua obra continua a inspirar artistas, cientistas e pensadores em todo o mundo, provocando reflexões sobre o futuro da humanidade em um mundo cada vez mais dominado pela tecnologia.

Stelarc é um artista visionário cujo trabalho desafia as fronteiras convencionais entre corpo, tecnologia e identidade. Sua busca por um corpo expandido e aprofundado o levou a experimentar com implantes, próteses e tecnologias avançadas, e sua influência na arte contemporânea é inegável. Stelarc permanece como uma figura icônica que nos lembra que, no século XXI, a linha entre o humano e o transumano está se tornando cada vez mais tênue, e as possibilidades para a evolução do corpo humano são tão infinitas quanto a imaginação.

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Última atualização da matéria foi há 1 ano


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