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Vargas, Orwell, ex-BBBs…

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Nem todo mundo tem tempo (ou estômago) para acompanhar o noticiário inteiro. É guerra lá fora, escândalo aqui dentro, político fazendo dancinha no TikTok e economista prometendo milagre com inflação alta. Enquanto isso, você tenta sobreviver à vida real. A gente entende.

Por isso nasceu o Condensado: uma dose diária de realidade em 6 tópicos, com informação quente, ironia fria e aquele comentário ácido que você gostaria de ter feito — mas estava ocupado demais trabalhando pra pagar o boleto.

Aqui não tem enrolação, manchete plantada ou isenção fake. Tem olho cirúrgico e língua solta. O que rolou (ou rolará) de mais relevante no Brasil e no mundo vem aqui espremido em 10 linhas (ou menos) por item. Porque o essencial cabe — e o supérfluo, a gente zoa.

Informação? Sim. Respeito à inteligência do leitor? Sempre. Paciência com absurdos? Zero.

Bem-vindo ao Condensado. Pode confiar: é notícia, com ranço editorial.

Globo ressuscita ex-BBBs e espalha casas de vidro pelo Brasil como quem abre filial de farmácia popular

O Brasil acordou com a notícia de que a Globo resolveu dar mais uma chance à sua galinha de ovos de ouro — o Big Brother Brasil — agora em versão reboot de gente que já foi confinada. Sim, ex-BBBs, aqueles personagens que jurávamos jamais rever fora de memes obscuros, estarão de volta no BBB26, previsto para janeiro. Como se não bastasse, haverá cinco casas de vidro — uma em cada região do país, para democratizar o espetáculo da humilhação pública. As celebridades seguem no cardápio, porque nada mais justo do que misturar aspirantes a famosos com quem já nasceu famoso, afinal, se a democracia brasileira está capenga, ao menos a da autopromoção segue firme. No fim, o programa é menos reality e mais laboratório de redes sociais: quem gritar mais alto, lacrar mais rápido e vender mais publi de xampu vegano ganha. Ou não.

Eduardo Bolsonaro e a arte de brincar de esconde-esconde com o STF: “procura-se nos EUA”

Alexandre de Moraes mandou a PGR se manifestar sobre pedidos de prisão contra Eduardo Bolsonaro, que, num rasgo de criatividade, decidiu fazer do exílio voluntário nos Estados Unidos um ato de resistência. O deputado, que foge de oficiais de Justiça como criança fugindo de banho, agora virou alvo de notificação por edital — sim, papel grudado em mural de repartição. Enquanto isso, parlamentares pedem sua prisão preventiva e cassação, lembrando que Eduardo segue atuando no exterior como se fosse influencer de golpe em tempo integral. O roteiro é tragicômico: filho de ex-presidente condenado, acusado de coação processual, transformando Miami em bunker de lives e churrascos. A história parece escrita por roteirista preguiçoso da HBO Max, mas, spoiler de novo: é só o Brasil sendo Brasil.

95 anos depois, a Revolução de 1930 continua como um remake malfeito da política brasileira

Em 03 de outubro de 1930, Getúlio Vargas iniciou a Revolução que derrubou a República Velha e inaugurou a tradição brasileira de resolver crises com jeitinho armado. Quase um século depois, a data soa como ironia histórica: mudam-se os nomes, mantêm-se os vícios. A revolução de Vargas prometia moralizar, modernizar e unificar um país dominado por oligarquias regionais. Resultado: criamos uma nova oligarquia, só que centralizada. Desde então, o Brasil tem seguido o manual: crises são estopins para reformas que sempre entregam menos do que prometem. Vargas ficou famoso como “pai dos pobres”, mas talvez fosse mais correto chamá-lo de “pai da nossa eterna adolescência política”. Afinal, 1930 nos ensinou que toda revolução no Brasil é, na verdade, um ensaio geral para o próximo improviso.

A revolução de Vargas prometia moralizar, modernizar e unificar o país (Foto: Wiki)
A revolução de Vargas prometia moralizar, modernizar e unificar o país (Foto: Wiki)

Orwell em Cannes: quando “2+2=5” não é metáfora, mas tutorial para tempos líquidos e governantes sólidos

Raoul Peck, sempre disposto a cutucar vespeiros, traz de volta Orwell em “2+2=5”, um documentário que nos esfrega na cara que o autor de 1984 não era só um pessimista rabugento, mas um visionário que sabia que a mentira institucionalizada é o lubrificante do poder. Com Damian Lewis emprestando a voz ao tuberculoso ermitão de Jura, o filme costura Orwell com Kundera, Snowden e até Elon Musk, como quem coloca vinho caro, energético e Red Bull na mesma taça. O paralelo é óbvio: regimes totalitários não precisam mais de tanques na rua, basta um algoritmo enviesado e um magnata com ego inflado. O documentário não é só denúncia, é quase um obituário do bom senso. Se 2+2 pode ser 5, amanhã o dólar pode ser 0,50 — desde que você esteja disposto a acreditar. Spoiler: muita gente já está.

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Lula promete para 2026: IR só acima de 5 mil, mas conta vem com rodapé de 25 bilhões

O governo aprovou na Câmara a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Lula comemorou como quem entrega promessa de campanha com dois anos de atraso, mas ao menos entregou. O detalhe é que a medida custa R$ 25,8 bilhões em 2026, o que não é exatamente troco de pinga. A compensação virá da tributação de lucros e dividendos — em tese, quem ganha acima de R$ 600 mil por ano paga a conta. Em tese. O discurso é de justiça tributária, mas a prática brasileira sempre dá um jeito de transformar justiça em jabuticaba. A unanimidade na Câmara soa até suspeita: quando todo mundo aplaude, é porque a conta virá mais salgada do que feijoada em rodízio de hotel. Lula, no entanto, crava: corrige-se uma injustiça histórica. Talvez. Mas, como ensinou Orwell, basta dizer três vezes e vira verdade.

Do Outubro Rosa ao Protocolo Global para Mulheres: governo tenta colorir um planeta em chamas

A ministra Marcia Lopes resolveu jogar alto: levará à COP30, em Belém, a proposta de um Protocolo Internacional de Atendimento às Mulheres em Desastres Climáticos. Porque, convenhamos, se o apocalipse vem de enchente ou queimadas, as primeiras a sofrerem são elas. A ideia soa justa, mas também é sintoma: até o colapso ambiental virou pauta de gênero. Além disso, o governo ampliou a faixa de acesso gratuito à mamografia pelo SUS para mulheres de 40 a 49 anos, numa tentativa de mostrar que ainda existe Estado além das dívidas. Entre licença-maternidade esticada e lei de igualdade salarial ignorada por empresas, a ministra pinta um quadro ambicioso: transformar tragédia em protocolo e desigualdade em PDF. A dúvida é se, diante do caos climático e empresarial, os protocolos vão além do papel.

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