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Azul, SpaceShipOne, STF…

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Nem todo mundo tem tempo (ou estômago) para acompanhar o noticiário inteiro. É guerra lá fora, escândalo aqui dentro, político fazendo dancinha no TikTok e economista prometendo milagre com inflação alta. Enquanto isso, você tenta sobreviver à vida real. A gente entende.

Por isso nasceu o Condensado: uma dose diária de realidade em 6 tópicos, com informação quente, ironia fria e aquele comentário ácido que você gostaria de ter feito — mas estava ocupado demais trabalhando pra pagar o boleto.

Aqui não tem enrolação, manchete plantada ou isenção fake. Tem olho cirúrgico e língua solta. O que rolou (ou rolará) de mais relevante no Brasil e no mundo vem aqui espremido em 10 linhas (ou menos) por item. Porque o essencial cabe — e o supérfluo, a gente zoa.

Informação? Sim. Respeito à inteligência do leitor? Sempre. Paciência com absurdos? Zero.

Bem-vindo ao Condensado. Pode confiar: é notícia, com ranço editorial.

Azul pede mais US$ 350 milhões aos credores e descobre que voar é fácil, difícil é pagar a conta do combustível, do avião e da pizza do piloto

A Azul continua a versão aérea da famosa frase: “devendo é que se vive melhor”. Em plena recuperação judicial nos Estados Unidos, a companhia agora corre atrás de mais US$ 350 milhões até 9 de julho, quando terá nova audiência na Corte de Falências de Nova York. Essa bolada faz parte do pacote de US$ 1,6 bilhão combinado com credores, incluindo os bondholders (aqueles investidores que fingem que gostam de risco) e a Aeracap, gigante irlandesa que detém 60% dos aviões que a Azul ainda consegue decolar. A primeira parte já foi para os cofres: US$ 250 milhões, aquele “pix” salvador. Na prática, a Azul virou uma startup da aviação: queima caixa, promete mundos e fundos e torce por uma rodada nova de financiamento. Só falta agora fazer campanha em plataforma de crowdfunding, com recompensa do tipo “apoie com R$ 1.000 e ganhe um pão de queijo gourmet servido por um comissário simpático”.

A aérea Azul corre atrás de mais US$ 350 milhões até 9 de julho (Foto: InvestNews)
A aérea Azul corre atrás de mais US$ 350 milhões até 9 de julho (Foto: InvestNews)

Pit premium, superpremium, master ultra platinum pit: a indústria musical cria novos nomes para arrancar até a moedinha esquecida no bolso do fã

O capitalismo musical resolveu que o brasileiro não estava pagando o suficiente para ver seu ídolo de perto. Agora inventaram o pit: um cercadinho ainda mais exclusivo, mais caro, mais humilhante, mais tudo, para quem quer chegar perto do palco, mas não o suficiente para ser confundido com um roadie. Katy Perry e Guns N’ Roses já aderiram. Só que o pit não vem só com música: é uma experiência “imersiva”. Tradução? Você paga até R$ 2.500 para suar no cotovelo do segurança, ganhar um crachá cafona e talvez uma latinha morna de energético. O preço do pit nos shows da Katy, por exemplo, custa R$ 550 a mais que a pista premium. E assim seguimos: pagamos caro por menos, mas com nome bonito. Daqui a pouco vai surgir o “pit metaverso holográfico NFT edition” e as pessoas vão pagar R$ 5 mil por um holograma do baterista fazendo sinal de paz e amor.

Há 21 anos, a SpaceShipOne chegava ao espaço e provava que bilionário sempre quis mesmo é brincar de Buzz Lightyear na hora do recreio

Em 21 de junho de 2004, a SpaceShipOne se tornou a primeira nave espacial privada a dar um rasante fora da atmosfera, inaugurando a era do “turismo espacial para ricos entediados”. Na época, parecia uma revolução; hoje, virou mais um clube fechado. A corrida começou ali: enquanto a NASA enfrentava cortes e problemas no cronograma, uma turma de endinheirados decidiu que não precisava esperar pelo governo para dar um rolê orbital. Essa brincadeira custou caro e virou um passatempo para milionários: de Jeff Bezos a Elon Musk, todos se achando personagens da Enterprise. O legado da SpaceShipOne não foi democratizar o espaço, mas sim inaugurar a era do foguete privatizado, onde até os ETs devem estar cobrando taxa de estacionamento. O espaço virou um condomínio de luxo com taxa extra por metro cúbico pressurizado.

PT cogita sacrificar candidatos próprios em 2026 e Lula redescobre o xadrez político jogando dama com as peças derrubadas

O PT está de olho na eleição de 2026 e, num raro momento de pragmatismo, já admite: talvez seja melhor apoiar os outros do que perder bonito com os seus. A meta da vez é o Senado, que historicamente dá mais dor de cabeça do que apoio ao Planalto. Com a oposição batendo bumbo e a esquerda rachando mais do que tampa de panela velha, o partido pode abrir mão de nomes próprios para fortalecer a tal “base aliada” — essa entidade abstrata que promete apoio, mas some no primeiro barulho de panela na rua. O PT sabe que precisa de maioria na Casa Alta se quiser governar sem gambiarras e chantagens. No fundo, é como admitir que o churrasco vai ser na casa do vizinho: não tem carne, não tem carvão, mas pelo menos leva a farofa e tenta agradar na conversa.

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STF cria segurança vitalícia para ex-ministros e oficializa: quem julga os outros não gosta de enfrentar fila no banco sozinho

O Supremo Tribunal Federal decidiu, por maioria, que ministros aposentados agora terão direito a segurança vitalícia. Antes, era segurança por 36 meses após aposentadoria — um prazo honesto para quem já julgou meia Constituição e passou recibo em polêmica semanal. Agora, segurança eterna. A justificativa oficial é o aumento das ameaças contra os membros da Corte nos últimos anos. A justificativa real? Ninguém gosta de ser reconhecido no supermercado pela velhinha da fila do pão perguntando sobre aquela decisão mal explicada. Quem puxou a fila foi Marco Aurélio Mello, que decidiu que aposentadoria sem segurança é pouco para quem já passou a vida decidindo sobre a vida dos outros. No fundo, o Brasil inteiro queria esse benefício: segurança vitalícia para quem já trabalhou a vida toda. Mas por enquanto, só para quem usou toga.

Nova regra obriga empresas contratadas pelo governo a reservar vagas para mulheres vítimas de violência e cria um mínimo de justiça dentro da burocracia

No meio de tanta papelada e decreto que ninguém lê, uma boa notícia: o Governo Federal determinou que, em contratações públicas, pelo menos 8% das vagas devem ser destinadas a mulheres vítimas de violência doméstica. A medida inclui mulheres trans, travestis e todas as identidades protegidas pela Lei Maria da Penha. Prioridade para mulheres pretas e pardas, respeitando a distribuição populacional. E o melhor: a burocracia não pode exigir comprovação da violência sofrida, porque exigir documento de dor é a perversidade máxima que o Brasil adora praticar. O caminho será via indicação de entidades e organizações que cuidam de políticas para vítimas. O Ministério das Mulheres e o Ministério da Gestão devem cuidar disso. É pouco perto do tamanho do problema? É. Mas no país em que até reservar vaga para idoso gera reclamação, 8% já é uma revolução disfarçada de rodapé de decreto.

Azul consegue linha emergencial de US$ 250 milhões e segue plano de recuperação judicial

Mais caro que pista premium: o novo setor à venda em shows no Brasil

SpaceShipOne em festa

Lula diz que se for candidato em 2026 será “para ganhar”

Por unanimidade, STF concede segurança vitalícia a ex-ministros

Novo decreto reforça equidade de gênero em contratos públicos e amplia vagas para mulheres vítimas de violência


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