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Carol Gay está criando sempre para as pessoas

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Carol Gay é formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Mackenzie em 2000. Cursou Linguagem pessoal com o artista plástico Silvio Dworecki (1994 -1997); participou do workshop “A Construção do Objeto”, no MuBE, com os designers Fernando e Humberto Campana (1999 a 2000); cursou workshop de Escultura na FAAP, com o artista grego Nicolas Vlavianos em 2005 e workshop de iluminação no SENAC, com o designer alemão Tobias Reischle em 2005. Trabalhou como designer na Tok&Stok de 2002 a 2004. Ministrou workshops na Universidade La Sapienza em Roma, Itália, no MuBe – Museu Brasileiro da Escultura- e no I.E.D. – Istituto Europeo di Design – em São Paulo. Participa de exposições no Brasil, EUA, Europa e Ásia desde 2000. Possui publicações em diversos livros, sendo as últimas publicações da trendsetter Li Edelkoort, Bloom Brasil – Saboroso e Móvel Moderno no Brasil de Maria Cecília Loschiavo dos Santos. Em 2014 entrou para o grupo de design (IN)Vasão. Atualmente trabalha como designer e arquiteta em seu atelier em São Paulo. “Adorava criar. Estudei arquitetura e no final da faculdade senti falta de poder criar com mais liberdade. Foi então que um amigo me chamou para fazer o curso com os irmãos Campana no MuBe em 1999. Conhecer o Fernando, o Humberto e sua forma de pensar, fez toda a diferença na minha carreira, onde descobri que o design seria meu caminho”, afirma.

Carol, o que o design deve ter além de forma e função?

Acredito que a criação deve existir através de uma história. Seja ela uma memória afetiva, uma vivência, cultura, algo que envolva o espectador, que emocione.

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Em que momento de sua carreira você acredita ter encontrado o seu diferencial?

Desde pequena gostava de subverter as coisas. Criava móveis para minhas bonecas com caixas de remédios que meus pais médicos tinham em casa. Adorava criar. Estudei arquitetura e no final da faculdade senti falta de poder criar com mais liberdade. Foi então que um amigo me chamou para fazer o curso com os irmãos Campana no MuBe em 1999. Conhecer o Fernando, o Humberto e sua forma de pensar, fez toda a diferença na minha carreira, onde descobri que o design seria meu caminho.

Quais obstáculos devem ser removidos para encontrar esse diferencial?

Acredito que estar aberto a novas experiências e buscar sempre a realização naquilo que você faz. Se você está feliz é porque encontrou seu caminho!

Como as reflexões internas e as observações externas são fundamentais em seu ofício?

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Vivo me questionando quando estou criando, ouvindo minhas emoções. De olhos atentos a tudo que me cerca e me inspira. Acredito que a criação é de dentro para fora, para o mundo.

Liberdade criativa no seu trabalho é um pilar importante?

Totalmente!

Você já afirmou que a cidade de São Paulo lhe instiga. Essa instigação é o oxigênio das suas criações?

A vivência em São Paulo, onde nasci, é muito inspiradora. Mas também gosto de viajar pelo Brasil e pelo mundo. Os materiais e formas que encontro no caminho e fazem parte da minha história sempre vem à tona.

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Por que levantar questões de reaproveitamento é tão importante para você?

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Prefiro criar produtos com materiais que tenham duração longa, sejam recicláveis, naturais ou já existentes. Temos que ajudar o planeta, se cada um fizer sua parte, vamos conseguir.

Criações devem ter mais pontos finais, interrogações ou exclamações?

Prefiro que tenham três pontos. Quando você cria, não cria para si mesmo, mas sim para as pessoas. E cada pessoa tem uma vivência e vai se relacionar com seu produto de uma forma. Então três pontos dá essa abertura para a continuação…

Em qual de suas criações esses aspectos foram encontrados?

A linha que desenvolvi com cristais ou o amplificador de som. Os dois lancei na feira MADE e foi muito interessante ver como esses materiais e objetos, despertavam diferentes emoções nas pessoas.

Você já afirmou que impostos, custos e burocracias são os maiores desafios de comercializar os seus trabalhos no Brasil. Como driblar esses percalços?

Não dá para driblar, pois, eles existem e encarecem bastante o custo final. O que dá para fazer é buscar fornecedores e parceiros que entendam que se trabalharmos juntos, conseguiremos preços competitivos.

Mesa Cobre, Poltrona NoAr, Chaise Cinto… O que é fundamental para continuar criando peças que sejam tão singulares e atemporais como essas?

É sempre difícil criar a próxima coleção. Mas vivo em busca das minhas referências, sempre atenta a olhar tudo como se fosse pela primeira vez. Cito aqui o parágrafo do texto “Vista Cansada” de Otto Lara Resende: “Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.”

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Última atualização da matéria foi há 2 anos


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