Do lado de lá com Gregório de Matos
Gregório de Matos e Guerra nasceu em Salvador, na Bahia, em 1636, em uma família abastada de origem portuguesa. Estudou em colégios jesuítas e depois seguiu para Coimbra, em Portugal, onde se formou em Direito. Viveu parte de sua juventude na Europa, mas retornou ao Brasil já adulto, atuando como advogado. Conhecido por seu gênio mordaz e sua poesia satírica, ficou popularmente conhecido como “Boca do Inferno”. Criticava com veemência a corrupção do clero, da nobreza e da sociedade colonial baiana, o que lhe trouxe inúmeros inimigos. Sua obra também inclui poesias líricas, religiosas e eróticas, com grande domínio da forma barroca. Por causa de suas sátiras, foi exilado para Angola e, depois, para Recife. Viveu os últimos anos em relativa pobreza e esquecimento. Morreu em 1696, no Recife, aos 60 anos. Sua obra só foi amplamente publicada postumamente. Tornou-se um dos principais representantes do Barroco literário no Brasil. Sua poesia mistura erudição, sarcasmo e crítica social afiada. Apesar de viver no período colonial, é lembrado como uma voz ousada e insubmissa. É figura central na história da literatura brasileira.
12 frases marcantes de Gregório de Matos:
“A cada canto um grande conselheiro / que nos quer governar cabana e vinha, / não sabem governar sua cozinha / e podem governar o mundo inteiro.”
“Triste Bahia! Ó quão dessemelhante / estás e estou do nosso antigo estado!”
“Eu sou aquele que a boca vil calou / o peito audaz, que nunca se humilhou.”
“Quem faz versos por dinheiro / vende a alma sem saber.”
“Que falta nesta cidade?… Verdade. / Que mais por sua desonra?… Honra.”
“O padre faz oração / com o olho na doação.”

“Com seus olhos me assassinou, / e com sua honra me enterrou.”
“Do pó viemos, ao pó tornaremos, / mas que ao menos o pó valha a pena.”
“Na Bahia não há mais que ladrões / desde o Bispo aos sacristões.”
“Senhor, eu vos ofendi, / e não posso negar tal culpa minha.”
“Amar a Deus sobre todas as cousas / é, das cousas, a mais custosa.”
“Mundo, és mais falso que amante jurando eterno amor.”
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Frederic Chaz assina a seção Vozes do Tempo do Panorama Mercantil. Estudioso do processo metafísico e mediúnico, ele conduz o leitor por trilhas sensoriais entre o visível e o invisível, investigando as frestas do tempo e da consciência. Seus textos ressoam como ecos de outras dimensões — ora sussurrando mistérios, ora lançando luz sobre o enigma humano. Em um portal dedicado à profundidade e à densidade informativa, sua escrita atua como um sismógrafo do espírito, captando vibrações sutis que escapam aos olhos apressados.
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