Foodtech de assinaturas de alimentos progride
Antes de cofundar a Diferente, o empreendedor Eduardo Petrelli foi um dos responsáveis pela criação do aplicativo James Delivery. Além disso, liderou projetos no Grupo Pão de Açúcar, onde identificou o problema do desperdício de itens perecíveis nas gôndolas do varejo tradicional e se inspirou para criar a Diferente. É formado em Engenharia de Produção pela Universidade Católica do Paraná e pós-graduado em Business e Finance pela Universidade de Berkeley (EUA). A Diferente é a principal foodtech de assinatura de alimentos orgânicos do Brasil. A marca trabalha diretamente com agricultores para resgatar frutas, verduras, temperos e legumes orgânicos que, de outra forma, poderiam ser desperdiçados e depois os entrega em cestas com preços até 40% mais baratos em relação aos mercados tradicionais. Além do seu impacto social e sustentável, a Diferente tem como propósito proporcionar uma alimentação saudável e acessível a todos os brasileiros. Lançada no início de 2022, a foodtech já captou R$24 milhões e projeta forte expansão nacional nos próximos anos. “Comida é uma necessidade básica, e sua produção ainda é feita de uma maneira muito similar às últimas centenas de anos, sendo assim uma área de muita oportunidade, crescimento e desenvolvimento. O fato de podermos oferecer produtos de qualidade ao consumidor, os quais passam por uma cadeia produtiva sustentável e eficiente em todos os pontos”, diz Eduardo Petrelli.
Eduardo, as foodtechs vieram para ficar?
Com certeza, o mercado de alimentos – especialmente quando falamos do Brasil – é complexo e possui diversas ineficiências, com isso existem muitas oportunidades de utilizarmos a tecnologia para solucioná-las e, também, trazer melhorias e benefícios para o segmento e o consumidor final. Aqui, na Diferente, a tecnologia é primordial para equilibrar de maneira mais eficiente o lado da oferta e da produção de itens extremamente perecíveis, diminuindo assim o desperdício e otimizando os custos da cadeia. Dessa forma, conseguimos oferecer alimentos orgânicos certificados a um preço até 40% mais barato que a concorrência.
O que mais lhe fascina nessa nova forma de produzir e consumir alimentos?
Comida é uma necessidade básica, e sua produção ainda é feita de uma maneira muito similar às últimas centenas de anos, sendo assim uma área de muita oportunidade, crescimento e desenvolvimento. O fato de podermos oferecer produtos de qualidade ao consumidor, os quais passam por uma cadeia produtiva sustentável e eficiente em todos os pontos, é o que me fascina e faz querer fazer diferente, todos os dias. Na Diferente isso fica muito claro: ao mesmo tempo, em que levamos mais produtividade e lucratividade para o produtor, conseguimos também oferecer cestas de vegetais orgânicos acessíveis enquanto respeitamos o meio ambiente e trazemos mais a ele.
Como as foodtechs podem romper o desafio de alimentar bilhões de pessoas num mundo que desperdiça muitos alimentos?
A Diferente nasceu com esta missão – de democratizar o acesso à alimentação saudável enquanto combate o desperdício de comida no planeta. Nossa operação, porém, auxilia e impulsiona somente uma etapa da cadeia alimentar – do produtor até o consumidor. Algumas foodtechs trabalham em torno do desperdício de comida em restaurantes, supermercados e nas casas das pessoas, por exemplo. O principal fator, neste cenário, é chamar a atenção da população em torno desses temas, educá-los em relação a isso e oferecer soluções mais conscientes e acessíveis.
Acredita que as foodtechs exercem um caráter de responsabilidade social aliada ao mundo dos negócios?
Atualmente, cada vez mais os investidores, colaboradores e consumidores estão de olho (e cobrando!) no impacto e valores das empresas de maneira geral. As foodtechs, com certeza, fazem parte disso, tanto por serem empresas novas que usam tecnologia para otimizar e alavancar seus negócios, como também por estar relacionado ao que colocamos no prato de milhares de pessoas. Dessa forma, vejo cada vez mais a importância de criarmos culturas organizacionais e desenvolvermos produtos/serviços que façam a diferença mesmo no meio ambiente, na sociedade e na forma como governamos de maneira geral.
Como surge a Diferente nesse cenário?
Trabalhava no setor de supermercado online há alguns anos, mas sempre fiquei surpreso por não conseguir comprar itens extremamente frescos, com bons preços, e receber em casa de maneira recorrente. A maioria da minha compra semanal é igual todas as semanas, por isso, juntamente aos Co-Founders Paulo Monçores e Saulo Marti, começamos a estudar as ineficiências da cadeia de FLV (Frutas, Legumes e Verduras) onde nos deparamos com uma cadeia extremamente fragmentada, com padrões estéticos desnecessários e um volume monstruoso de desperdício. Tal fato nos impactou de uma maneira que nos deu a energia para começar algo totalmente diferente do que existia no nosso mercado, trazendo um impacto real na vida de toda a cadeia produtiva de orgânicos. E assim nasceu a Diferente, um hortifruti online que entrega cestas de alimentos orgânicos na casa do consumidor, sempre que ele quiser e com frete grátis. Os vegetais são colhidos 2-3 dias antes da entrega, respeitando a sazonalidade e resgatando itens “fora do padrão” de mercados tradicionais, que iriam pra lata do lixo pura e simplesmente por não caberem nas embalagens, por terem pequenos machucados, ou ainda, por terem uma colheita abundante.
No que a empresa vem agindo para ser realmente diferente no setor?
Nascemos para ser e fazer diferente, como nosso próprio nome diz. Desde o início, temos um time dedicado a ações de impacto ASG (ambiental, social e de governança), além de construirmos nossos valores, missão e visão em cima do que realmente acreditamos pra empresa e pro nosso futuro. Algumas iniciativas para exemplificar nossas iniciativas na Diferente:
Certificações: Orgânico, IBD, EuReciclo, Empresa B.
Veículos elétricos: parte da nossa entrega já é feita com veículos que não emitem carbono.
Produção rural: além de impulsionar a renda dos produtores rurais, também, fomentamos um aumento de produtividade no setor.
Diversidade no time: montar um time plural, em especial os cargos de liderança que já são compostos por 54% de mulheres.
Como funciona a operação de uma foodtech de assinaturas de alimentos, na prática?
Como parte da nossa missão é diminuir o desperdício de alimentos, trabalhamos sempre para que tenhamos zero alimentos desperdiçados no nosso Centro de Distribuição. Dessa forma, fazemos a compra dos vegetais a partir da quantidade de cestas entregues a cada dia/semana. Para isso, liberamos a encomenda de pedidos somente até 04 dias antes da entrega para que:
D-3: fechemos a compra com nossos fornecedores.
D-2: itens são colhidos e entregues no nosso Centro de Distribuição.
D-1: montagem de cestas.
D0: entrega de cestas de alimentos fresquinhos & sem frescura na casa das pessoas.
Em relação ao preço oferecido, buscamos sempre as melhores oportunidades de alimentos sazonais e orgânicos dos mais de 01 mil fornecedores que temos mapeados no país.
A expansão nacional da foodtech acontecerá nos próximos anos?
Definitivamente. Temos parte do time já estudando próximos passos e cidades focos para os próximos meses e anos. Há 2 meses, passamos a entregar na região ABCD da Grande São Paulo e, no dia 19 de outubro, passamos a entregar também na região oeste, em cidades como: Itapevi, Jandira, Carapicuíba, Osasco, Barueri e Santa de Parnaíba. No final do mês, expandimos ainda mais. Para 2023, o objetivo é ir para as maiores cidades e suas regiões metropolitanas do país.
Por onde você acredita que passará essa expansão?
A princípio, essa expansão acontece em cidades do Estado de São Paulo mas, já estamos testando operações em outros estados também. A ideia é estar em todo o Brasil, mirando a América Latina a longo prazo.
O que a Diferente ainda espera para o ano de 2022?
Esperamos continuar nos consolidando nas cidades que fazemos entrega atualmente, com uma qualidade e uma experiência diferenciada. Além, é claro, de oferecer novos produtos para o consumidor – que já estamos trabalhando e, em breve, teremos novidades.
Última atualização da matéria foi há 2 anos
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