Geração Z afasta-se de todos fanatismos
Se no passado o pertencimento a partidos, clubes de futebol ou religiões era um marcador de identidade coletiva, para a Geração Z esses vínculos se tornaram mais fluidos. Nascidos entre 1995 e 2010, os jovens dessa geração se conectam mais a causas do que a instituições. Essa mudança está, inclusive, redefinindo o que significa ter fé, ser torcedor ou ser eleitor.E quando dão crédito a um CNPJ, antes querem saber quem são as lideranças.
A Geração Z não se engaja em fanatismos partidários como as gerações anteriores. Prefere se mobilizar por causas específicas, como clima, igualdade racial, diversidade de gênero, proteção de minorias, em vez de aderir cegamente a siglas. Essa postura não significa apatia política, mas rejeição ao radicalismo. Eles rejeitam a ideia de “torcer” por partidos da mesma forma que se torce por times de futebol.
A religião perde espaço entre a Geração Z. No Brasil, pesquisas apontam crescimento de evangélicos sem filiação denominacional e de jovens que preferem se identificar apenas como “espirituais”. Isso não significa ausência de fé. O que se observa é a busca por espiritualidade personalizada, fora de dogmas rígidos. Em vez de abraçar instituições tradicionais, a Geração Z combina práticas, crenças e filosofias em um ecletismo espiritual que foge do fanatismo religioso.
O futebol, tradicional espaço de rivalidades extremas, também vive transformações. A Geração Z acompanha o esporte mais pelo entretenimento do que pela lealdade incondicional a clubes. Se antes era comum herdar a camisa de um clube como legado familiar, hoje muitos jovens transitam entre ligas, times e até esportes diferentes. O fanatismo, que gera violência e intolerância entre torcidas, perde força diante de uma relação mais crítica e globalizada com o esporte.

Três fatores principais explicam essa mudança:
Hiperconectividade: o acesso a múltiplas vozes e fontes de informação quebrou monopólios narrativos de partidos, igrejas e clubes.
Educação crítica: a Geração Z foi criada com mais estímulo ao questionamento e menos aceitação de verdades absolutas impostas por pais, professores, religiões, celebridades e mídias convencionais.
Valorização da autenticidade: jovens preferem escolhas alinhadas a valores pessoais do que adesão cega a instituições ou doutrinações.
A Geração Z não abandonou a política, a fé ou o esporte. O que abandonou foi a postura de “seguidor sem informação”. Em vez de idolatrar partidos, líderes religiosos ou times de futebol, esses jovens preferem analisar, questionar e se conectar a causas que representam seus valores.

Isso representa um desafio para instituições tradicionais, que precisam se reinventar para conquistar a lealdade de uma geração menos propensa a fanatismos e mais exigente quanto à coerência. No fim, o afastamento da Geração Z mostra que pertencimento pode existir sem idolatria e que inclusão e diversidade não combinam com radicalismo.
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Palestrante referência em Comunicação Multigeracional e o Futuro do Trabalho, sendo estrategista de marca pessoal, referência nacional e com experiência em projetar marcas pessoais de profissionais de sucesso de quatro continentes, além de marcas corporativas. É Doutor com foco em influência digital, escritor Best-Seller, conselheiro de empresas, vencedor de prêmios, além de colunista e consultado por diversas mídias de renome nacional. É o maior formador de LinkedIn Top Voices e Creators no Brasil, trabalhou em diversos lugares pelo mundo e é considerado o profissional de confiança de vários executivos, empresários e board members no país.




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