Impostômetro: R$1 trilhão pago em 2024
IPTU, IPVA, IRPF, ITBI, ITCMD. O sistema tributário abrange diversos nomes e siglas que podem deixar muitos brasileiros confusos. Para fazer com que a população tenha conhecimento do montante de impostos e taxas pagos, o impostômetro divulga em tempo real a quantia arrecadada no ano por estados, municípios e pela União ‒ no momento do fechamento desta matéria, o total de 2024 já ultrapassa a marca de R$1 trilhão.
Origem e funcionamento do Impostômetro
Criado em 2005 pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o impostômetro é um painel eletrônico localizado no centro histórico da capital paulista. Também é possível acompanhar a contagem da arrecadação tributária pela internet. Para chegar aos números, a ferramenta usa diferentes bases de dados, incluindo informações da Receita Federal, da Caixa Econômica Federal e dos tribunais de contas.
Transparência e conscientização financeira
“O impostômetro serve como um lembrete constante do impacto dos tributos na vida cotidiana dos brasileiros. Por meio dessa ferramenta, cidadãos e empresários podem visualizar não apenas a magnitude dos recursos coletados, mas também refletir sobre a qualidade dos serviços públicos oferecidos em contrapartida”, afirma Roger Mitchel, diretor da Contabilidade Internacional, escritório jurídico e contábil.
Impacto e necessidade de melhorias
Dessa forma, Mitchel considera que o impostômetro, além de cumprir um papel de transparência, fomenta o debate sobre a necessidade de melhorias em áreas como educação, saúde, segurança e infraestrutura.
Carga tributária e desafios
Em 2023, a carga tributária do governo federal, dos estaduais e municipais chegou a R$ 3,52 trilhões, o equivalente a 32,44% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. A informação consta em uma pesquisa da Secretaria do Tesouro Nacional.
“O Brasil se caracteriza por uma das cargas tributárias mais elevadas entre os países emergentes, o que levanta questionamentos sobre a eficiência e a justiça de seu sistema tributário”, analisa Mitchel.
Reforma Tributária: uma necessidade
Para ele, outro ponto problemático está no “peso dos impostos sobre o consumo, que são indiretos e aplicados igualmente a todos, independentemente da renda”. Assim, o especialista aponta que as pessoas de baixa renda acabam comprometendo uma porcentagem maior dos seus ganhos com impostos do que os indivíduos de elevado poder aquisitivo.
Mudanças e perspectivas
Em dezembro de 2023, foi promulgada a reforma tributária com o objetivo de corrigir distorções e modernizar o sistema brasileiro. Entre as mudanças, estão a substituição de cinco tributos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) por um imposto de valor agregado (IVA). Este é composto pela contribuição sobre bens e serviços (CBS) e pelo imposto sobre bens e serviços (IBS), como explica um documento do Ministério da Fazenda.
Participação da sociedade na Reforma Tributária
Mitchel afirma, no entanto, que a busca por um sistema tributário mais eficiente não se encerra na aprovação da reforma. “Outro componente essencial para o futuro da tributação no Brasil é a participação ativa da sociedade. A reforma tributária deve ser vista não apenas como um projeto do governo ou do Congresso, mas como um processo democrático que requer o envolvimento de todos os setores. Caso contrário, os ricos se protegem com offshores e holdings, enquanto o pobre paga a maior conta”, finaliza, destacando a importância do engajamento da população em discussões e troca de informações sobre o assunto.
Fundada em 2012 por um grupo de empreendedores, a agência de notícias corporativas Dino foi criada com a missão de democratizar a distribuição de conteúdo informativo e de credibilidade nos maiores portais do Brasil. Em 2021, foi considerado uma das melhores empresas para se trabalhar.
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