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László Krasznahorkai, Bonaparte, CNH…

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Nem todo mundo tem tempo (ou estômago) para acompanhar o noticiário inteiro. É guerra lá fora, escândalo aqui dentro, político fazendo dancinha no TikTok e economista prometendo milagre com inflação alta. Enquanto isso, você tenta sobreviver à vida real. A gente entende.

Por isso nasceu o Condensado: uma dose diária de realidade em 6 tópicos, com informação quente, ironia fria e aquele comentário ácido que você gostaria de ter feito — mas estava ocupado demais trabalhando pra pagar o boleto.

Aqui não tem enrolação, manchete plantada ou isenção fake. Tem olho cirúrgico e língua solta. O que rolou (ou rolará) de mais relevante no Brasil e no mundo vem aqui espremido em 10 linhas (ou menos) por item. Porque o essencial cabe — e o supérfluo, a gente zoa.

Informação? Sim. Respeito à inteligência do leitor? Sempre. Paciência com absurdos? Zero.

Bem-vindo ao Condensado. Pode confiar: é notícia, com ranço editorial.

Toni Garrido, Cidade Negra e a grandeza de um menino, de uma menina, ou de todo mundo que se ofende fácil demais

Toni Garrido quis modernizar Girassol, a música que embala gerações, trocando a “grandeza de um menino” pela “grandeza de uma menina”. A intenção era louvável: homenagear mulheres. O resultado? Uma tempestade digital, com gente defendendo que a letra nunca foi machista e outros celebrando a atualização poética. Em apresentação no festival Clássicos do Brasil, o vocalista cantou ambos os versos, como se dissesse: “Escolha seu lado, mas ouça a melodia”. Garrido explicou nas redes que tudo não passava de uma homenagem e uma reflexão sobre a sensibilidade feminina na formação de um homem. Ou seja: depois de 25 anos, ele finalmente teve um estalo — ou talvez um susto com a hashtag trending do dia. Moral da história: no Brasil de 2025, até as letras que falam de amor viram campo de batalha semântica.

Lula, Centrão e o pente-fino: exonerando amigos, testando alianças e redistribuindo ressentimentos com classe

Após a derrota na Câmara com a MP que mexeria no IOF, o Governo Lula decidiu aplicar um pente-fino nas indicações do Centrão. Superintendências e cargos de segundo escalão viraram reféns da retaliação. A lista de exonerados é extensa: Caixa, Codevasf, Iphan, Dnit e Ministério da Agricultura receberam um toque de distanciamento político. O PSD, União Brasil e PL sentiram o gosto da punição administrativa — embora Lira, da Caixa, tenha escapado da faxina. O Governo argumenta que a medida visa “equilibrar” a base; opositores veem oportunismo político. Mas o certo mesmo é que, entre exonerações, recomposição de alianças e retaliações sutis, o Brasil percebeu mais uma vez que a política é como novela com episódios extras, cliffhangers e muita edição de bastidores.

Napoleão Bonaparte e o turismo forçado: quando ser exilado é o primeiro ato de social distancing da História

No dia 15 de outubro de 1815, Napoleão Bonaparte foi gentilmente convidado a mudar-se para a ilha de Santa Helena — ou seja, exilado com pompa e circunstância. Um final digno para quem tentou redesenhar a Europa e falhou repetidamente. A ironia histórica é deliciosa: enquanto ele arquitetava batalhas e estratégias, o destino reservou-lhe o turismo involuntário em meio a pedras e mares revoltos. Em resumo, um aviso histórico: quem ambiciona demais, às vezes acaba escrevendo cartas para ninguém ler e refletindo sobre o significado da palavra “liberdade” em ilhas remotas.

No então dia 15 de outubro de 1815, Bonaparte foi convidado a retirar-se (Foto: Orzyla)
No então dia 15 de outubro de 1815, Bonaparte foi convidado a retirar-se (Foto: Orzyla)

László Krasznahorkai, fascistas e a infância: quando mentir é arte e o Nobel lembra que todos nós tivemos um brinquedo preferido

O húngaro László Krasznahorkai finalmente levou o Nobel de Literatura para casa, provando que o mundo aprecia tanto a erudição quanto a paciência para ler frases que mais parecem labirintos. Em A paixão pela mentira, publicado em julho pela Todavia, ele mergulha na gênese psicológica do fascismo, sugerindo que a semente do totalitarismo germina nos primeiros anos de vida. Segundo Krasznahorkai, a fé intolerante, o prazer de transformar o diferente em inimigo e a mania de distorcer a verdade começam cedo — e quem diria que o colegial de alguns tiranos poderia render tanto conteúdo literário? A obra, sombria e perturbadora, parece sussurrar que muita gente por aí só precisava de um livro ao invés de uma coroa ou poder absoluto. Ao fim, a lição é simples e cruel: observe as crianças; nelas estão os futuros déspotas e, eventualmente, os best-sellers sobre como eles pensam.

Leia ou ouça também:  Dexter, Tarifa social, Massacre...

CNH sem autoescola: liberdade para aprender, economia para o bolso e medo de adultos em formação no volante

O projeto da CNH sem autoescola já recebeu mais de 16.400 contribuições, mostrando que brasileiros adoram opinar sobre burocracia. A promessa: redução de até 80% no custo da carteira e a possibilidade de estudar online, presencialmente ou com mistura de jeitinhos criativos. Aula prática opcional, prova teórica flexível e exames médicos continuam, porque segurança é sagrada — mesmo que a economia seja tentadora. Em outras palavras, o cidadão ganha autonomia, os Detrans ganham filas digitais, e os instrutores de autoescola podem sentir uma pontada de nostalgia ou pânico. É a revolução do trânsito 2.0: cada um no volante, cada um no controle, e todo mundo rezando para que os outros realmente leiam o manual antes de ligar o carro.

Trump, Milei e a ajuda americana: caridade condicionada, diplomacia performática e a arte de salvar aliados sem perder o protagonismo

Donald Trump recebeu Javier Milei na Casa Branca após conceder US$ 20 bilhões de auxílio à Argentina. Entre um café e outro, o magnata declarou que só ajuda se Milei vencer as eleições — ou seja, generosidade com cláusula de performance. Trump ainda deu aula de geopolítica simplificada: nada de China, cuidado com os BRICs e lembre-se, amigo, que tudo se resume a dólar. O encontro é um exemplo perfeito da diplomacia moderna: ajuda condicional, interesses próprios em primeiro lugar e um show midiático que faria Napoleão rir do próprio exílio. Para Milei, um respiro financeiro e político; para os críticos americanos, a certeza de que Washington sabe ser protagonista e drama queen ao mesmo tempo.

Toni Garrido, Cidade Negra e a grandeza de um menino ou de uma menina

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