Leonardo Leão fala sobre o sonhado Green Card
Leonardo Leão é especialista em Direito Internacional, advogado, fundador e CEO/consultor de imigração e negócios internacionais da Leao Group. Mestre em Direito pela University of Miami School of Law e com especialização na University of Miami Division of Continuing & International Education. É pós-graduado em Direito Empresarial e Trabalhista pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Possui MBA pela Massachussets Institute of Business. Tem uma vasto conhecimento e histórico comprovado de mais de 15 anos fornecendo conselhos indispensáveis aos clientes que buscam orientações em relação à internacionalização de carreiras e negócios. A Leao Group Consulting Services é uma empresa de consultoria registrada nos EUA, com sede no estado da Flórida, com filiais em diversas partes do mundo, como Rio de Janeiro, Lisboa e Milão. Os profissionais contam com sólida formação, sendo graduados por Universidades e Instituições de Ensino mundialmente reconhecidas e com vasta expertise no assessoramento de diversos investidores e companhias ao longo dos anos. A Leao Group ajuda empresas a explorar as grandes oportunidades de negócios em mercados internacionais, como os Estados Unidos e Europa, e contribui para a organização, tomada de decisão, diagnóstico e formulação de soluções para os mais variados modelos de negócio. “O mercado de telecomunicações está mais aquecido do que nunca nos EUA”, afirma o advogado.
Doutor, o que é o Green Card?
O Green Card (US Permanent Resident Card) dá o privilégio de residir permanentemente nos Estados Unidos, com direito a trabalho e possui validade de 10 anos.
Por que ele não é algo tão distante para os brasileiros?
Por muito tempo criou-se uma lenda de que ir para os Estados Unidos é algo impossível. Mas não é verdade. A legislação imigratória americana mostra que é possível, apenas é necessário buscar uma assessoria imigratória de confiança para analisar individualmente o perfil.
Quais são as principais formas de consegui-lo?
Por vínculos familiares, ou da forma que muitos brasileiros têm conseguido: por qualificações profissionais. Quando você possui uma especialização e experiência na sua área e que ela possa cumprir alguma lacuna para a sociedade americana.
O que são os vistos EB1 e EB2 NIW?
São os vistos concedidos a profissionais com longa experiência em suas áreas de conhecimento e que, além da habilitação e experiência comprovadas, possuem também um histórico de contribuições e reconhecimentos no decorrer de sua carreira.
Quais são os tipos de profissionais que se enquadram?
Profissionais de diversos segmentos, telecomunicações, por exemplo, ou ainda esporte, medicina, na área das ciências e até artes podem solicitar esse processo que custa em média R$22 mil dólares e é dividido em três fases que duram até dois anos. Para qualquer uma dessas categorias, reunir antecipadamente documentos que certifiquem as qualificações é essencial. Ser membro de associações, participar ativamente do setor em que atua e até mesmo prêmios aumentam a elegibilidade para o visto.
Quem ainda não possui uma longa experiência como profissional na área, como deve se planejar para realizar o sonho futuramente?
O nosso conselho é marcar uma consultoria com uma assessoria qualificada para que seja criado um plano de ação para que a pessoa se qualifique e atue em uma área que, seja interessante para a sociedade americana, por exemplo.
Para quem se encaixa no perfil, qual o primeiro passo para conseguir o Green Card?
A primeira fase é a entrega ao USCIS (United States Citizenship and Immigration Services) de um dossiê com as comprovações de mérito, que pode aprovar, exigir mais informações ou até negar o pedido. Já a segunda parte, o National Visa Center solicita mais documentos pessoais, antecedentes criminais e exames médicos com um profissional credenciado. A terceira e última fase, por sua vez, compõe-se de uma entrevista no consulado americano.
Vale lembrar que existem três subcategorias para a petição EB-1: EB-1A, para profissionais com habilidades extraordinárias; EB-1B, para professores e pesquisadores de destaque; e EB-1C, para executivos internacionais.
No EB-2 NIW se enquadram profissionais dos mais diferentes setores, mas que tenham grau avançado de estudos (graduação, pós-graduação, mestrado e doutorado) e 5 anos de experiência. Profissionais que tenham habilidade excepcional na sua área de atuação, também devem atestar que seus trabalhos podem colaborar com a economia, cultura ou educação nos EUA.
A pandemia teve alguma influência nos brasileiros que querem morar fora do país?
Sim. É um avanço que já vínhamos notando desde 2015, numa média de 10 a 18% ano ao ano. De 2018 para 2019, o aumento foi de 29%. Ainda estamos aguardando os dados consolidados de 2020, mas acreditamos que também tenha havido um crescimento exponencial.
No último ano, mais de 19 mil brasileiros conseguiram o tão sonhado Green Card. O número tende a aumentar nos próximos meses?
Em 2020, segundo números parciais do relatório fiscal americano, foram 1.899 permissões de residência permanente (vistos efetivamente concedidos ou mudanças de status), e o número tende a aumentar.
Como uma empresa brasileira consegue abrir uma filial nos EUA?
Para abrir uma empresa nos EUA não é preciso de visto, apenas de turismo. Já para aplicar trabalho nesta empresa que está abrindo é necessário visto de trabalho, mas para empreender nos EUA é necessário apenas visto simples, se a ideia for coordenar a empresa de forma remota, por exemplo. Hoje você abre uma empresa em 48h. Muitas pessoas têm a ideia burocrática do Brasil… nos EUA é diferente. Os interessados devem consultar um profissional da área. É necessário muitas vezes adaptar o produto ao país. Logomarca, preços, espaços, tudo deve ser analisado. Sempre digo que o fundamental é o planejamento. Se a pessoa precisar de funcionários nos EUA, é necessário tirar os vistos específicos para utilizar a mão de obra.
Que áreas a Leao Group enxerga em alta para brasileiros que querem atuar no mercado norte-americano?
O mercado de telecomunicações está mais aquecido do que nunca nos EUA, e as porteiras estão abertas aos profissionais brasileiros que desejam trabalhar por lá, com a garantia do tão sonhado Green Card. O advento de novas tecnologias, como o 5G, a IoT (Internet das Coisas), além da grande expansão da First Net (rede wireless exclusiva para serviços de emergência, que está cada vez mais presente no cotidiano dos americanos) tornaram a busca por profissionais da área de telecomunicações assunto de interesse nacional. Motivo: a carência de trabalhadores qualificados para atender à enorme demanda prevista para este mercado nos próximos anos. Isso tem tornado a maioria dos profissionais do ramo mais do que bem-vindos em solo americano. Caso a pessoa tenha formação em Engenharia de Telecomunicações ou Tecnologia da Informação, por exemplo, tem chance dela se qualificar para a residência permanente (Green Card), até mesmo sem a necessidade de oferta de emprego no Estados Unidos.
Última atualização da matéria foi há 2 anos
Eder Fonseca é o publisher do Panorama Mercantil. Além de seu conteúdo original, o Panorama Mercantil oferece uma variedade de seções e recursos adicionais para enriquecer a experiência de seus leitores. Desde análises aprofundadas até cobertura de eventos e notícias agregadas de outros veículos em tempo real, o portal continua a fornecer uma visão abrangente e informada do mundo ao redor. Convidamos você a se juntar a nós nesta emocionante jornada informativa.
Facebook Comments