PL, Ciro Gomes, Tsar Bomba…
Nem todo mundo tem tempo (ou estômago) para acompanhar o noticiário inteiro. É guerra lá fora, escândalo aqui dentro, político fazendo dancinha no TikTok e economista prometendo milagre com inflação alta. Enquanto isso, você tenta sobreviver à vida real. A gente entende.
Por isso nasceu o Condensado: uma dose diária de realidade em 6 tópicos, com informação quente, ironia fria e aquele comentário ácido que você gostaria de ter feito — mas estava ocupado demais trabalhando pra pagar o boleto.
Aqui não tem enrolação, manchete plantada ou isenção fake. Tem olho cirúrgico e língua solta. O que rolou (ou rolará) de mais relevante no Brasil e no mundo vem aqui espremido em 10 linhas (ou menos) por item. Porque o essencial cabe — e o supérfluo, a gente zoa.
Informação? Sim. Respeito à inteligência do leitor? Sempre. Paciência com absurdos? Zero.
Bem-vindo ao Condensado. Pode confiar: é notícia, com ranço editorial.
PL e a eterna peça de teatro da anistia: destaque próprio ou só ladainha para passar o tempo no Congresso
O PL se articula para pautar, na primeira semana de novembro, a votação da proposta de anistia aos condenados do 8 de Janeiro, sob relatoria de Paulinho da Força. Sóstenes Cavalcante deve apresentar a demanda na reunião de líderes, mas a oposição já prepara um destaque para manter o foco na anistia, contrariando a tentativa de Paulinho de mexer na dosimetria. Enquanto isso, Davi Alcolumbre, presidente do Senado, repete seu clássico “nem ligo” e segue sem pautar a matéria. Um teatro de contradições, empurra-empurra legislativo e ego inflado, que deixa a população boquiaberta: seria a política uma arte ou apenas um grande exercício de paciência?
Bolsonaro, o isolamento e a disputa familiar da direita: onde o xadrez político vira um jogo de esconde-esconde com aliados e ambições pessoais
Nos últimos dias, o ex-presidente Jair Bolsonaro colecionou derrotas: o projeto de anistia emperrou, a conversa de Lula com Trump rendeu frutos ao petismo, e seus recursos se esgotam no STF. Preso em regime domiciliar desde agosto, Bolsonaro se queixa da fragmentação do seu grupo político, enquanto aliados brigam pelo protagonismo. Ronaldo Caiado e Ciro Nogueira se digladiam publicamente por espaço e reconhecimento, cada qual sonhando em ser o “porta-voz” do ex-presidente. Com inelegibilidade consolidada e nova condenação criminal na fila, o que resta é um desfile de egos e estratégias conflitantes que mais parece um reality show político de luxo com péssimo roteiro.
Ciro Gomes e a estrada de centro-esquerda que ninguém ainda asfaltou direito: de puxadinho do PT à redenção pelo PSDB
Ciro Gomes voltou oficialmente ao PSDB, seu partido original, prometendo unir “sindicatos a empresários do agronegócio” numa proposta de centro-esquerda. O ex-governador do Ceará critica o PDT por ter virado puxadinho do PT, mas garante que seu retorno é movido por responsabilidade e vontade de construir projetos concretos. Quatro derrotas presidenciais não o intimidam, e a expectativa do PSDB é de que Ciro unifique a oposição local em 2026, ainda que ele não confirme candidatura. Entre o magoamento antigo e a retórica poética de “morrer pelo Brasil e matar pelo Ceará”, Ciro mantém vivo o estilo que mistura política, espetáculo e tempero nordestino.

Claudio Castro e a ópera do policiamento carioca: telefonemas de solidariedade ou check-list para cercar bandidos que talvez nunca saiam de cena
O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, apareceu ontem em coletiva para se mostrar firme frente à megaoperação policial e aos episódios de violência que marcaram a cidade. Segundo ele, diversos colegas governadores ligaram para parabenizá-lo. O que não se ouviu nas entrelinhas, porém, é que essas ligações mais se pareciam com consultas sobre como impedir a fuga de criminosos — e não exatamente elogios ao heroísmo estadual. A preocupação era clara: líderes do Comando Vermelho poderiam “bater asas” para outros estados, munidos de apoio de células locais ou de outras facções. Alguns chefes de governo até cogitaram instalar barreiras de contenção, lembrando que, no Brasil, fronteira sem bloqueio é como peneira sem fundo. Castro, com ar ponderado, disse não precisar de mais soldados, mas de recursos, enquanto evita repetir fiascos como UPPs ou a intervenção federal de 2018, que deixou um gosto amargo na reputação das Forças Armadas. Entre um dito e não dito, o recado ficou claro: a guerra urbana carioca está só começando, e as próximas cenas prometem ser ainda mais cinematográficas.
30 de outubro de 1961, a Tsar Bomba e o hobby nuclear dos russos: destruição máxima com selo histórico de “não tente isso em casa”
Há exatos 64 anos, a União Soviética detonou a maior bomba nuclear da história, a Tsar Bomba, de 57 megatons, na ilha de Nova Zembla. Um feito que mistura genialidade tecnológica com insana demonstração de força: um único dispositivo que poderia apagar dezenas de cidades de uma vez. Mais que ciência, um espetáculo de poder geopolítico com efeito sonoro e visual inesquecível, lembrando que, no tabuleiro mundial, alguns países ainda jogam xadrez nuclear enquanto o resto do mundo tenta não pisar na bomba.

Brasil e o paradoxo elétrico: excesso de energia que pesa no bolso e desafia a lógica do consumidor
O país vive um dilema peculiar: energia de sobra e contas cada vez mais altas. Entre janeiro e setembro, a tarifa residencial subiu 16,42%, mesmo com excesso de geração, impulsionado principalmente por painéis solares domésticos. Durante o dia, sobra eletricidade, mas à noite, quando o sol se põe, entram as usinas térmicas, mais caras e poluentes, que empurram o preço para cima. Além disso, subsídios bilionários para incentivar energia renovável recaem sobre o consumidor cativo, num paradoxo digno de Kafka: quanto mais energia produzimos, mais pagamos. Um cenário que expõe o Brasil como país de oportunidades elétricas para poucos e faturas surreais para todos os outros.
Tarifas, Sam Smith, Bolcheviques...
novembro 7, 2025PCC, Claudio Castro, Morrissey...
novembro 6, 2025Dick Cheney, Obama, aéreas...
novembro 4, 2025Magna Fraus, Laika, CPI...
novembro 3, 2025Nicolau II, Geração X, F-35...
novembro 1, 2025Kim Kardashian, Saci, Gayer...
outubro 31, 2025ARPANET, CV, Telefone Preto 2...
outubro 29, 2025Cosan, Lionel Messi, Radiohead...
outubro 28, 2025Bradesco, semicondutor, PT...
outubro 27, 2025A380, Penélope Nova, NBA...
outubro 25, 2025ONU, Tupac, F1...
outubro 24, 2025Fux, extradição, La Santé...
outubro 23, 2025
Franco Atirador assina as seções Dezaforismos e Condensado do Panorama Mercantil. Com olhar agudo e frases cortantes, ele propõe reflexões breves, mas de longa reverberação. Seus escritos orbitam entre a ironia e a lucidez, sempre provocando o leitor a sair da zona de conforto. Em meio a um portal voltado à análise profunda e à informação de qualidade, seus aforismos e sarcasmos funcionam como tiros de precisão no ruído cotidiano.




Facebook Comments