TAM 3054, Tarcísio de Freitas, Galisteu…
Nem todo mundo tem tempo (ou estômago) para acompanhar o noticiário inteiro. É guerra lá fora, escândalo aqui dentro, político fazendo dancinha no TikTok e economista prometendo milagre com inflação alta. Enquanto isso, você tenta sobreviver à vida real. A gente entende.
Por isso nasceu o Condensado: uma dose diária de realidade em 6 tópicos, com informação quente, ironia fria e aquele comentário ácido que você gostaria de ter feito — mas estava ocupado demais trabalhando pra pagar o boleto.
Aqui não tem enrolação, manchete plantada ou isenção fake. Tem olho cirúrgico e língua solta. O que rolou (ou rolará) de mais relevante no Brasil e no mundo vem aqui espremido em 10 linhas (ou menos) por item. Porque o essencial cabe — e o supérfluo, a gente zoa.
Informação? Sim. Respeito à inteligência do leitor? Sempre. Paciência com absurdos? Zero.
Bem-vindo ao Condensado. Pode confiar: é notícia, com ranço editorial.
Tarcísio tenta dançar lambada com Trump, mas tropeça no boné do MAGA e no calo da indústria paulista que paga sua conta de luz e esperança presidencial
Se a diplomacia já era um balé difícil, agora virou dança do acasalamento de pavões bêbados em pista de gelo. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que até ontem sonhava com a faixa presidencial enquanto rezava por uma inelegibilidade confirmada de Jair Bolsonaro, acordou com um boné na cabeça e uma pancada na nuca. O boné? O famigerado “Make America Great Again”, que ele usou como se fosse um elogio ao neoliberalismo pitoresco de seu ídolo. A pancada? Uma sobretaxa trumpiana que acertou em cheio a jugular da indústria paulista — seu maior eleitor e patrocinador. Tarcísio, o ex-técnico que virou político com vocação de CEO de planilha, agora precisa criticar Trump sem criticar Trump. É como tentar cuspir para cima usando um guarda-chuva ao contrário.
Trump ressurge como carteiro da geopolítica tarifária: entrega bombas em nome da grandeza americana e esvazia os galpões das multinacionais com um sorriso laranja
O retorno de Trump à Casa Branca trouxe com ele o velho testamento do MAGA, em que os Dez Mandamentos são todos tarifários. Mas ao invés de tábuas sagradas, ele empunha barreiras alfandegárias e taxações bizarras com o fervor de um pastor evangélico que misturou Gênesis com o manual do FMI. O plano? Expulsar fábricas do exterior e reindustrializar a América com um garrote tarifário no pescoço de quem ousou fabricar lá fora. E, claro, premiar as empresas que voltarem ao quintal americano com isenção e tapete vermelho. Para as empresas brasileiras com planta nos EUA, resta tentar negociar alguma indulgência fiscal enquanto fingem que o caos não é pessoal. Afinal, não é genocídio tarifário — é só business.

Jane’s Addiction processa seu vocalista por transformar rock alternativo em reality show decadente: os bastidores de uma turnê que virou tribunal
Se Kurt Cobain fosse vivo, talvez implorasse: “pelo amor de Deus, parem de chamar isso de rock alternativo”. A icônica (ou outrora icônica) banda Jane’s Addiction virou pauta judicial digna de série do HBO Max. O trio Dave Navarro, Eric Avery e Stephen Perkins decidiu processar Perry Farrell — vocalista e guru psicodélico do grupo — por, entre outras coisas, agressão, quebra de contrato e destruição emocional com prévio dolo e requintes de crueldade artística. O cancelamento da turnê, fruto de uma treta digna de show de talentos frustrados, causou um prejuízo estimado de US$ 10 milhões. Isso sem contar o sofrimento de Navarro, que teve até que adiar o próprio casamento. Rock? Isso é novela. Só falta o cameo do Axl Rose.
A tragédia de Congonhas, 18 anos depois: memória coletiva apagada por obras, selfies e o barulho ensurdecedor da indiferença
Em 17 de julho de 2007, 199 pessoas perderam a vida quando o voo TAM 3054 se espatifou ao tentar pousar em Congonhas. Era para ser uma tragédia transformadora, daquelas que reescrevem o manual de segurança e provocam catarse nacional. Mas o Brasil, esse país que transforma feriado em vácuo e luto em hashtag, rapidamente sepultou a reflexão com cimento, novas rotas aéreas e a amnésia crônica que tudo consome. Em 2025, o maior acidente aéreo da história do país sobrevive como efeméride morna e discreta, lembrada por poucos, sentida por menos ainda. O aeroporto segue operando, as selfies continuam nas escadas rolantes e a segurança de voo, ora, essa ainda depende de sorte, vento e rezas.
Galisteu, nua em pelo, enfrenta a balança, a inveja e o algoritmo: “Todo mundo já viu minha bunda mesmo”
Adriane Galisteu, musa de múltiplas décadas e agora autoproclamada musa fitness e minimalista (em tecido), postou nas redes um ensaio em que aparece nua. Com a coragem de quem já foi criticada por engordar, emagrecer, respirar, casar e envelhecer, ela agora exibe o corpo magérrimo e responde com altivez às acusações de “estar magra demais”. Segundo ela, o segredo é comer metade e correr o dobro. Ou seja, um método budista com toque de influencer. E enquanto ela censura os pixels com um lenço e óculos escuros, seus seguidores oscilam entre o fascínio e a patrulha. No fundo, Galisteu entendeu o algoritmo: nada viraliza mais que uma nudez esteticamente controlada e uma resposta bem-humorada no feed.

Barack e Michelle Obama ironizam rumores de separação com afeto ensaiado e timing cômico digno de sitcom: “Ela me aceitou de volta!”
No podcast de Michelle Obama — sim, até os ex-presidentes viraram podcasters —, Barack apareceu como o marido piadista recém-saído de uma “crise”. Aparentemente, a ausência de fotos juntos em aniversários e eventos causou a histeria coletiva das redes, onde a ausência é prova cabal de divórcio. Os dois trataram o tema com ironia elegante: “Ela me aceitou de volta!”, disse Obama, ao lado de Craig Robinson, cunhado e escada cômica de ocasião. Com um humor autoconsciente e roteirizado, o casal jogou água fria nos boatos. Mas sejamos honestos: se o casamento deles realmente acabar, vai ter pronunciamento ao vivo, documentário na Netflix e rebranding emocional com patrocínio da Apple. Eles não se separam — eles se relançam.
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Franco Atirador assina as seções Dezaforismos e Condensado do Panorama Mercantil. Com olhar agudo e frases cortantes, ele propõe reflexões breves, mas de longa reverberação. Seus escritos orbitam entre a ironia e a lucidez, sempre provocando o leitor a sair da zona de conforto. Em meio a um portal voltado à análise profunda e à informação de qualidade, seus aforismos e sarcasmos funcionam como tiros de precisão no ruído cotidiano.
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